Definida como um esgotamento físico e mental causado pelo exercício de uma profissão, a Síndrome de Burnout faz, desde o ano passado, parte da lista de doenças da Organização Mundial de Saúde. E não é para menos: as pesquisas apontam que 70% de uma amostra de dez mil pessoas, a viver em sete países diferentes, sofreu um esgotamento em 2022. A condição está muitas vezes associada a questões físicas, como enxaquecas ou alterações do sono e apetite; emocionais, traduzindo-se em tristeza e ansiedade; cognitivas, através de dificuldades de concentração e conclusão de tarefas; e ainda sociais, com tendência para o isolamento.
Contudo, há esperança para quem se vê nesta situação pouco favorável, de acordo com uma investigação publicada no jornal académico Applied Psychology Health and Well-Being, na qual se estudaram as melhores formas de recuperação de um burnout no âmbito profissional, com base nas atividades (sociais, físicas, de baixa carga física e psicológica, criativas, domésticas e relacionadas com o trabalho) e experiências (os atributos subjacentes às primeiras) que um grupo de pessoas realizava aos fins de semana. No fim, concluiu-se que as atividades que mais contribuiam para a recuperação eram aquelas relacionadas com as características de desapego psicológico, relaxamento, domínio e controlo.
Fora do horário laboral, o ideal é assim optar por tarefas que nada tenham a ver com o trabalho, de modo a não prejudicar a saúde mental. Por outras palavras, o segredo está em desligarmo-nos um pouco desse mundo. Em vez de seguirmos as notificações persistentes do telemóvel, podemos ir passear ou fazer exercício físico. É importante que a agenda escolhida para os dias de lazer seja relaxante e não causadora de stress.
Por fim, vale a pena destacar as práticas relacionadas com as experiências de domínio e controlo, uma vez que quem sofre de stress crónico pode sentir-se menos capaz e descontente com o seu emprego, daí a necessidade de controlar as coisas à sua volta e de redefinir vários aspetos da sua vida. Neste sentido, será positivo dedicarmo-nos a hobbies em que somos bons, pois contribuir para a melhoria de competências, autoestima e bem-estar geral.