Uma alimentação saudável e equilibrada tem inúmeros benefícios para a saúde, a começar pela aumento da esperança de vida, avançou um estudo norueguês, publicado na revista PLOS Medicine. Para a experiência em questão, os investigadores criaram um modelo que os ajudasse a perceber o que aconteceria à longevidade dos homens e das mulheres se estes substituíssem a sua "dieta típica ocidental", centrada em carnes vermelhas e em alimentos processados, por uma "dieta otimizada", baseada em fruta, vegetais, cereais integrais e nozes. Isto com base nos dados do Global Burden of Desease Study, que rastreia 286 causas de morte, 369 doenças e lesões e 87 fatores de risco em 204 países do mundo.
Mesmo nos indivíduos mais velhos, os resultados foram positivos. Caso adotássemos uma "dieta otimizada" desde os 20 anos, as mulheres poderiam viver mais uma década e os homens mais 13 anos. Se iniciássemos esta dieta aos 60 anos, viveríamos mais 8, e se fosse aos 80 anos, aumentávamos a esperança de vida até 3,5 anos. De facto, só existem vantagens, pois "a melhoria da qualidade da dieta reduziria o risco de doenças crónicas e morte prematura", explicou David Kratz, especialista em medicina preventiva e nutrição ao site da CNN. Contudo, Kratz acredita que a "dieta otimizada" do estudo acima referido não é a melhor, no sentido que existe espaço para melhorá-la, visto que ainda permite a ingestão de doses consideráveis de carne e laticínios.
Aliás, os indivíduos que beneficiam de uma maior longevidade são aqueles que integram mais leguminosas na suas refeições, como feijão, ervilhas e lentilhas; cereais integrais, como aveia ou trigo sarraceno; e frutos secos, como nozes, amêndoas e pistácios. Além de proteína, estes alimentos são ricos em gorduras saudáveis, vitaminas, minerais e fitoquímicos antioxidantes, que reduzem o risco de doenças crónicas.
A carne vermelha, de vaca e de porco, por exemplo, está ligada a diversos problemas de saúde. "Há provas substânciais de que a carne processada pode causar cancro no intestino – tanto que a Organização Mundial de Saúde classificou-a como cancerígena em 2015", alertou Tim Key, epidemiologista na Universidade de Oxford, no Reino Unido, numa entrevista à CNN. A sua substituição não tem de ser uma dor de cabeça. Na verdade, existem várias alternativas proteicas saborosas e fáceis de cozinhar – grão de bico, algumas leguminosas, tofu e tempeh são algumas delas.
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