Prazeres / Sabores

Lisboa tem um novo brunch — e fica numa igreja

O Locke de Santa Joana propõe agora um brunch diferente, sofisticado, com comida a sério e uma seleção de doçaria tradicional portuguesa de chorar por mais. Aos domingos e só aos domingos — como deve ser.

Foto: DR
11:55 | Bruno Lobo

Se gosta de brunches mas está farto da oferta habitual, esta notícia é para si. Se não liga nenhuma a brunches, mas gosta de comer bem, esta notícia é para si. Se nem liga grande coisa à comida, mas gosta de restaurantes bonitos, cheios de onda e bem frequentados… esta notícia também é para si.

O Santa Joana, com Nuno Mendes ao leme, não tardou a afirmar-se como uma das moradas incontornáveis em Lisboa. Recebeu um Sol no Guia Repsol com apenas meio ano de vida e, mais importante ainda, o selo de aprovação da Must

O brunch de domingo realiza-se das 11h às 16h (antes só pode ser pequeno-almoço e depois é lanche).
O brunch de domingo realiza-se das 11h às 16h (antes só pode ser pequeno-almoço e depois é lanche). Foto: DR

E continua a afinar a oferta, abrindo duas esplanadas para o verão — com sombras perfeitas para os dias mais quentes — e novidades como este brunch de domingo. Só aos domingos e à hora tradicional: das 11h às 16h (antes só pode ser pequeno-almoço e depois é lanche). Nada da moda do "todos os dias e a todas as horas", nem, tostas de "avocato" com espargos e salmão, evidentemente. Mas há ovos, graças a Deus: uns ovos à florentina, com espinafres em vez de bacon e o clássico molho holandês. 

Antes disso, talvez queira passar pela mesa de viennoiseries (isto é, pastelaria, incluindo pastéis de nata, panquecas, waffles e pães, tudo caseiro), acompanhadas por doces, geleias e manteiga. E ainda pela mesa de charcutaria, com uma boa seleção de carnes fumadas e enchidos, além de queijos fantásticos, locais e internacionais. Não falta uma tábua de salmão fumado e uma seleção de saladas clássicas, incluindo a Salada César Santa Joana. 

A mesa de charcutaria conta com uma boa seleção de carnes fumadas e enchidos, além de queijos fantásticos, locais e internacionais.
A mesa de charcutaria conta com uma boa seleção de carnes fumadas e enchidos, além de queijos fantásticos, locais e internacionais. Foto: DR

Prove de tudo, mas não demasiado, porque as verdadeiras estrelas da refeição estão no Raw Bar. Há ostras da Ria Formosa, de Aveiro ou Sado, ao natural ou com um molho de sriracha verde, e há tártaros de vaca maturada (com mostarda, cornichons e pinhões) ou de peixe selvagem. Há ainda barriga de atum curada e aipo curado, ambos com caldo do refogado e azeite novo. Entre as opções vegetarianas, destacam-se os corações de alho-francês com óleo de folha de lima e um tártaro de beterraba também com mostarda e cornichons. Todos são bons, mas o de vaca é absolutamente delicioso. Prepare-se para lá voltar — os pratos são pequenos e deixam vontade de repetir, além de que o constante movimento vai ajudar a manter-se em forma.

A pastelaria, inclui pastéis de nata, panquecas, waffles e pães, tudo caseiro.
A pastelaria, inclui pastéis de nata, panquecas, waffles e pães, tudo caseiro. Foto: DR

Ainda não falámos de bebidas. Café, chá, água e sumos naturais estão incluídos no preço (ver mais abaixo). O resto não. Pode optar por um dos cocktails de assinatura, como o Santa Joana Mary, os Breakfast Martini ou Breakfast Negroni (entre outros), mas também há clássicos — com ou sem álcool. O espumante (ou champanhe) é sempre uma boa ideia.

Chegamos aos pratos quentes e temos quatro à escolha: os ovos florentine, frango frito ou couve-flor frita, ambos com leitelho e molho ranch e também uma opção vegetariana, um arroz de cogumelos e cebola super caldoso (e saboroso). Dois pratos, para dividir, serão mais do que suficientes para duas pessoas — até porque o capítulo das sobremesas vem a seguir.

Se as mesas de viennoiseries e charcutaria eram generosas, a das sobremesas é épica. Grandes bandejas de sericaia, farófias e arroz-doce, travessas de fruta, pratos de tortas (de laranja e outras) e taças de mousse. Mesmo que não seja guloso, é impossível resistir. As farófias e a sericaia podiam ter saído diretamente de uma receita da Maria de Lourdes Modesto e estavam irrepreensíveis. O arroz-doce, esse, não leva ovos — sabemos que é um debate atual. O próprio Nuno Mendes prefere a versão com ovos, mas Maria Ramos, a sua chef de pastelaria, gosta de brincar com este clássico (a sua versão na carta, com ovo gelado no centro e hóstia, é um tratado), e Nuno deixou-se levar.

Palavra final para o ambiente. A maioria dos clientes no brunch era jovem, bonita, com muitos estrangeiros e também bastantes famílias portuguesas, com três gerações sentadas à mesa — o que é excelente para um restaurante de hotel. O Santa Joana faz parte do Locke, o novo hotel do grupo inglês em Lisboa e fica a dois passos do Marquês de Pombal. A entrada pode ser feita pelo hotel, na Rua Camilo Castelo Branco, mas mais fácil será pela Rua de Santa Marta, por trás. Só o facto de ocupar a antiga igreja do convento torna o espaço especial

O Santa Joana faz parte do Locke, o novo hotel do grupo inglês em Lisboa.
O Santa Joana faz parte do Locke, o novo hotel do grupo inglês em Lisboa. Foto: DR

Depois da refeição, fica o convite para aproveitar o terraço, ouvir boa música e brindar com (mais) um cocktail na mão.

Onde: Santa Joana, Rua de Santa Marta, 61B, Lisboa

Preço: 35 euros por pessoa. Por mais 19 euros pode também incluir um pack de bebidas com os cocktails do brunch, vinho ou cerveja. As crianças até aos 4 anos não pagam, e até aos 12, pagam 25 euros.

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