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A missão mais intrigante da NASA até à data

A NASA vai iniciar a construção do seu robô mais recente, o Psyche, que irá explorar um asteroide cuja composição vale mais do que a nossa economia mundial.

Foto: NASA/JPL-Caltech/Arizona State Univ./Space Systems Loral/Peter Rubin
09 de julho de 2020 | Vitória Amaral

Localizado no principal cinturão de asteroides do Sistema Solar entre Marte e Júpiter, crê-se que o 16 Psyche seja um protoplaneta que contém uma variedade de metais como o ferro, níquel e ouro, enquanto a maioria dos asteroides são compostos por rocha ou gelo. O núcleo do asteroide (na sua totalidade com 225 quilómetros de largura) é bastante semelhante ao da Terra, o que significa que poderá tratar-se do coração de um planeta morto que perdeu as suas camadas rochosas ou sofreu colisões violentas. Os metais que compõem este asteroide único poderão valer até 8,85 000 quatriliões de euros, o que ultrapassa o valor atual da economia mundial.

No entanto, dado o seu estatuto inédito, foi criada a missão Psyche para fins científicos. Esta faz parte do Programa de Descoberta da NASA para missões espaciais low-cost, fruto de um investimento recente da agência espacial norte-americana no redirecionamento de asteroides em pleno espaço, evitando possíveis colisões com a Terra. Em colaboração com a SpaceX (a empresa de sistemas aeroespaciais e de serviços de transporte espacial fundada por Elon Musk), a NASA irá lançar um orbitador (também chamado Psyche) a bordo do foguete SpaceX Falcon Heavy em agosto de 2022, que se separará do mesmo em Maio de 2023 sobre Marte e chegará à órbita do 16 Psyche em 2026. Estima-se que a missão irá custar cerca de 103.5 milhões de euros.

Composto por 5 painéis solares, o Psyche acaba de passar a fase de revisão crítica de design, uma das mais rigorosas da agência, para que o processo de construção possa começar. A principal investigadora da missão, Lindy Elkins-Tanton, revelou num comunicado que "esta é uma das avaliações mais intensas que uma missão pode sofrer durante o seu ciclo de concretização, e passámos com distinção".

Assim, primeiro a equipa tem de construir três instrumentos essenciais: um magnetómetro para medir o campo magnético do asteroide; um visor multiespectral que permita a captação de imagens da superfície e das suas características geológicas; e espetrómetros que analisam os neutrões e raios gama vindos da superfície, ajudando a revelar a composição exata do asteroide.

A montagem e realização de mais testes estão previstas para fevereiro de 2021, passando depois para o Laboratório de Propulsão a Jato (Jet Propulsion Laboratory) da NASA até abril de 2021. "Fazemos testes de robustez, de pressão, todos os testes possíveis para poder expor e corrigir qualquer problema antes do lançamento, porque depois não podemos voltar para reparar o equipamento" acrescentou Henry Stone, Gestor do Projeto Psyche no Laboratório de Propulsão a Jato, numa entrevista à Forbes. A missão também irá servir para testar a nova tecnologia de comunicação a laser da NASA intitulada "Deep Space Optical Communications".

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