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Faz capturas de ecrã nas redes sociais ou nas aplicações de encontros? Estes são os riscos que corre

Algumas apps, como o Badoo e a Raya, nem permitem fazê-lo.

Euphoria (2019).
Euphoria (2019). Foto: IMDb
14 de abril de 2023 | Inês Aparício

É raro conhecermos quem não tenha pelo menos uma rede social, mais ainda quem consiga permanecer 100% anónimo na internet a partir do momento em que cria uma. Ainda que consigamos manter privadas algumas informações, pelo menos para algumas pessoas, tudo o que publicamos está disponível para o mundo inteiro, quer queiramos, quer não. No fundo, é aquela velha máxima do "uma vez na internet, para sempre na internet". Porém, há algo que deveria ser sempre guardado a sete chaves: as conversas que trocamos, quer no Instagram ou no Facebook, quer em aplicações de encontros.

Não é por acaso que essas mensagens são trocadas apenas entre duas pessoas (por norma, ainda que, como todos sabemos, seja possível adicionar mais utilizadores ao chat) e não partilhadas no feed de alguém. Por isso mesmo, devem manter-se apenas nessa janela.

Mas não é só a questão da privacidade que é relevante aqui. Ainda que, na maioria das vezes, captemos imagens das conversas apenas por diversão e "fofoca", ao partilhá-las nas redes sociais, acabamos por criar um ambiente de humilhação em praça pública, por vezes sem razão. Além disso, quando partilhamos mensagens ou o perfil de alguém, expômo-lo de forma, por vezes, decisiva, podendo colocar a sua segurança em risco. Não precisamos de relembrar que existem muitas pessoas com más intenções que rapidamente fariam uma pesquisa intensiva para descobrir mais detalhes sobre o utilizador em causa e, eventualmente, segui-lo até casa ou até ao local de trabalho.

Algumas aplicações, como a Raya - uma app exclusiva a membros premium - e o Badoo, não permitem a captação de imagens à tela do telemóvel. Esta última introduziu, em 2021, uma funcionalidade que, no caso dos telemóveis com Androids, impede screenshots na aplicação e, nos iOS, envia uma notificação a pedir que o utilizador repense a sua ação. "O Screenshot Block não está aqui para parar a diversão na comunidade, mas para proteger os utilizadores de comportamentos negativos, como terem a sua privacidade invadida ou as suas imagens e conversas partilhadas sem o seu consentimento", pode ler-se no site.

Esta iniciativa surgiu depois de uma análise feita pela aplicação que concluía que 93% dos inquiridos admitiam tornar-se mais honestos e transparentes em apps de encontros se os screenshots das conversas não fossem possíveis. No mesmo estudo, percebeu-se que mais de metade dos usuários (57%) sentiam-se preocupados com a possibilidade das suas mensagens privadas poderem ser partilhadas com outros e que 24% já tinham visto os seus conteúdos pessoais partilhados sem o seu consentimento.

Tinder, por outro lado, permite fazê-lo, mesmo sem notificar os utilizadores de que foi feito um screenshot. O mesmo acontece, por exemplo, com o Hinge ou o Bumble, tudo aplicações de encontros.

Há, como em tudo, uma exceção à regra: quando for perturbado por alguém ou presenciar um comentário abusivo deve, sim, tirar uma captura de ecrã. No caso do Badoo é garantido pela aplicação que a ferramenta de proibição de screenshots não tem qualquer impacto aquando da denúncia de algum tipo de comportamento considerado inadequado ou ofensivo.

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