Depois do “silent quitting”, vem aí a “quiet ambition”
A nova tendência refere-se ao crescente número de pessoas – das gerações mais novas, mas não só – que não estão particularmente interessadas na ascensão da carreira. Tempos desafiantes para quem quer manter os colaboradores satisfeitos.
Desde a pandemia que se ouve falar no silent quitting, nome que se refere às situações em que um colaborador trabalha o mínimo essencial para manter o seu trabalho. Sem horas extra, sem levar trabalho para casa, sem passar o fim-de-semana a preparar mentalmente a semana que se avizinha. Trabalho é trabalho, conhaque é conhaque. E o que interessa, nesta vida, é o conhaque – figurativo, claro. Família, amigos, hobbies, saúde mental, bem-estar, vem tudo à frente do trabalho. Na prática, são pessoas que trabalham para viver, por oposição a viver para trabalhar. Enfim, pode não agradar aos empregadores, mas é uma tendência que veio para ficar. E não só isso como parece ter potencial para abrir caminho a novas tendências semelhantes, como é o caso da quiet ambition, ou ambição silenciosa, em português.
Num artigo recente, a Folha de São Paulo explica que os trabalhadores – em particular os mais jovens, mas não apenas eles – que aderem à ambição silenciosa evitam, a todo o custo, cargos de chefia e gestão. Acaba por ser, na prática, uma forma de garantir que se mantêm firmemente na faixa do silent quitting, afinal, se tiverem de gerir equipas, fica mais difícil passarem o dia a fazerem-se cor de papel de parede.
Quer isto dizer que estas pessoas são desprovidas de ambição? Também não parece ser esse o caso. De acordo com o jornal brasileiro, o que motiva estes trabalhadores é o reconhecimento das suas competências e contribuições. Ou seja, o seu ideal de sucesso está menos ligado à ascensão na carreira, e mais à satisfação profissional.
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