Azores Wine Company, a nova erupção vínica de António Maçanita
A Azores Wine Company de António Maçanita abre a sua adega na ilha do Pico, onde pode adormecer depois de se perder nos seus brancos de excelência e acordar sobre o azul turquesa.

Há cinco anos, o premiado enólogo António Maçanita juntou-se a Filipe Rocha e a Paulo Machado para fundar, em 2014, a Azores Wine Company e revolucionar a produção vinícola na ilha do Pico. Talentosa produtora de néctares graças ao seu terroir vulcânico de onde saem verdelhos e arintos frescos, com toques de fumo e de mar, esta ilha encantada dos Açores sofreu uma nova erupção desde que estes três apaixonados se juntaram.

Maçanita tem uma costela açoriana, cresceu a ir de férias a São Miguel, tentou plantar uma vinha no ano zero, quando tinha apenas 20 anos. Filipe formou-se em turismo e hotelaria em Ponta Delgada e organizava o festival gastronómico 10 Fest Açores quando convidou António a dar formação de vinhos em São Miguel, em 2008, e este foi meter o nariz na terra. Descobriu a casta Terrantez quase ao abandono, porque não rendia grande vinho, e já teria morrido não fosse um projeto dos Serviços de Desenvolvimento Agrário de São Miguel ao qual se aliou propondo depois comercializar a maior parte da produção. De uma adega de 50 metros quadrados, meia dúzia de cubas de aço e muito improviso saiu a primeira garrafa, em 2010. Foi o tiro de partida na demanda que tem feito para melhorar o vinho da região e reposicioná-lo no mercado.


Assim se juntou ao grupo Paulo Machado, da Insula Vinus, de cuja adega saíram duas edições especiais de arintos dos Açores já com a magia de António Maçanita. Em 2015, os três empresários compraram 50 hectares e recuperaram as vinhas, também ao lado dos proprietários locais, em cerca 125 hectares do Pico, e dois anos depois as vinhas despontaram: o Verdelho da região, equivalente ao da Madeira, as castas únicas de Arinto dos Açores e o de Terrantez do Pico. E ainda duas tintas antigas, Malvarisco e Saborinho, que plantaram enquanto lutaram para recuperar a cultura do tradicional vinho de cheiro. Consta que as uvas dos Açores estão hoje entre as mais caras de Portugal, a ombrear elogios com as dos campos americanos de Napa Valley, ou dos renomados franceses das regiões da Borgonha e de Champagne.


A sonhar com uma adega para brancos de topo, a Azores Wine chamou a portuguesa SAMI Arquitectos, de Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira, que viveram no Pico, e o atelier britânico DRHR de Daniel Rosbottom e David Howarth. Com um investimento de três milhões de euros, estes arrancaram com a obra em 2018 e ficou pronta em plena pandemia, na vindima de 2020: um cubo de cobertura inclinada que lembra os antigos tanques (e recolhe cerca de 1500 m3 de água por ano para rega) revestido a pedra recolhida no terreno que lembra os currais que protegem as vinhas da região. E homenageia os antigos conventos com um claustro interior, o ponto que liga as barricas do vinho às várias salas de provas e espaços para eventos - e aos seis quartos. É uma adega e um pequeno e charmoso hotel.

Como é tradiçã0, as adegas são espaços acolhedores, de convívio e provas que frequentemente oferecem estadia aos seus visitantes, neste caso são cinco apartamentos T0 e um T2 e todos beneficiam da bela paisagem protegida sobre o solo negro e vulcânico a sul que termina no mar. A nova adega mal se vê da estrada, mas avista a montanha que dá nome à ilha e um oceano imenso a perder de vista, um azul profundo que se estende até aos contornos do Faial e da ilha de São Jorge.
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