Beijmat Studio. Um showroom e atelier que trouxe a arte marroquina para Lisboa
Myriam Bennouna, arquiteta nascida em Marrocos, encontrou no número 398 da Rua de São Bento o local perfeito para mostrar o seu estilo e trabalho.

Lisboa não, era de todo, desconhecida de Myriam Bennouna, quando tornou o número 398 da Rua de São Bento seu. Nascida em Marrocos, a arquiteta de profissão deu (quase) a volta ao mundo em busca de inspiração, procurando absorver o máximo de cultura possível de cada ponto do globo por onde passava. E Portugal não foi uma exceção nessa sua viagem. Contudo, nunca pensou fazer deste país morada.
Quando chegou à capital, há três anos, não pretendia passar mais do que uns dias de férias na cidade. Mas a pandemia acabou por retê-la no país, com as fronteiras de Marrocos fechadas. Trabalhou, como grande parte das pessoas, a partir de casa - mas a centenas de quilómetros do seu lar -, em conjunto com o seu sócio, com quem tem um atelier de arquitetura no norte de África.

A ideia era regressar assim que a covid-19 deixasse de atrapalhar as nossas vidas, mas, com o passar do tempo, começou a desenvolver projetos em Lisboa e sentiu a necessidade de encontrar um espaço onde a pudessem visitar e conhecer melhor o seu trabalho.
Foi assim que chegou, em novembro de 2022 (ainda que a inauguração oficial só tenha acontecido em fevereiro deste ano), ao número 398 da Rua de São Bento, onde fez nascer o seu showroom e atelier. Chamou-lhe Beijmat Studio e vê-o como um "lugar onde as ideias podem fluir e ganhar forma", no qual "estabeleceu uma ponte entre o artesanato e as linhas contemporâneas do design".
"Passei por lá um dia e vi que estava para arrendar", começa por contar à Must. "Vi os arcos, as portas antigas, o chão de pedra: era mais do que aquilo que podia imaginar ter como espaço de trabalho”, continua Myriam, que explicava, já em comunicado, que, inicialmente não pretendia mais do que um local de trabalho. "Deixei cair a ideia de ter apenas um escritório e comecei a pensar que poderia fazer um espaço mais interessante com colaborações, com outros artistas", escrevia.

Neste lugar, combinou três insígnias internacionais, sem representação local: a NORR11, da Dinamarca; a Secolo, de Itália; e a Karimoku, do Japão. "Estas marcas são famosas em toda a Europa e até no resto do mundo, mas não tinham espaço em Portugal. São também designers e marcas que adoro porque são completamente diferentes uns dos outros, mas ficam super bem juntos", esclarece, em entrevista. "Achei também interessante misturar peças do Japão com italianas num lugar português tão particular e original", completa.
Além disso, existem também peças tradicionais marroquinas no espaço, desde azulejos Zellige a tapeçarias ou objetos vintage, como cerâmicas e candeeiros, algo pouco comum na cidade. "Sempre achei estranho não ter um lugar com peças marroquinas, em Lisboa, mas o Beijmat Studio é um atelier que se sabe adaptar aos clientes e locais", reflete a arquiteta.
Contudo, estas marcas não serão estáticas. Como Bennouna clarifica, o plano "será mudar e ter novos designers". "Gostaria de conhecer mais designers portugueses", salienta, adicionando: "a ideia é colaborar com outros arquitetos portugueses em projetos maiores, como hotéis ou restaurantes, e trazer peças de Marrocos".

Todas as peças curadas por Myriam podem ser vistas apenas no Beijmat Studio, onde gosta de "ajudar a escolher e pesquisar peças únicas para cada pessoa". Afinal, "fazer peças à medida, trabalhar os matérias e texturas, zellige, tapetes, pedras,…" é o seu grande objetivo, a par de "crescer como designer e curadora".
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