Prazeres / Sabores

Ceviches, tiraditos e baos no centro de Lisboa

A Praça das Flores tem a vida e a efervescência da cidade concentradas num só sítio. Numa das suas esquinas encontramos o El Cebichero, uma agradável viagem gastronómica pela comida peruana.

Foto: DR
04 de novembro de 2022 | Rita Silva Avelar
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Podia ser o nome de um cartel ou de uma família peruana abastada. Mas, neste caso, é mesmo de um novo restaurante na capital, o que não lhe tira finesse. El Cebichero é um nome que fica, que perdura, que incita à curiosidade. Tal como a primeira sensação que temos ao lá entrar - é cativante, convida a sentar ao balcão, como fazemos de imediato antes de pedir uma margarita e uma "muleta peruana" (pisco Ancholado 1615, lima, hortelã, gengibre e bitters).
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Chegados à carta - enquanto trincamos o famoso milho salgado, snack que, já agora, vai muito bem com os cocktails - a surpresa e a estrela é o ceviche tradicional peruano que junta peixe branco fresquinho a um creme de coentros que o envolve com camarão. Uma mini explosão de sabores vindos do mar com o toque absolutamente distinto da aromática. Vale a pena, também, pedir os tiraditos - uma variação da ceviche com fatias de sashimi mais compridas, igualmente envolvidas com os condimentos habituais deste prato. Experimentámos o Tuna Nikei que, embora ligeiramente adocicado pelo sabor do óleo de sésamo, se desfaz na boca e nos deixa admiradas com a proeza de o comermos em escassos minutos. Voltando aos tradicionais, o tiradito de peixe branco é a proposta mais clássica, cítrico e saboroso, e é um prato perfeito para fechar este trio de provas. Ficámos com desejos do bao de peixe branco e coentros - que não escapa numa próxima ida ao El Cebichero. 
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Como houve espaço para sobremesa - e ainda bem - arriscámos a tarte de lima, fresca e apetitosa, com uma cama de bolacha e raspas de lima por cima. Por fim, é de mencionar uma carta de vinhos a copo ou à garrafa que percorrre as várias zonas do país com nomes sonantes como Quinta dos Carvalhais ou Alento, mas que não revela surpresas nem trunfos. O sítio, despretensioso, pequeno e semelhante a uma sala de estar, é revestido a alcatifa nas paredes e por baixo do balcão, de onde podemos ver, sem reservas, os pratos a serem confecionados. A ideia é dos sócios João Baptista, Bernardo Crespo e Kellman Sequeira, atuais proprietários do restaurante El Clandestino, que consigo trouxeram Duarte Cardeira, antigo chef de bar do El Clandestino Lisboa, sempre disponível para explicar as cartas, e também Salvador Sobral, nome bem conhecido da música portuguesa. É ir, amigos.
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Onde? Praça das Flores 46, Lisboa Quando? De quarta-feira a domingo, das 18h à 1h. Reservas 963 611 214

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