Uma viagem táctil pela Amazónia
A pensar em pessoas invisuais e com problemas de visão, editora Taschen acaba de lançar uma versão táctil do famoso livro de fotografia de Sebastião Salgado. “Amazônia” transforma-se assim em “Amazônia Touch”.
Uma pessoa invisual pode ler, em braille, tudo o que uma pessoa sem problemas de visão pode ler num livro. Mas e as fotografias? Pode ler descrições sobre a imagem, ou ouvi-las, recorrendo a um audiolivro, mas será que isso chega? Será que isso permite replicar a emoção de ver uma imagem? Foi para ajudar a solucionar este dilema que o famoso fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado se uniu à organização francesa Fondation VISIO para criar uma versão do seu famoso livro de fotografia Amazônia com imagens que pudessem ser "vistas" por pessoas invisuais ou com problemas de visão. Chama-se Amazônia Touch e é um box set com 21 placas tridimensionais, em relevo, que são "transcrições" de 18 fotografias e três mapas geográficos. Amazônia Touch pretende ser uma viagem táctil pelo coração da Amazónia e dos seus povos indígenas.
Amazônia, na sua versão original, foi publicado em 2021, também pela Taschen, e é o resultado de sete anos de trabalho. Durante esse tempo, Salgado percorreu a Amazónia, fotografando, sempre a preto e branco, a floresta tropical, com especial enfoque na natureza, tão diferente de tudo o que existe fora dali, e nos seus habitantes: povos indígenas que sempre fizeram da Amazónia a sua casa, e que enfrentam desafios crescentes para ali poderem permanecer – por exemplo, políticas de deflorestação para plantação de milho para produção de biodiesel. A Amazónia é um tesouro irrecuperável não só para estes povos, mas para o planeta, e Sebastião Salgado tem dedicado a sua vida a chamar a atenção do mundo para a beleza e importância desta região e das vidas que dela dependem.
As imagens em relevo que compõem Amazônia Touch foram produzidas em placas de latão com recurso a uma antiga técnica de estampagem em papel Pachica. Vêm acompanhadas por um folheto que apresenta as 18 fotografias e três mapas, com textos em português, inglês e francês. Para além disso, é possível aceder a audiodescrições das obras acedendo ao site da Fondation VISIO.
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