O futuro da Beleza já existe. Como a ciência e a autenticidade nos podem tornar mais bonitos
O novo luxo já não se mede pelo preço, mas pela precisão, pelo conhecimento e pela personalização. A beleza deixou de ser um ideal abstrato para se tornar uma prática concreta, informada por dados, genética e tecnologia de ponta. Cuidar da pele, do cabelo ou do aroma pessoal é hoje um exercício de ciência aplicada - e, acima de tudo, de escolha consciente.
Durante décadas, falou-se da beleza do futuro como se fosse uma utopia distante - uma terra prometida onde a tecnologia resolveria tudo, onde cada corpo seria celebrado, e onde a estética deixaria de ser prisão para se tornar liberdade. O mais surpreendente? Esse futuro já existe. Silenciosamente, entre laboratórios futuristas, movimentos sociais e espelhos digitais, a nova fronteira da beleza está a redesenhar tudo aquilo que achávamos saber sobre o tema. Hoje, a beleza é tecnologia de ponta e ancestralidade. É pele tratada a nível celular, cabelo cuidado com fórmulas que entendem a sua história genética e fragrâncias que dialogam com o humor, o ambiente e até com os nossos biorritmos. Mas, acima de tudo, é uma escolha - mais livre, mais informada, mais inclusiva.
O CHEIRO COMO ASSINATURA
Num mundo saturado de imagens, o perfume emerge como o luxo invisível por excelência. Ele não se vê, mas é lembrado. Não ocupa espaço, mas constrói presença. "Todo o perfume é, por definição, um luxo - não tem qualquer utilidade, é arte pura, hedonismo destilado", afirma Miguel Matos, perfumista e crítico olfativo.
Esta ideia dialoga com uma das tendências mais significativas da perfumaria atual: a do fragrance wardrobing - o tal "guarda-roupa olfativo", no qual diferentes fragrâncias são escolhidas não por género ou ocasião, mas por estado de espírito. É neste domínio que o perfume deixa de ser acessório para se tornar extensão emocional.
A inovação tecnológica veio amplificar esta dimensão criativa. "Todos os anos, os maiores laboratórios lançam novas moléculas que expandem o espectro olfativo e substituem ingredientes restritos. A biotecnologia permite-nos contar histórias aromáticas com ingredientes impossíveis há apenas uma década", explica o perfumista. E não falamos apenas de moléculas sintéticas: novas formas de extração de matérias-primas naturais (como o headspace ou o CO2, supercrítico) oferecem interpretações inéditas de ingredientes clássicos.
Paralelamente, o crescimento do segmento ultra-niche, com marcas como a Rite of Way, a Stora Skuggan ou a Amouage, está a redefinir o perfume como veículo cultural. "O que antes se chamava nicho já está quase esvaziado de significado", alerta Miguel Matos. "O verdadeiro luxo está nas mi-cromarcas, nos perfumistas-artistas, nas colaborações interdisciplinares com designers, músicos ou chefs."
O layering, por sua vez, é visto como uma nova forma de arte olfativa. Algumas marcas já criam perfumes "estruturais", concebidos para serem combinados. "Eu prefiro um perfume completo, mas reconheço no layering uma forma lúdica, quase como compor uma sinfonia pessoal", diz. E no fundo, como refere, "o perfume é um luxo porque é supérfluo. Mas é precisamente nesse excesso que reside a sua beleza."
O NOVO SKINCARE COMEÇA NA RAIZ DO CABELO
Tratar do couro cabeludo é como tratar da pele. Nas redes sociais, o termo hair cycling ganha tração. O cabelo está a deixar de ser apenas estética, mas antes um sinal vital, fonte de diagnóstico precoce, extensão do estado bioquímico. Ricardo Vila Nova, tricologista e fundador da clínica 212.2, resume a nova era com clareza: "Hoje tratamos o cabelo como alta-costura biológica."
Esta abordagem - visionária há duas décadas - está agora plenamente integrada nas clínicas mais avançadas. Os tratamentos injetáveis com fatores de crescimento, PDRN (ADN de salmão), exossomas e PRP, tornaram-se práticas comuns para quem procura regeneração sem comprometer a saúde. "Sempre me opus ao uso de hormonas e corticoides como o minoxidil. Hoje, a ciência permite soluções bioidênticas e seguras - com resultados reais e sem dependência."
