Prazeres / Sabores

Em maio, cinco vinhos que não vai querer perder… ou provar

Este mês, em cima da mesa, nas entradas, dois novos vinhos do projeto nos Verdes de Manuel e Luís Cerdeira. Nos pratos principais também estão um branco e um tinto com marca do Douro e, à sobremesa, um abafado muito especial do Tejo.

Foto: DR
Ontem às 16:51 | Augusto Freitas de Sousa
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Génese 2024

Luís Cerdeira e o filho Manuel partilham pela primeira vez um Alvarinho. O produtor e enólogo – tal como o filho – decidiu criar um vinho que marcasse um momento especial: "a partilha de gerações, saberes e uma vontade comum de desafiar o que tínhamos feito". Escolheram apenas vinhas de altitude, onde a acidez natural permite ser ousado com a fermentação malolática, uma prática pouco comum nos Alvarinhos de Monção e Melgaço. O nome é explicado pela origem e simboliza as raízes dos dois enólogos em Melgaço. O branco, 100% Alvarinho, fermentou lentamente cubas de inox com malolática parcial e com o estágio de 20% em barricas Mixtus, que na sua construção possuem madeiras de origem diferente.

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Guri 2024

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Mais uma novidade dos produtores e enólogos Manuel e Luís Cerdeira que foram buscar uma expressão do sul do Brasil para o seu novíssimo vinho semi-doce feito a partir das castas Loureiro e Alvarinho: guri, que significa jovem. Para os enólogos, pai e filho, o branco "personifica a irreverência e a frescura da juventude". Os responsáveis explicam que o vinho nasceu da "vontade de captar o espírito descontraído das novas gerações e responder ao seu desejo por vinhos mais leves, vibrantes e acessíveis". Luís Cerdeira refere que não é só um vinho fácil de gostar, mas também "um manifesto de liberdade criativa, que celebra o prazer de beber sem pressas e sem regras". Na vinificação houve paragem de fermentação a frio para preservar a frescura e a doçura natural. O enólogo júnior conclui que é "um vinho para quem vive o momento, com sabor, leveza e atitude".

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Vale D. Maria Vinhas do Sabor Reserva Tinto 2022

Diogo Campilho, diretor de enologia da casa-mãe Aveleda, explica que a sinuosidade do Rio Sabor torna o vale muito estreito, onde se encontra a Quinta Vale do Sabor. Para a marca Quinta Vale D. Maria, o Vinhas do Sabor Reserva "reflete a busca contínua da expressão única do terroir do Douro, explorando as múltiplas facetas desta região histórica". O tinto foi feito com as castas Touriga Nacional e Touriga Franca, provenientes das vinhas mais velhas da propriedade, com uma idade média entre 30 e 40 anos. As uvas são colhidas à mão, selecionadas no tapete de escolha e desengaçadas antes de entrarem nos lagares de granito. São ainda pisadas a pé e fermentam durante sete a 10 dias a temperaturas controladas em cubas de aço inoxidável com remontagens manuais. O vinho envelhece ao longo de 18 meses em barricas de carvalho francês.

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Poças Branco 2024

A casa recorda os quase 30 anos de história nos DOC Douro e a referência ao facto da Poças "ter sido uma das primeiras empresas portuguesas a apostar na produção de vinhos DOC Douro no início dos anos 1990". Em 2019 lançaram a gama Poças Douro DOC que, a par do tinto e do rosé, é produzida a partir de castas tradicionais da região. Além das marcas anteriores como Coroa d’Ouro, Poças Reserva, Branco da Ribeira e Símbolo, a vinícola decidiu que estava na altura de lançar esta gama de vinhos com o nome da casa, "procurando, assim, dar maior visibilidade e consistência à marca-mãe no mercado interno e externo". Este branco fez a fermentação a temperatura controlada, seguida de seis meses de envelhecimento de parte do lote em barricas de segundo ano de 300 litros de capacidade, com "bâtonnage" das borras finas.

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Quinta da Alorna Abafado 5 Years

Os responsáveis da casa no Tejo explicam que este vinho licoroso é feito exclusivamente com Fernão Pires, "uma das castas mais nobres e plenamente adaptada ao terroir da Quinta da Alorna". Os responsáveis não conseguem precisar como e quando surgiu a produção deste vinho, mas garantem que lhes permite mostrar a versatilidade desta casta. O nome diz respeito ao processo de abafar o vinho nesta região, seguido do estágio de cinco anos que o caracteriza. Relativamente à vinificação, a Alorna refere que o mosto clarificado, após ligeira fermentação, é "abafado" com aguardente vínica, impedindo que continue a fermentar, ficando com uma quantidade de açúcar residual elevada. O licoroso é caracterizado por apresentar uma textura suave, equilibrando frescura e doçura. Após o estágio em barricas de carvalho antigas, permanece em cuba inox até ao engarrafamento.

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