A cadeira dos Eames e o gato de Saul
Uma peça importante da história do design do século XX é agora recriada numa edição limitada e exclusiva a 500 exemplares. À venda online, a partir de 14 de junho.

Quando os Eames lançaram a sua cadeira Shell, em fibra de vidro, nos anos 1950, criaram aquela que se tornou provavelmente na mais famosa cadeira do mundo – seguramente a mais copiada – e a primeira a ser produzida em massa. Um ícone do design moderno, de um casal absolutamente que teve um impacto absolutamente fundamental na modernização da América no pós Segunda Guerra Mundial. Charles e Ray Eames, que além de sócios eram ainda marido e mulher, tiveram uma obra extremamente dinâmica e abrangente, abraçando uma enorme variedade de géneros criativos, desde design de mobiliário à sétima arte. O seu apel tem sido amplamente reconhecido pelo governo norte-americano.
Saul Steinberg, por sua vez foi um arquiteto, ilustrador, fotógrafo, pintor e escritor romeno que emigrou para Paris e Milão, tentando escapar à perseguição nazi. Antes de fugir definitivamente para os Estados Unidos, em 1942. Depressa se tornou um dos mais importantes ilustradores daquele país, tendo várias obras expostas em diversos museus. Com o tempo tornou-se também num dos grandes amigos do casal e certa vez, durante uma visita ao estúdio em Los Angeles, pegou espontaneamente num pincel e começou a a desenhar algumas figuras engraçadas na mobília.

Utilizando todo o estúdio, paredes e chão incluídos, como tela. Steinberg ficou especialmente impressionado com a fluidez natural das novíssimas Shell Chairs, nas quais deu vida a um imaginativo conjunto de personagens. Charles e Ray Eames, assim como vários funcionários, documentaram o espetáculo em fotografia. Uma dessas imagens tinha um gato a fazer a sesta, relaxado na cadeira. Parecia ter encontrado o lugar ideal para descansar. Steinberg chamou-lhe This seat is taken, este lugar está ocupado, e foi uma de apenas duas peças que acabariam por sobreviver à passagem do tempo. A outra era de uma mulher nua, sentada.

A Vitra associou-se agora à Eames Office e à Herman Miller para dar uma nova vida a esta cadeira icónica, até pela importância que os gatos vieram assumir na obra de Saul Steinberg. Para o conseguir foi contratada uma empresa que digitalizou a cadeira original, guardada no Eames Office. Isto serviu para montar um template em 3D muito preciso, que funcionou por sua vez como molde para retratar, da forma mais fiel e detalhada possível, o desenho nos assentos em fibra de vidro. Este processo é feito manualmente em cada assento, por um artista, recorrendo a tinta meticulosamente recriada para ser também o mais idêntica possível à original. Após a aplicação, os assentos são numerados à mão e selados com uma laca protetora, para que o desenho perdure no tempo.

A Eames Fiberglass com o Steinberg Cat é fabricada na Alemanha, e está disponível numa edição limitada e numerada de 500 exemplares, pelo preço de 2.500 euros. Será comercializada em exclusivo pela Vitra, na Europa, e pela Herman Miller, na América do Norte e Japão. Em qualquer dos casos, só poderá ser adquirida na respetiva lojas on-line a partir de dia 14 de junho, às 7h45 da madrugada. No entanto, os clientes previamente registados — via newsletter ou em vitra.com— têm um período de pré-venda exclusivo entre as 7h e as 7h45. Diríamos até que será um caso de "o pássaro madrugador apanha o gato".
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