Prazeres / Sabores

Esta dieta é conhecida por prolongar a esperança de vida para lá dos 100 anos

Rica em peixe e frutos do mar, legumes e hidratos de processamento lento, a dieta de Okinawa esconde inúmeros benefícios para a saúde.

Foto: Pexels
14 de janeiro de 2022 | Ana Filipa Damião
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Okinawa. Além de uma ilha japonesa, também é o nome dado à dieta única dos habitantes que lá vivem. Nos últimos anos, a dieta de Okinawa tem vindo a competir com a mediterrânica pelos seus benefícios nutricionais e de saúde.

A ilha é um verdadeiro paraíso para os mais idosos. É uma das cinco zonas azuis do mundo, locais onde a população regista uma maior esperança de vida, normalmente até ou para cima dos 100 anos. Lá, há 42 centenários por 100 mil habitantes, três vezes mais que em França, avança o site da revista Madame Figaro. E ao que tudo indica, estes indivíduos são menos suscetíveis de ter cancro, diabetes ou problemas cardiovasculares.

Mas afinal, no que consiste? "Estes centenários não comem produtos processados, ricos em sais, e comem pouca carne e produtos láteos", afirmou Sybille Naude, nutricionista e coautora do livro Dieta de Okinawa, ao site da revista Madame Figaro. Por sua vez, optam por vegetais sazonais, fontes essenciais de vitaminas e fibra e com baixo teor calórico, e por peixes ricos em gorduras insaturadas, ideais para um bom sistema cardiovascular. Contudo, há que ter cuidado com a ingestão de frutos do mar. Se tiver uma predisposição genética para problemas de tiroide, a sobrecarga de iodo pode causar um desequilíbrio hormonal. Quanto aos hidratos de carbono, estes são de processamento lento, como arroz, massa de trigo, batata doce e feijão azuki. O tofu, as algas marinhas, a sopa miso, a especiaria curcuma e o chá verde são também muito consumidos. 

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Outra questão a se ter em conta relativamente à dieta de Okinawa é a quantidade de comida ingerida. Os japoneses regem-se por um conceito dietético denominado hara hachi bun, que consiste em satisfazer apenas 80% da fome. Ou seja, parar "imediatamente antes de se atingir a saciedade", explicou Naud. Por norma, isto traduz-se na ausência de sobremesa -  eliminando os doces, perdemos peso e reduzimos o risco de diabete tipo 2. "Os okinawanos comem muita comida semi-cozida ou crua, o que encoraja a mastigação lenta e por isso sacia o corpo mais rapidamente", acrescentou a nuticionista.

Estudos recentes mostram resultados positivos quanto à dieta em questão. As conclusões sugerem uma melhoria dos marcadores de saúde metabólicos como melhoria do colesterol, dos parâmetros hepáticos, da pressão arterial, etc, e uma perda considerável de gordura abdominal.

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