O ser humano pode viver até aos 150 anos, dizem os cientistas
Um estudo revolucionário estabeleceu um “ritmo de envelhecimento” capaz de prever o tempo que podemos viver. E os multimilionários de Silicon Valley estão a tomar nota. Por Nick Allen.

O ser humano pode, potencialmente, viver até aos 150 anos, segundo a conclusão de cientistas que levaram a cabo um novo estudo revolucionário.
No entanto, quaisquer expetativas que os multimilionários de Silicon Valley pudessem ter de se tornarem imortais foram destruídas. É que os investigadores disseram que 150 anos de idade é o "limite absoluto" que qualquer corpo humano saudável é capaz de suportar.
Milhares de voluntários nos EUA e no Reino Unido contribuíram com dados para o estudo, que analisou amostras sanguíneas e a contagem diária do número de passos percorridos – valores recolhidos com recurso a uma aplicação do iPhone. Os cientistas calcularam quanto tempo demorava um corpo a recuperar de um esforço, analisando a contagem das células sanguíneas e o número de passos diários. E constataram que o tempo de recuperação vai sendo mais longo com o passar da idade.
Recorrendo à inteligência artificial, os investigadores conseguiram avaliar a diminuição da "resiliência" do corpo e extrapolar as mudanças ao longo do tempo até ao ponto em que o corpo deixava de ter qualquer resiliência.
"A pergunta que os investigadores quiseram ver respondida foi ‘qual o período temporal mais longo que pode ser vivido por um complexo sistema humano se tudo o resto correr muito bem e num ambiente sem stress?", explicou à Scientific American a diretora do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade de Duke (EUA), Heather Whitson – que não esteve envolvida no estudo. Assim se estabeleceu um "ritmo de envelhecimento" capaz de prever o máximo de tempo que podemos viver.
O estudo, publicado na Nature Communications, foi conduzido pela Gero, empresa sediada em Singapura, em colaboração com o Roswell Park Comprehensive Cancer Center, em Buffalo, Nova Iorque.
As conclusões retiradas a partir das amostras de sangue e da contagem dos passos diários "apontaram precisamente para o mesmo futuro", constataram os autores do estudo. Segundo a investigação, o envelhecimento manifestou-se como um "declínio funcional progressivo" e a "resiliência" "acabava por se perder na faixa etária entre os 120 e os 150 anos, indicando assim o limite absoluto do tempo de vida do ser humano".
"Consequentemente, consideramos que a perda de resiliência não pode ser evitada, nem no caso das pessoas mais bem sucedidas no processo de envelhecimento", diz o relatório.
Ao que se sabe, a pessoa que já viveu mais tempo até hoje foi Jeanne Calment, uma francesa que morreu em 1997 com 122 anos. Ou seja, 28 anos antes do tempo que o estudo prevê como "limite absoluto" para um ser humano. Atualmente, a esperança média de vida a nível mundial é de 73 anos. Em 1950 era de 47 anos.
A subida contínua da esperança média de vida contribuiu para que muitos acreditem que o ciclo de vida pode ser ainda mais longo se conjugado com iniciativas de promoção da saúde e de preparação física.
Muitas empresas e indivíduos abastados já começaram a procurar formas de aumentar o tempo de vida. Peter Thiel, empreendedor multimilionário de Silicon Valley [que co-fundou o PayPal], financiou os trabalhos de investigação de uma empresa [a United Biotechnology] que visa combater o envelhecimento e declarou-se a si mesmo "contra a morte".
A Google também deu o seu apoio à causa, com a formação de uma empresa [Calico – abreviatura de California Life Company] que visa prolongar a longevidade do ser humano.
"Os seres humanos saudáveis que participaram no estudo mostraram ser muito resilientes", sublinha o estudo da Gero. Mas acrescenta: "Apesar de esta tendência ser consistente mesmo em idades mais avançadas, a extrapolação revela uma completa perda de resiliência do corpo humano – ou seja, a sua capacidade de recuperar – algures entre os 120 e os 150 anos". "A menor resiliência foi mesmo observada em indivíduos que não sofriam de doenças crónicas de relevo".
"Isso explica por que motivo a prevenção e tratamento mais eficaz das doenças relacionadas com a idade apenas conseguem melhorar o tempo médio de vida – e não o tempo máximo de vida –, a menos que tenham sido desenvolvidas verdadeiras terapias de antienvelhecimento", salienta Andrei Gudkov, coautor do estudo.
Segundo os cientistas envolvidos na investigação, é possível que o "limite absoluto" possa ser aumentado no futuro. "Medir e avaliar algo é o primeiro passo antes de se proceder a uma intervenção", comentou Peter Fedichev, co-fundador da Gero [que diz que o próximo passo da sua equipa será encontrar formas de intercetar a perda de resiliência].
Créditos: Nick Allen / The Telegraph / Atlântico Press
Tradução: Carla Pedro
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