Prazeres / Sabores

Em junho, cinco vinhos para descobrir, provar e saborear

Neste mês de calor, os rosés do Douro e do Alentejo são bem-vindos. Juntam-se três brancos, um deles feito a partir de uvas tintas.

Foto: DR
06 de junho de 2025 | Augusto Freitas de Sousa

Rosé Pom-Pom 2024 

Salta à vista o nome "pomposo" que o produtor Alexandre Relva justifica como uma celebração. Salienta que leva "à subtileza, sofisticação e sensualidade dos pompons usados na aplicação de pó de arroz". A imagem e escolha de garrafa, acrescenta, "foi pensada para ser única, marcante e diferenciadora". Alexandre Relvas explica que este vinho "nasceu de uma enorme vontade da equipa de criar um rosé topo de gama, que traduzisse nos seus aromas e sabores o terroir único do sopé da Serra do Mendro". É feito com as castas Touriga Nacional, Syrah e Aragonez, com maceração pré-fermentativa, prensagem suave e fermentação em inox (90%) e em barrica (10%). O vinho estagiou quatro meses sobre borras finas. O produtor conclui que este vinho "foi o culminar de vários anos de trabalho vitícola, experiências na vinha e na adega".

Rosé Pom-Pom 2024 
Rosé Pom-Pom 2024  Foto: DR

Costa Boal Moscatel Galego Branco Doc Douro 2024 

O produtor António Costa Boal conta que quando o Moscatel Galego de 2023 chegou ao mercado no ano passado "esgotou rapidamente". Esta foi uma das razões para continuar a aposta neste branco. A edição de 2024 está agora pronta para os apreciadores de vinhos frescos e aromáticos. O produtor refere que as 2500 garrafas "concentram em si a casta com o mesmo nome, onde se produz a maior parte do Moscatel Galego, caraterística do concelho de Alijó, representando um tributo da empresa às origens". O vinho, com enologia de Paulo Nunes, foi feito com maceração pré-fermentativa, seguida de fermentação alcoólica a temperatura controlada. Envelheceu sobre as borras finas com bâttonage em cuba de inox.

Costa Boal Moscatel Galego Branco Doc Douro 2024 
Costa Boal Moscatel Galego Branco Doc Douro 2024  Foto: DR

Grafite Grande Reserva Branco 2023 

O nome é uma homenagem à assinatura artística dos enólogos que, segundo Ricardo Pinto Nunes, diretor de produção da Churchill’s, se dedicam a produzir estes vinhos da forma mais natural possível. O responsável refere que a casa dedica este vinho "à interpretação mais pura e refinada das castas brancas tradicionais do Douro". Ricardo Pinto Nunes salienta que é um vinho de produção limitada, "pensado para responder à crescente procura por vinhos brancos premium do Douro, tanto no mercado nacional como internacional – uma categoria que tem vindo a conquistar enófilos exigentes, atraídos pela mineralidade, estrutura e potencial de envelhecimento destes vinhos de montanha". As uvas foram arrefecidas durante a noite, sendo depois esmagadas e sujeitas a uma maceração a frio em cuba. Estagiou em barricas novas de carvalho francês de 500 litros durante 12 meses.

Grafite Grande Reserva Branco 2023 
Grafite Grande Reserva Branco 2023  Foto: DR

Vinha das Romãs Blanc de Noirs 2024 

A casa Winestone apresentou este vinho como um branco muito especial que, segundo os responsáveis, "recorre exatamente às mesmas uvas de qualidade que estão na base do icónico Vinha das Romãs Tinto". Recorde-se que em 2022, junto à casa da família Mello, percebeu-se que as raízes de uma vinha se encontravam entrelaçadas com as das romãzeiras que ali ficaram a enriquecer a terra, o que deu origem ao nome. Entretanto a equipa de enologia, liderada por David Baverstock, quis testar a vinificação das castas desta parcela em branco e tornou-se, garante a casa, "num dos vinhos mais elogiados pelos consumidores". As uvas foram prensadas com o cacho inteiro para aproveitamento da parte inicial da prensagem onde a cor é inexistente. Fermentaram 1/3 em cubas de inox e depois em barricas novas de carvalho francês, com bâttonage durante seis meses.

Vinha das Romãs Blanc de Noirs 2024 
Vinha das Romãs Blanc de Noirs 2024  Foto: DR

Rocim Rosé 2024 

O enólogo e produtor Pedro Ribeiro assegura que a enologia na Herdade do Rocim "se inspira na filosofia da intervenção mínima". Refere todos os processos de transformação da uva em vinho, "visam o respeito máximo pelo território" e, no caso dos vinhos monovarietais ou field blends, "usa-se apenas leveduras selvagens, respeitando sempre os princípios da sustentabilidade". A Rocim salienta que este tipo de enologia pretende essencialmente "refletir o terroir dentro de cada garrafa produzida, produzindo vinhos frescos, elegantes e minerais". As uvas deste monocasta feito de Touriga Nacional foram desengaçadas com ligeiro esmagamento do bago. A vinificação foi feita em bica aberta, após clarificação estática por frio. A fermentação ocorreu a temperatura controlada por um período de 14 dias. 

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