Não é incomum associarmos maiores níveis de stress à confusão vivida no trânsito. Afinal, o som repetitivo das buzinas e dos motores, verdadeira poluição sonora, são causas de imenso desconforto. É caso até para se dizer que a expressão "de ferver o sangue" pode ser quase levada ao sentido literal neste tipo de situações, ideia sustentada por um estudo recente do Colégio Americano de Cardiologia, que revela que a exposição ao ruído do tráfego pode elevar o risco de hipertensão.
Os investigadores analisaram os dados de mais de 240 mil residentes do Reino Unido, entre os 40 e os 69 anos e sem indícios de pressão arterial elevada. Ao longo do estudo, que durou em média 8,1 anos, foi estimada a poluição sonora a que estas pessoas estiveram expostas com base na sua morada e através do Método de Avaliação do Ruído Comum.
Os resultados divulgados na publicação JACC - Journals of the American College of Cardiology - desmonstraram que quem vive perto de zonas de grande movimentação automóvel, e daí com maior poluição sonora, tem maior tendência a desenvolver problemas de hipertensão. Também foi descoberto que o risco aumenta conforma o nível de exposição ao ruído, e que a poluição do ar pode contribuir para o risco de hipertensão.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1,28 mil milhões de adultos com idades entre os 30 e os 79 anos sofrem desta condição.