Lisboa tem um novo brunch — e fica numa igreja
O Locke de Santa Joana propõe agora um brunch diferente, sofisticado, com comida a sério e uma seleção de doçaria tradicional portuguesa de chorar por mais. Aos domingos e só aos domingos — como deve ser.

Se gosta de brunches mas está farto da oferta habitual, esta notícia é para si. Se não liga nenhuma a brunches, mas gosta de comer bem, esta notícia é para si. Se nem liga grande coisa à comida, mas gosta de restaurantes bonitos, cheios de onda e bem frequentados… esta notícia também é para si.
O Santa Joana, com Nuno Mendes ao leme, não tardou a afirmar-se como uma das moradas incontornáveis em Lisboa. Recebeu um Sol no Guia Repsol com apenas meio ano de vida e, mais importante ainda, o selo de aprovação da Must.

E continua a afinar a oferta, abrindo duas esplanadas para o verão — com sombras perfeitas para os dias mais quentes — e novidades como este brunch de domingo. Só aos domingos e à hora tradicional: das 11h às 16h (antes só pode ser pequeno-almoço e depois é lanche). Nada da moda do "todos os dias e a todas as horas", nem, tostas de "avocato" com espargos e salmão, evidentemente. Mas há ovos, graças a Deus: uns ovos à florentina, com espinafres em vez de bacon e o clássico molho holandês.
Antes disso, talvez queira passar pela mesa de viennoiseries (isto é, pastelaria, incluindo pastéis de nata, panquecas, waffles e pães, tudo caseiro), acompanhadas por doces, geleias e manteiga. E ainda pela mesa de charcutaria, com uma boa seleção de carnes fumadas e enchidos, além de queijos fantásticos, locais e internacionais. Não falta uma tábua de salmão fumado e uma seleção de saladas clássicas, incluindo a Salada César Santa Joana.

Prove de tudo, mas não demasiado, porque as verdadeiras estrelas da refeição estão no Raw Bar. Há ostras da Ria Formosa, de Aveiro ou Sado, ao natural ou com um molho de sriracha verde, e há tártaros de vaca maturada (com mostarda, cornichons e pinhões) ou de peixe selvagem. Há ainda barriga de atum curada e aipo curado, ambos com caldo do refogado e azeite novo. Entre as opções vegetarianas, destacam-se os corações de alho-francês com óleo de folha de lima e um tártaro de beterraba também com mostarda e cornichons. Todos são bons, mas o de vaca é absolutamente delicioso. Prepare-se para lá voltar — os pratos são pequenos e deixam vontade de repetir, além de que o constante movimento vai ajudar a manter-se em forma.

Ainda não falámos de bebidas. Café, chá, água e sumos naturais estão incluídos no preço (ver mais abaixo). O resto não. Pode optar por um dos cocktails de assinatura, como o Santa Joana Mary, os Breakfast Martini ou Breakfast Negroni (entre outros), mas também há clássicos — com ou sem álcool. O espumante (ou champanhe) é sempre uma boa ideia.
Chegamos aos pratos quentes e temos quatro à escolha: os ovos florentine, frango frito ou couve-flor frita, ambos com leitelho e molho ranch e também uma opção vegetariana, um arroz de cogumelos e cebola super caldoso (e saboroso). Dois pratos, para dividir, serão mais do que suficientes para duas pessoas — até porque o capítulo das sobremesas vem a seguir.
Se as mesas de viennoiseries e charcutaria eram generosas, a das sobremesas é épica. Grandes bandejas de sericaia, farófias e arroz-doce, travessas de fruta, pratos de tortas (de laranja e outras) e taças de mousse. Mesmo que não seja guloso, é impossível resistir. As farófias e a sericaia podiam ter saído diretamente de uma receita da Maria de Lourdes Modesto e estavam irrepreensíveis. O arroz-doce, esse, não leva ovos — sabemos que é um debate atual. O próprio Nuno Mendes prefere a versão com ovos, mas Maria Ramos, a sua chef de pastelaria, gosta de brincar com este clássico (a sua versão na carta, com ovo gelado no centro e hóstia, é um tratado), e Nuno deixou-se levar.
Palavra final para o ambiente. A maioria dos clientes no brunch era jovem, bonita, com muitos estrangeiros e também bastantes famílias portuguesas, com três gerações sentadas à mesa — o que é excelente para um restaurante de hotel. O Santa Joana faz parte do Locke, o novo hotel do grupo inglês em Lisboa e fica a dois passos do Marquês de Pombal. A entrada pode ser feita pelo hotel, na Rua Camilo Castelo Branco, mas mais fácil será pela Rua de Santa Marta, por trás. Só o facto de ocupar a antiga igreja do convento torna o espaço especial.

Depois da refeição, fica o convite para aproveitar o terraço, ouvir boa música e brindar com (mais) um cocktail na mão.
Onde: Santa Joana, Rua de Santa Marta, 61B, Lisboa
Preço: 35 euros por pessoa. Por mais 19 euros pode também incluir um pack de bebidas com os cocktails do brunch, vinho ou cerveja. As crianças até aos 4 anos não pagam, e até aos 12, pagam 25 euros.
Selllva: um Oásis de frescura em pleno Lx Factory
O terceiro espaço do conceito do grupo Capricciosa na capital foca-se na gastronomia de inspiração asiática. Há almoços, jantares, brunch, bar e uma esplanada onde apetece passar a tarde.
Arady: quando Portugal e Marrocos se encontram à mesa
À frente do Arady estão uma mãe e duas filhas que se apaixonaram por Portugal, pelo seu povo e cultura, em 2023. Abriram este espaço e batizanam-no com um nome que significa "as minhas terras".
Santa Joana, a grande novidade gastronómica de Lisboa
Já fomos experimentar o Santa Joana, a nova morada do chef Nuno Mendes na capital. Fica numa antiga igreja abandonada e… fomos convertidos. Pior: virámos apóstolos.
Dar o Porto a provar ao mundo é o grande objectivo do Global Kitchen que, na sua segunda edição, convidou chefs nacionais e internacionais a reinterpretar os pratos mais emblemáticos da cidade.
O Locke de Santa Joana propõe agora um brunch diferente, sofisticado, com comida a sério e uma seleção de doçaria tradicional portuguesa de chorar por mais. Aos domingos e só aos domingos — como deve ser.
A Van Zellers & Co acaba de lançar uma coleção super rara com três vinhos de Porto muito, muito velhos, do tempo da filoxera. Três sobreviventes como já não se encontram.
Consta ter sido em Roma a primeira vez que este crustáceo terá sido cozinhado. Em África um pequeno país junto ao Golfo da Guiné adotou o nome devido à presença de grandes quantidades de camarões. Mas agora queremos mesmo aprender a fazer o prato.