Chef Pedro Almeida: "Houve muitos negócios a desaparecer, muitos restaurantes que fecharam"
Entrevistámos vários chefs que se deparam, mais uma vez, com as portas dos seus estabelecimentos fechados. Pedro Almeida, do Midori, no Penha Longa Resort, não baixa os braços e fala com otimismo dos desafios do momento.
Estava longe da ideia de voltarmos a fechar? Como vive o momento atual?
Tem corrido melhor, nesse sentido, em relação ao primeiro confinamento?
A verdade é que sim, temos mais serviços de take-away, e vemos que as pessoas estão mais interessadas em comer as nossas refeições mas em casa. Nós não podemos ser utópicos e dizer que o take-away vai ser a solução ou que vai salvar tudo, ou até que vai ter a mesma qualidade que temos nos restaurantes. O conceito de restqaurante vive mais da experiência do que propriamente só da comida.
Em que medida é que o take-away se distancia da experiência no restaurante?
Não acredito que o serviço take-away vá alguma vez substituir aquilo que fazemos num restaurante, e eu acredito que quando isto terminar iremos ter outra vez pessoas a querer sair para comer, um boom. O que acontece é que, para já, criámos uma oferta gastronómica para não privar as pessoas de um estilo de vida gastronómico mais cultural, para que possam continuar a provar as nossas coisas sem influenciar muito a qualidade. O nosso main goal é esse.
O que é que poderia estar a ser mais feito pelo setor da restauração?
Honestamente, acho que era inevitável fechar. Se tivessemos feito as coisas melhor, teriamos fechado mais cedo e não teríamos agora uma situação tão grave. A questão é que estamos a falar dos "ses", e não são decisões fáceis de tomar. Dentro do desconhecido que é toda esta situação, creio que os nossos governantes estão a fazer a gestão que acham mais correta. Costuma-se dizer que depois do jogo é que encontram as melhores tácticas que seriam solução para a nossa equipa. Neste momento, eles estão-se a adaptar, e a cada dia há coisas novas, assim como nos acontece a nós. A restauração vai sofrer, como vai sofrer a hotelaria no geral, porque não temos clientes. E os que temos têm muito receio. E esta sensação de desconforto e insegurança não é algo que se consiga mudar para já. E quando voltarmos a abrir, teremos a mesma desconfiança. Se eu acho que a gestão na minha cozinha está a ser bem feita? Penso que sim. Mas isso é aqui na minha cozinha, não sou governante de um país com 11 milhões de pessoas, em que as coisas acontecem com uma dimensão diferente.
Que lição podemos tirar, por assim dizer, desta pandemia?
A primeira coisa que deviamos levar daqui é que não devemos ter nada como certo. Houve muitos negócios a desaparecer, muitos restaurantes que fecharam, muita gente a passar maus momentos porque não estavam preparados para uma coisa destas. E o que podemos aprender é que temos de estar muito bem preparados para qualquer coisa, seja a nível económico, como financeiro. Portugal tem que aprender a fazer uma coisa que nunca aprendeu, que é poupar e a investir. Costumo dizer que, em Portugal, somos aquele filho que nunca aprendeu a poupar e sempre teve tudo, do género 'quando acaba num lado, vai-se buscar a outro'. Isso sempre foi muito a nossa teoria, até historicamente. Precisamos de aprender a gerir e esta situação vem-nos provar exatamente isso. Temos de saber preparar-nos para o que nunca na vida estamos à espera que aconteça.
Chef Miguel Castro e Silva: “Tenho esperança na restauração tradicional”
Entrevistámos vários chefs que se deparam, mais uma vez, com as portas dos seus estabelecimentos fechados. Uma sumidade na cozinha tradicional portuguesa (e na contemporânea também) Miguel Castro e Silva reinventou o seu DeCastro para o take-away.
Henrique Sá Pessoa revisita receituário português para novo livro
O chef recordou algumas das mais afamadas receitas tradicionais portuguesas para o seu novo livro, Comtradição, onde sugere pratos como sopa de cação, favas com entrecosto ou feijoada de lulas.
Chef Miguel Laffan: "Quando veio a pandemia estava sem rumo certo"
Entrevistámos vários chefs que se deparam, mais uma vez, com as portas dos seus estabelecimentos fechados. Miguel Laffan já se tinha antecipado com uma ideia que aposta nas experiências e na personalização, muito além das paredes de um restaurante.
Chef Vincent Farges: “Não se pode fazer cozinha Michelin em casa”
Entrevistámos vários chefs que se deparam, mais uma vez, com as portas dos seus estabelecimentos fechados. Vincent Farges, do Epur, antecipa aqui como será a restauração do futuro: nem tudo é animador, mas quem cozinha por gosto não cansa.
Desde que foi estudar para a Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, Joana passou anos no continente e em Espanha na gestão de vários projetos hoteleiros. Regressou a casa em 2015 para recuperar a tradição familiar.
Novas lojas, novos sabores, um lote de café, parcerias, surpresas... O ano de celebração dos 75 anos da empresa vai trazer muitas novidades. Mas, aqui, a tradição ainda é o que era: os gelados são feitos com as mesmas receitas de 1949, ano em que a Santini abriu em Portugal.
A IWC surpreendeu recentemente com uma nova coleção de Pilot Watches, muito high tech e com caixa em cerâmica colorida. A MUST esteve à conversa com uma das responsáveis pela novidade, a portuguesa Joana Ribeiro.
O Canalha é o novo restaurante mais lisboeta de Lisboa, onde brilha a qualidade e frescura dos produtos nacionais e a simples arte de bem receber, e onde apetece prolongar a conversa à mesa. Foi o que fizemos para saber das coisas boas do chef João Rodrigues, que resgata os nossos melhores produtores e o cheiro a Portugal autêntico.