O top de tendências de viagem para a década que se avizinha é imenso. Fala-se em turismo espacial, em cruzeiros hipsters, em voos de luxo, na ausência de dinheiro físico e, claro na personalização, sempre a personalização. No entanto, à luz do paradigma atual de urgência climática e consequente consciencialização ecológica mas também social, elaborámos uma lista que consideramos mais proeminente – e down to earth – daquelas que serão as opções de jornada mais verdes para o viajante do ano 2020.
1. Transportes mais ecológicos
Oecoturismoouturismo ecológicodefine-se como o setor que pretende aliar a indústria turística à ecologia, através de atividades turísticas sustentáveis, que promovam um equilíbrio no meio ambiente. A consciencialização massificada para a questão ambiental nunca foi tão proeminente e milhões de jovens – já ouviu falar de Greta Thunberg? – e graúdos estão, no mínimo, atentos. Organizar uma viagem passa agora porter o planeta em consideração. Assim, planear, vivenciar e repetir a expedição, se desejável, tornou-se atualmente um processo muito mais criterioso aos olhos do viajante. Da mesma forma,companhias aéreas,empresas de aluguer de automóveis,operadoras turísticas,hotéise outras formas de alojamento,restaurantese, basicamente, todo o tipo deempresasligadas à industria estão a adaptar-se a esta tendência, que só aumentará nofuturo. A oferta e a procura unem-se assim em esforços conjuntos para encontrar soluções mais queridas ao ambiente.
2. V de Vegan
O mundo está a mudar os seus hábitos alimentares e de consumo em geral. Oveganismofoi o tópico mais popular de2019, segundo oThe Economistque o denominou mesmo deO Ano do Vegan. Já a revistaForbesfala numa massificação de um estilo de vidaplant basedcomo nunca antes se observou. Esta explosão puramente vegetal atingiu, naturalmente, as ofertas aos turistas e viajantes. Opções vegan em menus já não são novidade emcafés,restaurantesehotéis. Estes espaços e experiências querem-se antes verdes de uma forma maisholística, onde dormir em edredões de lã, seda ou penas não é opção. O cliente emergente não almeja só a ausência de carne, peixe, ou produtos animais, na verdade, quer-se igualmente ummenor desperdício, ummenu mais éticoe, no fundo, umcomércio mais justo.
3. Opções B
Oovertourismcoloca um desafio imenso à indústria que o comporta e na prática torna-se insustentável quer para o comum turista – recorda-se da última vez que conseguiu ver aMona Lisa para lá de um aglomerado deselfies? Ou mesmo passear sem percalços na baixa pombalina? – quer para as infraestruturas das metrópoles que o acolhem e claro, sem falar no impacto ambiental decorrente. Em resposta a esta dificuldade surge o que oBookingdenominou da ascensão doViajante de Segunda Cidade. Segundo o conhecido site agregador de tarifas de viagens, cerca de metade dos viajantes a nível mundial deseja ser um participante ativo naredução deste excesso de turismo, pelo que a mesma percentagem aproximadamente revela que substituiria o seu destino de eleição por outro alternativo menos conhecido, com propósitos ecológicos em mente. Coimbra, Málaga, Lille ouAntuérpia: atreve-se?
4. In Loco
No seguimento da terceira tendência, a verdade é que a novidade não se quer só em segundas cidades, mas mais além, em destinos improváveis, rotas inovadoras e atrações distintas em oposição aos locais de sempre, os quais, aliás, conseguimos nomear de cor. Por sua vez,o viajante moderno quer imergir por completo na experiência local.Quer testemunhar paisagens e conhecer lugares menos acessíveis; quer provar os produtos locais com ingredientes orgânicos e as frutas colhidas na estação; quer participar nastradiçõesda terra e interessar-se pelos residentes locais. Estes, aliás, desempenham um papel único, pois é através da sua palavra enquanto guias informais que o viajante dominará a região onde se encontra. Longe vão os tempos das viagens integrais planeadas em agência, onde os turistas eram remetidos para um resort, pulseira com direito a tudo – mas sem grandes novidades – e onde interagiam sobretudo com as pessoas do seu grupo. Quer-setudo fora da caixa, portanto.
5. Viajar pelo bem
Outra dastendênciasde viagem que sem dúvida integra o catálogo de 2020 prende-se, muito em linha com as já citadas, na ideia de que uma viagem pode ser umaexperiência transformadora. Não só com o próprio, mas através do contacto com o outro, seja emprojetos de sustentabilidade,contributo socialoupromoção da economia local. Tudo isto, claro, num ambiente de entreajuda e numa troca constante de aprendizagens, valores, ideias e ideais. Muitas pessoas sentem que para fazerem a diferença é importante saírem da sua zona de conforto e algumas decidem mesmo tirar férias para isso ou fazer uma pausa nacarreira. Viajar para fazer o bem, seja num santuário de conservação de elefantes na Tailândia, numa escola em Moçambique ou a limpar uma praia naIndonésianunca fez tanto sentido. Já existem, inclusivamente, plataformas criadas para permitirintercâmbios culturaisdeste tipo, com vantagens para todos os participantes envolvidos.