Mais do que uma tendência, trata-se de uma reconfiguração total da rotina capilar. Champôs com base vegetal, exfoliantes do couro cabeludo, séruns de bioestimulação, máscaras LED e até apps personalizadas já fazem parte de rituais dignos de skincare de luxo. "O consumidor entendeu que champô e condicionador já não chegam. Hoje, há passos equivalentes aos cinco do skincare", acrescenta.
A personalização é levada ao extremo: "Analisamos o ADN capilar, o microbioma, o perfil hormonal e nutricional. Só assim é possível construir um plano verdadeiramente eficaz e duradouro. Isso é luxo: tempo, precisão e ciência aplicada com cuidado."
E, como Ricardo Vila Nova observa com humor clínico, há um lado emocional inegável: "Uma cliente minha de 80 anos diz que pode vestir um saco do lixo, mas se o cabelo estiver tratado, sente-se uma million-dollar girl. É essa autoimagem que o cuidado capilar atualmente oferece — uma forma de poder: "A tendência é clara: o cabelo é agora tratado como a pele. Limpa-se, nutre-se, estimula-se. Não se trata de camuflagem, mas de regeneração. A estética tornou-se biotecnologia emocional.
PELE VIVA, CIÊNCIA SILENCIOSA
Num mundo saturado de filtros, a pele autêntica passou a ser uma afirmação. Não a perfeição inatingível, mas a textura real, cuidada, viva. O skincare contemporâneo é menos fricção, mais função. Estamos na era do skin streaming - rotinas essenciais, afinadas ao milímetro, informadas por dados, mas guiadas por sensibilidade. "O luxo na medicina estética hoje não é o frasco. É a precisão clínica, o diagnóstico genético e o plano feito à medida", defende Tiago Baptista Fernandes, cirurgião plástico e diretor clínico da Up Clinic.
Estamos perante uma nova estética regenerativa, em que os protocolos integram testes de ADN, análise do microbioma, IA preditiva e softwares de envelhecimento 3D. "Não tratamos rugas. Tratamos histórias celulares", sublinha.
Esta abordagem feita sob medida não se limita aos equipamentos (como lasers híbridos, radiofrequência microagulhada ou câmaras hiperbáricas), mas à forma como eles são combinados e integrados com conhecimento clínico. "Um ultrassom sozinho não é solução. O segredo está na sinergia das técnicas e no diagnóstico emocional e biológico de cada pessoa." O cirurgião alerta também para o risco da "cientifização do marketing": "Sim, há excesso de jargão científico sem eficácia comprovada. Mas nas clínicas sérias, a ciência não é argumento - é garantia de segurança e resultados."
O novo creme de luxo não tem apenas ouro ou caviar. Tem peptídeos biomiméticos, exossomas, células estaminais vegetais e enzimas marinhas profundas — aplicadas com intenção, validadas por dados. "Não vendemos esperança. Vendemos conhecimento aplicado."
Se há alguma característica que une pele, cabelo e perfume na contemporaneidade é o reconhecimento de que a beleza não é estática. É fluida. É regenerativa e, acima de tudo, personalizada. Vive-se uma fusão de disciplinas: medicina estética, neurociência, cosmética de precisão, bioengenharia, psicologia. É neste cruzamento que nasce a nova linguagem da beleza - uma linguagem feita de escolhas conscientes, hábitos sensoriais, sistemas inteligentes. O consumidor de hoje exige transparência, ciência real e ética. Já não se trata apenas de comprar produtos, trata-se de construir rituais de autocuidado que respeitem o corpo como templo e território. E a estética como extensão do bem-estar. "O luxo, hoje, não é visível à primeira vista. É ciência invisível, aplicada com intenção. E é isso que gera resultados verdadeiros", defende Tiago Fernandes. "Resultados seguros, duradouros e harmoniosos." A beleza deixa, assim, de ser uma promessa ou uma miragem inatingível — e passa a fazer parte da presença de cada um.
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