Prazeres / Sabores

Estrelas Michelin: os perdedores da noite

A primeira gala Michelin dedicada, em exclusivo, a Portugal deu a conhecer os restaurantes que ganharam estrelas, os que mantêm, mas também os que perderam. Saiba quais são e quais os motivos das derrotas.

Foto: IMDB
28 de fevereiro de 2024 | Madalena Haderer

É inevitável. Em noite de prémios há sempre vencedores e perdedores. Se é duro ganhar uma tão cobiçada e desejada estrela Michelin, mais duro ainda será tê-la e vê-la escapar-se por entre os dedos. Foram três os restaurantes que viram isto acontecer. Nenhum dos casos foi uma surpresa. E se está já a pensar em fornos cheios de gordura ressequida, baratas a passear pelas bancadas e frangos que já estavam vivos quando Cavaco Silva era primeiro-ministro, deixe-nos sossegá-lo, por um lado e, por outro, dizer-lhe que anda a ver demasiados programas de televisão sobre cozinhas sebentas. As estrelas perdidas ficaram a dever-se a motivos muito mais inocentes.

Eneko Lisboa – Este restaurante, que fica no espaço do antigo Alcântara Café, e a que o chef basco Eneko Atxa deu o nome, fechou e, naturalmente, perdeu a sua estrela. O seu último serviço decorreu na noite de 31 de dezembro de 2023. Saiu em grande, mas a verdade é que saiu. O Penha Longa Resort, proprietário do restaurante, fechou primeiro o Basque, um restaurante mais descontraído, paredes meias com o Eneko Lisboa, e depois acabou mesmo por fechar o próprio. Prova de que nem uma estrela Michelin é garantia de sobrevivência.

Casa da Calçada, em Amarante – Neste caso, espera-se que a perda da estrela seja temporária e que o restaurante depressa recupere a glória perdida. A Casa da Calçada está em obras e, portanto, fechou temporariamente, razão pela qual perdeu a sua estrela.

Vistas, em Vila Nova de Cancela – As empresas são as pessoas que as compõem, já o sabemos. E isso é particularmente verdade nos restaurantes. É o chef e a sua equipa que o faz elevar e subir aos píncaros da qualidade e da inovação. Tendo em conta a saída do chef Rui Silvestre, que transitou para o Fifty Seconds, o Vistas perdeu aquilo que fazia dele o que ele era e, portanto, perdeu a sua estrela.

Com a entrega das estrelas deste ano, está aberta a "época de caça" às estrelas de 2025. Daqui a 12 meses veremos se algum destes restaurantes volta a entrar na lista mais desejada do negócio da restauração.
Saiba mais Sabores, Restaurantes, Michelin, Guia Michelin, Estrelas, Perdedores
Relacionadas

Prémios Mesa Marcada 2023: os vencedores

Já são conhecidos os grandes nomes da 15ª edição dos prémios gastronómicos. Alguns nomes já eram esperados, mas também houve lugar para surpresas, afinal, uma noite de galardões sem suspense é como amêijoas à Bulhão Pato, sem coentros.

Portugal distinguido com 5 novas estrelas no Guia Michelin

Entre os 27 restaurantes portugueses premiados, a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, recebeu a sua segunda estrela Michelin, e quatro outros novos restaurantes juntaram-se ao guia: Mesa de Lemos, Vistas, Epur e Fifty Seconds.

Mais Lidas
Sabores Sult: fome dinamarquesa do Botafogo para Cascais

A filosofia deste restaurante italiano é simples: usar produtos locais aplicando técnicas de confeção italianas, sem ultrapassar a marca dos cinco ingredientes. Os arancini de alheira de Mirandela com creme de queijo de Azeitão, uma das entradas, são um bom exemplo do que vai encontrar aqui.