Estilo / Moda

Review de treinos. 7 modelos de ténis para correr como nunca

Testámos algumas das melhores sapatilhas de corrida da estação e, entre opções para praticantes de fim de semana a (quase) atletas de elite, aqui ficam algumas sugestões para diferentes tipo de terreno, objetivos pessoais e até orçamentos.

Foto: Pexels
28 de março de 2023 | Miguel Judas

Asics Fujispeed

Como se pode comprovar noutros modelos da Asics presentes neste artigo, a marca japonesa parece apostada em revolucionar alguns dos seus modelos mais icónicos e essa sede de inovação chegou também em força à corrida em trilhos. O melhor exemplo disso mesmo são estas novas sapatilhas da família Fuji, que incluía já os Lite e os icónicos Trabuco, e conta agora com estes novos Fujispeed, um arrojado modelo inspirado nas sapatilhas de estrada, mais indicado para percursos curtos (até 20 km) e não demasiado técnicos. Mas como em corridas fora de estrada a piada está mesmo em levar tudo ao limite, foram quase 30 km num terreno bem mais acidentado que o previsto, em especial ao nível da lama. E ao contrário do que seria de esperar de um design tão minimalista, em tudo contrário às tendências mais "porta-aviões" tão em voga no Trail, estes Fujispeed são mesmo confortáveis em qualquer tipo de terreno. No que à aderência diz respeito também quase fizeram o pleno. Só mesmo naquela lama tipo barro é que por vezes derrapavam um pouco. Já a tão apregoada leveza, que se confirma, torna-os perfeitos para atletas mais rápidos – ou pelo menos darem-nos a sensação que o somos, mesmo quando o relógio prova o contrário. PVP: €80

Asics Fujispeed.
Asics Fujispeed. Foto: Miguel Judas

Saucony Peregrine 13

Ao contrário do que diz a popular superstição, o número 13 nada representa de azar para a Saucony neste novo modelo das já muito populares Peregrine. Mantendo a já conhecida e comprovada meia-sola em PWRRUN das Peregrine 12, mas ganhando 1.5mm em altura e conseguindo, ainda assim, reduzir o peso, este modelo acrescenta ainda mais algum conforto a quem procura fazer distâncias superiores a 20km, embora o drop se mantenha nos 4mm. O que, convenhamos, não é coisa pouca, mantendo-se assim como um dos modelos de excelência da marca americana para quem procura andar muito rápido em trilhos bastantes técnicos, seja em treino ou em prova e muito graças aos pitons de de 5mm em PWRTRAC, que permitem sempre manter o controle da passada. Em paralelo, foram ainda lançados mais dois modelos alternativos das Peregrine 13: as Peregrine 13 ST, com pitons de 6,5mm, indicadas para terrenos macios como lama ou areia onde a necessidade de aderência aumenta; e as Peregrine 13 GTX, pensadas para terrenos mais molhados e escorregadios, quando a chuva é uma constante. PVP: €150

De sublinhar ainda a preocupação da marca com o ambiente, produzindo mais um modelo Vegan feito com materiais reciclados

Saucony Peregrine 13.
Saucony Peregrine 13. Foto: Miguel Judas

On Cloudmonster

Criada há pouco mais de dez anos pelo antigo campeão mundial de duatlo Olivier Bernhard, a On tem-se afirmado mundialmente pela introdução de diversas inovações, tanto ao nível da tecnologia como de design, que reinventaram por completo o conceito de sapatilhas de corrida. Mas nunca, como agora, com os novos Cloumonster, a marca suíça deu uma passada tão ambiciosa, em direção ao anunciado objetivo de "transmitir ao atleta a sensação de corrida perfeita". A própria campanha da marca não faz a coisa por menos, anunciando ao mundo que "o monstro foi libertado da jaula", com "a criação mais excêntrica da On até à data". Basta aliás olhar para estas sapatilhas, para o perceber, mas é só mesmo ao usá-los que se percebe quão diferentes são – a quase um ponto de ou se ama-se ou odeia-se. Trata-se de um modelo de amortecimento máximo, que eleva ao mais elevado expoente a tecnologia Cloud, como são conhecidas as caixas-de-ar da sola, de forma a garantir "um amortecimento multidirecional" e assim "reduzir a fadiga". E tudo isso se comprovou no terreno, tanto a um ritmo mais lento como acelerado. Além de bastante confortável, o elevado nível de amortecimento e acolchoamento até consegue tornar a corrida mais divertida, pela sensação de impulso que está sempre presente a cada passada. PVP: €179,95

On Cloudmonster.
On Cloudmonster. Foto: Miguel Judas

Asics Gel Nimbus 25

É sempre um risco pegar num modelo tão icónico e amado por gerações de corredores como o Gel Nimbus e torná-lo em algo completamente novo, mas como já foi dito ali em cima, depois de anos a fio com uma atitude bastante conservadora, a marca japonesa parece ter acordado para a realidade e entrou a toda a velocidade na cada vez mais competitiva corrida da inovação. E para que não houvesse dúvidas, o modelo nº 25 da famosa gama foi nada mais, nada menos, apresentado como o mais confortável do mercado. E de facto, provavelmente, são-no, conforme pudemos comprovar não só em treinos como em competição, mais em concreto durante a edição deste ano da Maratona de Sevilha, onde passaram o teste com distinção, permitindo baixar o recorde pessoal em cerca de dez minutos. Além da questão conforto, sempre importante numas sapatilhas pensadas para percorrer grandes distâncias, são também bastante responsivas, dando a cada passada aquela sensação de impulso para a frente, sem perder qualquer capacidade de amortecimento. Isto apesar de estarem ligeiramente mais pesadas (290g) e um pouco mais altas, mas com um design completamente novo, incluindo mais de 15mm de espuma na meia-sola, que dão ao corredor a sensação contrária: parecem bem mais leves e rente ao solo do que realmente são. PVP: €200

