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Clubhouse. A nova rede social onde se fala e ouve, mas não se escreve

Depois de Elon Musk ter sido avistado na plataforma, o mundo correu para o Clubhouse. Mas como funciona exatamente esta rede social que dizem ameaçar os podcasts? E como é que se recebe um convite?

A rede social Clubhouse foi lançada em 2020 mas agora é que não se fala de outra coisa
A rede social Clubhouse foi lançada em 2020 mas agora é que não se fala de outra coisa Foto: Getty Images
24 de fevereiro de 2021 | Joana Moreira

Imagine que entra num bar (com o confinamento é difícil colocar-se esse cenário, mas faça o exercício), e vê várias mesas com grupos de pessoas. Imagine agora que se pode juntar a qualquer uma dessas mesas, ouvir a conversa e, se quiser, participar. A qualquer momento, pode sair dessa mesa e ir escutar a conversa da mesa ao lado, uma vez mais, podendo contribuir para a discussão. É basicamente esta a premissa do Clubhouse.

Nesta nova rede social não há fotografias (além da de perfil, para identificar os utilizadores), nem vídeo, nem texto. Há apenas som. Toda a comunicação é feita sob a forma de áudios, em "salas" comuns, e em tempo real. Isto significa que não pode enviar mensagens diretas a outros utilizadores, nem ouvir conversas que já aconteceram (ao invés dos diretos do Instagram que podem ser gravados e disponibilizados no final). Qualquer gravação externa feita por utilizadores está expressamente proibida pela aplicação.

Tal como noutras redes sociais, também aqui existem seguidores, que são notificados quando as pessoas que seguem participam em salas de conversação. Quando entra numa sala, fica automaticamente na audiência, podendo escutar toda a conversa. Se quiser participar na discussão, é necessário manifestar essa vontade para que um dos moderadores da sala o autorize a migrar para a área de speakers da mesma.

Há ainda a possibilidade de criar as suas próprias salas, públicas ou privadas. Ao longo do tempo, foram implementadas, sob a forma de acordos tácitos, uma série de boas práticas, como não falar ao mesmo tempo, ou silenciar o próprio microfone quando não se está a falar para evitar o ruído que dificulta o diálogo.

Para já, o Clubhouse está disponível apenas para iOS, ou seja, é necessário ter um iPhone para o descarregar, o que tem levado à crítica de que a aplicação é elitista. O CEO da empresa que gere a app diz que este é ainda um formato beta e que a versão para Android está a caminho.

Também o facto de só estar acessível através de um convite de um utilizador já registado tem impulsionado a curiosidade por esta rede ainda exclusiva. Por enquanto, para entrar na aplicação é mesmo necessário ter um convite. Cada utilizador tem direito a alguns convites, que pode estender à sua rede de contactos. Com a utilização continuada, é possível acumular mais convites e, por conseguinte, convidar mais pessoas. É também possível submeter o pedido de adesão à plataforma, ficando pendente até que alguém ceda a entrada.

A aplicação foi lançada em 2020, mas chegou ao top da loja de aplicações da Apple apenas nos últimos meses, após a presença de personalidades mediáticas como Elon Musk, CEO da Tesla, Oprah, Kevin Hart, Mark Zuckerberg ou outros gigantes da tecnologia. A possibilidade de ouvir e interagir com nomes sonantes das mais diversas áreas tem sido, aliás, um dos motivos para a grande popularidade da plataforma.

Uma experiência viciante

Não estranhe se depois de instalar a aplicação o seu número de horas em frente ao ecrã disparar. É comum, sobretudo para primeiros utilizadores. Facilmente uma sala consegue estender uma conversa para 4, 5 horas, muitas vezes com alteração de moderadores pelo meio.

Por se assemelhar aos podcasts na medida em que vive apenas do áudio e é possível ficar a ouvir enquanto se faz outras tarefas, muitos são os que já admitem trabalhar a ouvir conversas no Clubhouse. Já houve quem admitisse fazê-lo enquanto toma banho ou está na casa de banho. Em qualquer dos casos, a "regra" é a mesma: desligue o microfone.

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