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Motorola: finalmente, um telemóvel diferente

A tecnologia está toda lá, mas é pelos materiais, pelas cores e pelas formas que a Motorola se quer distinguir da concorrência.

Os novos modelos são topos de gama dobráveis, com moldura em alumínio e dobradiça em titânio
Os novos modelos são topos de gama dobráveis, com moldura em alumínio e dobradiça em titânio Foto: DR
Ontem às 18:54 | Bruno Lobo

A Motorola traçou um conjunto ambicioso de metas para os próximos anos, começando por atingir, já nos dois anos seguintes, o terceiro lugar no mercado mundial de smartphones — o que implica destronar concorrentes como a Xiaomi, Oppo, Vivo, Google ou Huawei. Uma vez atingido esse objetivo, os planos passam por desafiar Samsung e Apple e regressar a uma posição que já foi sua em tempos.

Na verdade, foi a Motorola quem inaugurou o mercado ao lançar o primeiro telefone móvel nos anos 1980, o DynaTac. Uma década mais tarde, lançaria o primeiro dobrável, o StarTac, que serviria de inspiração para os Razr, que tiveram um enorme sucesso no início do milénio. Depois, tal como aconteceu com a Nokia, não resistiu à chegada do iPhone nem à ascensão da Samsung — mas são novamente os Razr que voltam a ser uma peça fundamental na estratégia.

Razr 60 e Razr 60 Ultra
Razr 60 e Razr 60 Ultra Foto: DR

Razr 60 e Razr 60 Ultra

O smartphone dobrável conta com um processador Snapdragon® 8 Elite (Ultra), ou MediaTek Dimensity 7400X (versão normal). Ecrã interno de 7’’ e externo de 4’’. Sistema de câmaras com cores e tons de pele validados pela Pantone.

Os novos modelos são topos de gama dobráveis, com moldura em alumínio e dobradiça em titânio, cores marcantes e acabamentos de luxo — como a pele Alcantara, com um toque suave semelhante à camurça, mas sintética e totalmente sustentável. Ou em madeira verdadeira, também ela sustentável e certificada pela Forest Stewardship Council. Há mais dois acabamentos em tecido, com toque semelhante ao cetim e ao couro — embora vegan e mais resistentes.

Aos Razr segue-se a família Edge, já no formato tradicional, com ecrã superbrilhante, quatro câmaras e os sensores mais avançados da Sony, além de um nível de acabamento muito semelhante aos irmãos dobráveis. São smartphones de gama média-alta e alta, aos quais se juntam os Moto G — uma família core pensada para gerar volume, dentro da gama média. É claramente a mais forte em Portugal (e o principal motivo pelo qual a marca já atingiu a quarta posição no nosso país). Por fim, temos ainda os Moto E, de entrada de gama.

Mesmo nestas famílias mais acessíveis continua a ser evidente a preocupação em oferecer cores distintas, resultado da parceria com a Pantone.

Motorola Edge 60 Pro e Edge 60
Motorola Edge 60 Pro e Edge 60 Foto: DR

Motorola Edge 60 Pro e Edge 60

Design ultra-fino, curvas suaves, acabamentos texturizados e uma gama de cores exclusivas escolhidas pelo Pantone Colour Institute, incluindo Shadow, Dazzling Blue e Sparkling Grape. Bateria de 6000 mAh, carregamento turbo de 90 W e processador MediaTek Dimensity 8350 Extreme (no caso da versão Pro).

Autoridade mundial em cores, a Pantone permite a diversas indústrias estarem a par das novidades e, um pouco como acontece na moda — em que as grandes tendências surgem primeiro nas passerelles das grandes casas e só mais tarde nas marcas mainstream —, também aqui as novidades estreiam-se nos topos de gama Razr e Edge e só depois chegam aos modelos G e E.

Mas esta parceria nem se resume a questões estilísticas, pois até a calibração das cores e tons de pele das câmaras fotográficas passa pelo crivo e certificação Pantone.

A nova estratégia da Motorola faz-se com aliados de peso, como é ainda o caso Bose, que ajuda a definir o perfil sonoro dos dispositivos e, mais importante, partilha a sua tecnologia com os auriculares Moto Buds+ e Moto Buds Loop (em versão aberta).

Moto Buds Loop
Moto Buds Loop Foto: DR

Moto Buds Loop

Com tecnologia Sound by Bose, são os primeiros auriculares de ouvido aberto da marca, permitindo desfrutar de uma experiência sonora sem os constrangimentos dos modelos in-ear. Um design super elegante que chega a ter uma opção com cristais Swarovski.

Ao mesmo tempo, a marca – entretanto comprada pela Lenovo − está a implementar uma estratégia de marketing agressiva, que vai colocar a Motorola como patrocinadora dos próximos campeonatos do mundo de futebol — masculino e feminino —, da Fórmula 1, da Ryder Cup (a taça de golfe que opõe as seleções da Europa e dos Estados Unidos) e da Euroliga de basquetebol.

Claro que, como diria o Vasco Santana, "telemóveis há muitos", e não é fácil fazer com que uns se destaquem dos demais. Mas esta aposta forte em cores e materiais únicos é seguramente um passo na direção certa. Por isso, se é daqueles que se queixam de que os telemóveis parecem todos iguais... parabéns: acaba de encontrar uma marca diferente.

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