Asics Gel Nimbus 25.
Asics Gel Nimbus 25. Foto: Miguel Judas

Adidas Ultraboost Light

Parece que foi ontem, mas já passaram dez anos desde que a Adidas revolucionou o mercado, com a introdução da tecnologia Boost. A partir daí, correr tornou-se sinónimo de muito mais coisas, que não somente colocar um pé a seguir ao outro, como aliás se comprova a cada ano, tanto nas tendências do mercado, como nos recordes que a tecnologia tem ajudado a bater. Mas adiante, que na corrida como na vida o caminho faz-se sempre para a frente. Ainda que no caso da Adidas o seu modelo vencedor tivesse um calcanhar de Aquiles, a ver com, ironia das ironias, o excesso de peso. É que apesar de todos os prós – e eram muito mais que os contra –, ano após ano, a comunidade de corredores continuava a queixar-se das mais de 300 gramas que os Ultraboost continuavam a "pesar", até pela desejo de se ter um modelo cada vez mais leve nos pés, como se isso nos transformasse num atleta de elite. Essa barreira psicológica foi agora pela primeira quebrada, com os Ultraboost Light, que passaram para uns mais leves 290 gramas. E depois de alguns treinos, continuam a ser bem mais os pros que os contra, nomeadamente ao nível da estabilidade e do conforto, ainda que ao nível do retorno de energia pareça ter ficado a perder um pouco em comparação com os antecessores. Em tudo o resto, porém, são vencedores, seja para simples treinos diários ou para percorrer longas distâncias, com a particularidade de serem mais frescos que os antecessores, o que num país como Portugal é claramente uma vantagem. PVP: €190

 Adidas Ultraboost Light.
Adidas Ultraboost Light. Foto: Miguel Judas

Asics Metaspeed Sky 2

Antes de tudo o resto, é necessário fazer uma declaração de interesses, pois o autor destas linhas não terá porventura a capacidade atlética ideal para tirar o melhor partido de umas sapatilhas de elite como é o caso. Recordando a conversa inicial de como a Asics apostou na inovação, após anos de algum conservadorismo, essa corrida teria de passar também pela tendência das sapatilhas com placas de fibra de carbono, que têm ajudado a quebrar recordes atrás de recordes. E de facto, a haver uma corrida que coroasse as sapatilhas perfeitas, a mais recente versão das Metaspeed Sky estão mesmo sobre a linha da meta. Com pouco mais de 200 gramas, são das mais leves do mercado, mas isso é apenas um pormenor, quando todos os pesos são colocados na balança. A mudança da placa de fibra de carbono, que agora está um pouco mais acima e numa posição menos curva é uma das principais alterações, que faz toda a diferença – segundo os atletas de elite que a usam. Para os restantes corredores, a sensação é de estarmos a conduzir um Ferrari, que nos faz sentir um piloto de Fórmula 1 – mesmo sem termos mãos (ou neste caso pés) para ele, continua a ser muito divertido. Mas como todos sabemos, há amadores tão profissionais como os atletas de elite e, para esses, apesar do elevado preço, trata-se de um investimento de retorno garantido. PVP: €250

Asics Metaspeed Sky 2.
Asics Metaspeed Sky 2. Foto: Miguel Judas

New Balance Fresh Foam X 1080 v12

Diz a própria New Balance no respetivo site que, se apenas fabricassem umas sapatilhas de corrida, "essas seriam as 1080". E muitos corredores pelo mundo inteiro concordariam com essa decisão, pois trata-se do modelo de assinatura da marca americana, que tem sabido inovar sem desvirtuar um legado construído ao longo de anos. Mas como se percebe pelos exemplos aqui já referidos, a concorrência é cada vez mais forte e a inovação também é desde há muito um trunfo para a New Balance, que tem na tecnologia Fresh Foam um dos seus principais ases. Se há algo que define este modelo é a versatilidade e esta nova versão não foge à regra, sendo tão perfeito para um corredor de fim-de-semana como para um atleta de elite a treinar para um grande competição mundial. As suas principais características são um maior amortecimento, com zonas de flexão mais naturais, especialmente em pontos mais estreitos. Outra particularidade é a respirabilidade, que permite manter os pés sempre frescos, mesmo quando se percorrem grandes distâncias. O que num país como Portugal, onde a estação quente dura quase metade do ano, não é pormenor a descurar na altura de escolher umas sapatilhas de corrida. PVP: €190

New Balance Fresh Foam X 1080 v12.
New Balance Fresh Foam X 1080 v12. Foto: Miguel Judas
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