Arady: quando Portugal e Marrocos se encontram à mesa
À frente do Arady estão uma mãe e duas filhas que se apaixonaram por Portugal, pelo seu povo e cultura, em 2023. Abriram este espaço e batizanam-no com um nome que significa "as minhas terras".

Fica mesmo por detrás do hotel D. Pedro, no condomínio Lx Living, a três minutos a pé das Amoreiras, em Lisboa, o novo espaço que funde gastronomia portuguesa com a dos seus vizinhos do norte de África. Aqui, tradição e costumes marroquinos convivem descontraidamente com influências do terroir português, arroz de polvo e bacalhau incluídos, pois claro. Chama-se Arady e é liderado pelo chef Hélder Martins.

Chegada ao espaço — e ainda antes da refeição — a Must recebeu um convite para refrescar as mãos com água de rosas, um ritual de boas-vindas tradicionalmente oferecido quando se entra numa casa marroquina. Para petiscar, optámos pelos pastéis de khili (€6), croquetes tenros, recheados com carne marroquina seca ao sol, marinada com especiarias e óleo. Deliciosos.

A tagine de robalo com chermoula (marinada marroquina feita com ervas, alho, limão e especiarias) e vegetais (€24) apresentou um peixe suculento, com pele grelhada, acompanhado por vegetais e camarões cozidos a vapor na perfeição. O bife angus com molho à Marrare, batata ponte nova e espargos salteados (€27) não ficou atrás entre os pratos principais, um dos bestsellers da casa, segundo a proprietária.

A carta de cocktails de assinatura desperta curiosidade. Sai um Zest da Medina (gin, limão mseyer, espuma infusionada com alecrim, €11) e um No Jardim (Bourbon, ameixa, água de rosas, leite, €13), por favor. O primeiro, a fazer lembrar um moscow mule: leve, fresco, vibrante; o segundo mais doce, denso e aveludado, o casamento perfeito com os pratos condimentados.

Para adoçar, as propostas fundem o melhor de dois mundos. Fondant de chocolate com frutos vermelhos e gelado de hortelã (€8), cheesecake de figos com amlou (€9), pudim de abade de priscos com telha de canela e sorbet de tangerina (€7), uma seleção de gelados e sorbets (€4,5), e a jawhara de maçã verde com caramelo salgado e gelado de baunilha (€8). A escolha recaiu para este último, uma massa crocante recheada com creme de maçã e um gelado suave e refrescante.

À frente do Arady estão uma mãe e duas filhas que se apaixonaram por Portugal, pelo seu povo e cultura, em 2023. Abriram este restaurante, um espaço que quer enaltecer o encontro entre as singularidades das duas culturas, e chamaram-lhe Arady, que em árabe significa "As Minhas Terras".
No comando da cozinha está o chef Hálder Martins, que, lá fora, já passou pelo The Fat Duck (três estrelas Michelin) e o Arzac (três estrelas Michelin). Em Portugal, esteve no histórico Tavares como chef executivo.

O ambiente não nos deixa esquecer as raizes marroquinas do projeto, arcos clássicos, iluminação artesanal em cobre e azulejos zellij carimbam a atmosfera. O Arady está aberto de segunda a sábado, do meio-dia às 15h, para almoço, e de terça a sábado, das 19h às 23h, para o jantar. Durante a semana, também há um menu executivo.
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