Immerso: um refúgio a 45 minutos de Lisboa
A Must fez-se à estrada para passar meio dia no primeiro hotel de cinco estrelas da Ericeira. Entre tratamentos de spa e um almoço de inspiração atlântica, com consultoria do chef Alexandre Silva, a experiência é para repetir.

Por razões que não vêm ao caso, relacionadas com uma viagem de 18 horas de autocarro, a enviada especial da Must chegou ao Immerso cansada, entorpecida e a amaldiçoar o facto de ter tido de madrugar e de se enfiar num carro para mais uma viagem de trabalho. "O que é que me passou pela cabeça para combinar isto?", perguntou várias vezes a si própria – a resposta tardava em chegar. E, de repente, ali estava ela, sob a forma de um hotel escondido num bonito vale verdejante com vista de mar ao fundo. Os jardineiros estavam atarefados a cortar a relva e aquele cheiro a erva fresca misturava-se com o aroma do orvalho, da maresia e do café acabado de chegar. Começava a tornar-se evidente que, afinal, não tinha sido má ideia. Mas o que fez toda a diferença foi a massagem – um momento quase bíblico ao estilo "Lázaro, levanta-te e anda" e, o que é certo, é que Lázaro andou… Alegremente até à mesa do almoço.

O Immerso é o primeiro hotel de cinco estrelas da Ericeira. O nome descreve bem o que encontramos: uma estrutura rasteira, dividida em quatro blocos, em tons terra que se funde com a paisagem do vale sem retirar o seu protagonismo, e a piscina com vista para o mar a erguer-se no topo de um dos blocos. Tanto o edifício com os seus interiores são da responsabilidade do arquiteto Tiago Silva Dias e em todo o lado se nota o cuidado em usar materiais orgânicos: o couro, a lã, o linho, a madeira, a terracota. Os interiores, de resto, têm a curadoria da proprietária do hotel, Alexandra Almeida d’Eça, que selecionou obras de diversos artesãos para ajudar a transmitir o look que imaginou para o Immerso: como os tapetes artesanais feitos a partir de desperdícios de lã e algodão orgânicos da SUGO CORK RUGS, de Susana Godinho, e os candeeiros e as cadeiras de baloiço da Oficina 166, de Diana Cunha, ou ainda o Uniouriço, uma enorme intervenção artística, da autoria de Paulo Reis, que decora a entrada da propriedade.

Por muito apetecível que seja o bar e restaurante do hotel, com a sua esplanada com vista para o mar, para quem chega estafado, o melhor é descer até ao spa. Uma massagem, mais vigorosa ou mais delicada, conforme a preferência, faz mesmo milagres. Na tranquilidade e penumbra da sala de tratamento, com as plantas dos pés bem assentes em grainhas de uva, para ajudar a relaxar o estado de espírito, o visitante é convidado a escolher o óleo que prefere para a sua massagem, numa experiência sensorial em que a preferência é obtida com o nariz, com a aplicação de uma gota de óleo na pele.

Os produtos usados no spa são da marca de vinoterapia Vinoble Cosmetics, feitos com ingredientes naturais, vegan e sustentáveis, boa parte decorrentes do desperdício da indústria vinícola – como é o caso das grainhas de uva. Um tratamento Vinoterapia Immerso, como o que trouxe esta que vos escreve de volta à vida, custa 95 euros por 60 minutos ou 150 euros por 80 minutos. À saída da sala de tratamento é convidado a beber um chá ou uma água aromatizada. De seguida, poderá rumar à sauna, ao banho turco ou ao ginásio. Se quiser tomar um duche antes de seguir para o almoço – e imaginamos que queira – e não vive sem amaciador, leve-o consigo. O hotel disponibiliza champô, gel de banho e creme de mãos de excelente qualidade, mas, estranhamente, não amaciador. Se for apanhado desprevenido, aqui fica uma dica: uma ervilha de creme das mãos faz as vezes de creme de pentear e é melhor que nada.

O Emme é o restaurante do Immerso e conta com Alexandre Silva – premiado com uma estrela Michelin no LOCO, em Lisboa – como chef consultor, e com Maurício Pinto como chef residente. A cozinha é de inspiração atlântica, baseada no que o mar tem para oferecer, como o peixe da costa da Ericeira e das Berlengas, e plantas salinas. A lota de Peniche é visitada, diariamente, pelo chef ou pela equipa e é lá que são escolhidos o peixe e o marisco, garantindo frescura e qualidade exclusivas. De sublinhar também a utilização dos legumes da horta orgânica do hotel.

No dia em que visitámos o Emme, comemos, de entrada, ceviche de peixe da costa com batata doce e pickle de cebola roxa (€17,50); um torricado de sardinha com puré de pimento e mistura de ervas (€13); pica-pau do mar, com bivalves da nossa costa, molho de ervas frescas e pickles de kumquat e funcho (€19). Como prato principal, experimentámos o risoto vegetariano com cogumelos e legumes da horta (€19); a garoupa na grelha com xerém de berbigão (€36); e o arroz de pato (€36). Para terminar, duas sobremesas: brownie de chocolate com caramelo salgado, gelado de arroz doce e telha de canela (€9,50); e ananás com granita de ervas, sorvete de ananás e chá verde (€9). Acompanhámos tudo com vinho branco Ramilo.

Para não dizer que estava tudo delicioso, dizemos-lhe, antes, o que não poder perder: o torricado de sardinha, o pica-pau do mar e a garoupa com xerém. O Emme tem um menu que serve durante o dia, até às 19 horas, um menu de jantar, das 19 horas às 22 horas, e um menu de snacks que serve durante todo o dia, portanto, tem muito por onde escolher.

Se quiser passar a noite, a estadia custa a partir de €280, mas lembre-se que pode sempre fazer uma escapadela de meio dia, como fez a Must. Responder a uns e-mails, resolver uns quantos problemas, passar uns recados, meter o computador na mala e seguir para o Immerso. Está lá em menos de uma hora – a partir de Lisboa – faz uma massagem, passa meia hora entre a sauna e o banho turco e depois almoça e ou regressa ao escritório, ou faz da esplanada com vista para o mar a sua secretária para o resto do dia.
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