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Será que continua a ser produtivo trabalhar 5 dias por semana?

Steven Roth, um dos maiores investidores americanos, tem vindo a apostar cada vez mais no trabalho híbrido acreditando que as sextas-feiras estão "mortas para sempre".

O Lobo de Wall Street (2013).
O Lobo de Wall Street (2013). Foto: IMDB
18 de julho de 2023 | Vanda Carreto / Com Rita Silva Avelar

Depois da pandemia e com a crescente tendência para o teletrabalho, o a discussão de cinco ou quatro dias de trabalho semanais e o trabalho híbrido tem vindo a ficar mais unânime. Em muitos países já foi implementada a lei que permite aos trabalhadores decidirem se querem trabalhar quatro ou cinco dias por semana.

Guiadas por dados administrativos, inquéritos e entrevistas feitas aos trabalhadores, algumas empresas no Reino Unido decidiram realizar testes de seis semanas. Citados pelo Jornal de Negócios e pela Euronews, os investigadores classificaram este projeto piloto como um "sucesso" quando testada a semana de 4 dias. A Escócia e o País de Gales também se juntaram a esta iniciativa e começaram a realizar testes no início deste ano. Entre 2015 e 2019, a Islândia realizou o maior projeto piloto mundial de uma semana de 35 a 36 horas de trabalho, tornando-se assim num dos líderes na semana de trabalho de quatro dias.

Este acabou por ser considerado um sucesso por investigadores e sindicatos islandeses e levou a que quase 90% da população ativa tenha agora horários reduzidos. Em Portugal este tema também já começou a ser debatido e em fevereiro de 2023 várias empresas começaram a ser alvos de inquéritos de forma a perceber se este método também terá futuro no nosso país, este teste ainda durará até ao final de 2023 e só em fevereiro de 2024 é que o inquérito pós-piloto será iniciado.

Steven Roth, presidente de uma das maiores empresas de investimento imobiliário, começou a apostar na possibilidade de o trabalho híbrido ter vindo para ficar. Para além do investidor ter descrito, ao The Wall Street Journal, que as sextas-feiras estão "mortas para sempre", disse ainda que as segundas são do género "toca a foge" [por serem dias em que os funcionários vão lá picar o ponto].

A Placer.ai, uma empresa que analisou os dados de tráfego de 800 edifícios de escritórios nos Estados Unidos, concluiu num relatório, que as pessoas após a pandemia optaram por regressar ao escritório apenas a meio da semana, concluindo também que às terças os níveis de ocupação do escritório rondavam os 62% e que às quartas e quintas estavam próximos dos 60%. Às segundas e sextas registaram-se apenas metade do que o que era antes da pandemia.

Apesar de serem muitos os interessados nesta semana de quatro dias e no trabalho híbrido, existem outros tantos que não concordam… Em fevereiro, a Amazon anunciou que os trabalhadores tinham obrigatoriamente de ir ao escritório três dias por semana, uma ordem que os trabalhadores não aceitaram da melhor maneira e têm, até agora, lutado contra ela. Já o CEO da Disney, Robert Iger, disse aos trabalhadores que teriam de frequentar o escritório quatro dias por semana afirmando ainda que "nada pode substituir o trabalho presencial". Mais uma vez, os trabalhadores não gostaram da ideia e responderam com uma petição que reuniu mais de duas mil assinaturas.

Saiba mais Saúde, Trabalho, Escritório, Pandemia, Steven Roth, Amazon, Robert Iger
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