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O hábito que Bill Gates não dispensa - e porquê

O confundador da Microsoft, hoje com 67 anos, aprendeu da pior maneira que esta prática diária é essencial para uma boa saúde física e mental. Logo, para o seu negócio.

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11 de agosto de 2023 | Ana Filipa Damião

Havia um certo aspeto da vida que Bill Gates desprezava no início da sua carreira na Microsoft: dormir. Em 2019, o multimilionário, hoje com 67 anos, escreveu no seu blogue que "sabia que não era bom quando trabalhava principalmente à base de cafeína e adrenalina", mas que estava obcecado com o trabalho e acreditava que dormir era preguiçoso e desnecessário.

O cofundador da Microsoft chegou mesmo a competir com os seus colegas para ver quem dormia menos nos seus 30/40 anos - porque quem dormia menos, trabalhava mais e era mais produtivo. Era uma meta a ser alcançada.

Mais tarde, percebeu que descansar era essencial para o corpo e para a mente, daí ter começado a dormir pelo menos sete horas por noite, como explicou, de novo, num recente episódio do podcast Unconfuse Me with Bill Gates, com os atores e humoristas Seth Rogen and Lauren Miller Rogen, sobre a doença de Alzheimer e a sua relação com o sono. Um tópico com que Gates está familiarizado, uma vez que o seu pai faleceu em 2020 com Alzheimer. "Agora sabemos que, para manter a saúde do cérebro, dormir bem, mesmo na adolescência, é muito importante", disse Gates. "É um dos fatores mais preditivos de qualquer demência, o facto de se estar a dormir bem." E são vários os estudos que o sugerem.

Um da Universidade de Cambridge, em Inglaterra, e da Universidade de Fundan, na China, descobriu que indivíduos com mais de 40 anos necessitam dormir sete horas por noite para protegerem a saúde mental. Quem o fez, durante a investigação, teve melhores resultados nos testes de velocidade de processamento de informação, de atenção visual, de memória e de resolução de problemas realizados durante a experiência.
Segundo a pesquisa, a área do cérebro que foi afetada pela duração do sono dos voluntários é considerada o centro da nossa memória.

Um outro, levado a cabo por médicos residentes do Colégio Americano de Cardiologia, revelou que quem tem melhores hábitos de descanso, tem menos probabilidades de morrer precocemente, o que se traduz para um aumento da esperança de vida de 4,7 anos para os homens e 2,4 para as mulheres.  

Uma investigação da Harvard Medical School, de 2021, afirma ainda que os adultos com mais de 61 anos que dormem menos de cinco horas por noite têm o dobro da probabilidade de desenvolver demência ou morrer dentro de alguns anos em comparação com aqueles que dormem entre seis a oito horas por noite, noticiou o canal CNBC.

"Quando era jovem, a convenção era: ‘Dormes quando morreres. O sono não é assim tão importante’, disse Seth Rogen no podcast, cuja sogra também foi diagnosticada com Alzheimer. "E agora já sabemos que isso é completamente oposto à verdade e que talvez seja a coisa mais importante que podemos fazer para manter o cérebro saudável." Antes, "costumava-se pensar que fumar era saudável. É semelhante" com o sono, afirmou o ator, explicando que a mudança de mentalidade e de atitude relativamente ao descanso tem sido idêntica à mudança de mentalidade no que toca ao consumo de tabaco.

Os mais jovens também precisam de dormir bastante para ter um bom desenvolvimento físico e mental: os especialistas indicam oito a dez horas para os adolescentes, sendo que o número de horas apenas aumenta quanto mais nova for a criança.  

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