La Fresería. Os morangos com chocolate que conquistaram Espanha já chegaram a Portugal
A marca, conhecida por gerar longas filas à porta das suas lojas, chegou ao país com a abertura em Aveiro, mas não fica por aqui. Em dezembro, também os lisboetas vão poder provar os morangos mais famosos das redes sociais.
Desde 19 de setembro, deixou de ser necessário atravessar a fronteira para provar os morangos frescos e naturais da La Fresería, que os serve mergulhados em quantidades generosas de molhos e toppings preparados em loja. A marca, que arrancou em 2022 com um pequeno quiosque no Mercado de Antón Martín, em Madrid, e rapidamente conquistou locais e visitantes com os seus produtos saborosos e visualmente apelativos, elegeu Aveiro para instalar a sua primeira casa fora de Espanha, onde já conta com 22 lojas.
Luca Cianflone, italiano a viver na cidade costeira há vários anos, é o responsável pela unidade recém-inaugurada e foi quem nos recebeu para falar do que define como um “fenómeno de consumo jovem e digital”. “Durante uma viagem a Londres, tanto eu como os meus sócios ficamos fascinados com as filas enormes que se formavam para comprar morangos com chocolate. Ficamos tão interessados, que demos por nós a investigar sobre este tipo de negócio. Foi no decorrer dessa pesquisa que nos deparamos com a La Fresería, que funciona como um franchisado. Falamos então com os donos e tentamos perceber a melhor forma de trazer o projeto para Portugal. Sendo Aveiro um local com uma energia muito própria, grande tradição doceira e cada vez mais atrativo para jovens e turistas, acabou por ser uma escolha natural na hora de decidir onde começar esta aventura”, partilhou o empresário.
Na loja, a poucos minutos do centro, encontra o mesmo menu que em todos os outros da franquia. Entre molhos (€1 a €2) de chocolate, pistáchio, Oreo e Lotus, aos quais pode juntar toppings (50 cts a €2) que vão de cookie dough a favos de mel, marshmallows, nozes, Kinder Bueno, coco ralado e gomas, há dezenas de combinações possíveis. Os copos são vendidos em três tamanhos diferentes: o pequeno (€4,50), o médio (€6,50) e o XL (€15,90). Este último é pensado para partilhar e permite ao cliente adicionar todos os molhos e coberturas que quiser. Sem revelar demasiado, Luca adiantou que estão a desenvolver um produto inspirado na cidade.
A origem do fenómeno
Alejandro Fernández, que dirigia a agência Efya Digital, agora The Brutal Agency, e Gonzalo Barreno, especialista em gestão de marcas, conheciam-se há mais de uma década quando resolveram unir forças para criar a La Fresería. Menos de dois anos depois do início da parceria, ambos são influenciadores bastante reconhecidos em Espanha, muito graças ao projeto Planes Brutales que, entre o Instagram e o Tik Tok, reúne quase um milhão de seguidores. Atualmente, dedicam-se de modo exclusivo à criação de conteúdos para estas contas e à La Fresería, que pretendem fazer chegar a outras localidades nacionais. Numa entrevista à MUST, via email, a dupla contou-nos como passaram de um pequeno quiosque a 23 lojas, com filas de até quatro horas e mais de mil quilos de morangos vendidos semanalmente. A faturação, que em 2024 atingiu os quatro milhões de euros, deve ultrapassar os 10 até ao final de 2025.
O que vos levou a abrir a La Fresería?
Queríamos reinventar um produto do quotidiano e torná-lo aspiracional. Em Espanha, todos comemos morangos com natas, mas ninguém os tinha elevado ao nível de experiência, estética e prazer que têm hoje na La Fresería.
Qual era o conceito inicial?
O conceito inicial era simples e claro: um espaço especializado em morangos preparados, com toppings premium e uma apresentação cuidada, algo que pudesse rivalizar com o café ou o gelado enquanto capricho urbano.
Após a abertura, esse conceito sofreu alguma alteração?
O essencial mantém-se, isto é, morangos de qualidade e experiências visuais. Mas sim, evoluímos bastante o produto, os formatos e o storytelling. Hoje, contamos com coleções como Fresas Dubai, Fresas Diablo ou FresaMisu, que ampliam o universo da marca e lhe dão uma dimensão mais global. Quando abrimos a primeira loja, em 2022, fizemo-lo com o objetivo de criar algo sólido, escalável e com identidade própria. Queríamos provar que era possível construir uma marca a partir de um produto tão simples como o morango, mas com uma execução cuidada e uma experiência premium.
O sucesso foi imediato? Quais pensam ser as razões na origem do fenómeno?
Sim, o sucesso foi surpreendentemente rápido. Assim que abrimos a primeira loja, formaram-se filas de até quatro horas, tal como aconteceu em Aveiro. Acreditamos que o sucesso se deve a três fatores: o produto é fotogénico e delicioso; a marca transmite alegria, design e proximidade; e soubemos conectar-nos com uma geração que procura experiências virais, mas genuínas.
De onde chegam os morangos?
Trabalhamos com produtores nacionais, principalmente de Huelva, Segóvia e Tarragona, e também com morangos portugueses, consoante a época. Valorizamos a rastreabilidade total e a garantia de qualidade constante.
Há alguma diferença entre as lojas em Espanha e a que acaba de abrir em Aveiro?
Não, a loja de Aveiro é igual às de Espanha, ou seja, mesmo conceito, mesma experiência e mesma carta. Queríamos que fosse uma extensão natural da marca e que qualquer cliente que nos conheça em Madrid ou Saragoça reconheça o mesmo estilo em Portugal.
A que se deveu a escolha de Portugal, de uma forma geral, e de Aveiro, em particular, para começar a internacionalização da marca?
Portugal partilha muito com Espanha em termos de gosto e cultura gastronómica, mas vive um forte crescimento no setor das sobremesas e cafetarias. Escolhemos Aveiro por ser uma cidade jovem, dinâmica e com turismo durante todo o ano, ideal para testar o modelo internacional antes de dar o salto para Lisboa e Porto.
Têm planos para chegar a Lisboa, Porto e Coimbra. Já há datas definidas para estas aberturas?
Sim. Em Lisboa, onde já temos espaço, abriremos em dezembro. As lojas do Porto e de Coimbra estão previstas para o primeiro semestre de 2026.
Qual o valor do investimento que estão a fazer em Portugal?
Cerca de dois milhões de euros nesta primeira fase, incluindo a abertura de Aveiro, a estrutura logística e a adaptação do conceito a nível internacional.
Depois destas inaugurações, pretendem continuar a expandir-se?
Sim. O nosso objetivo é consolidar a La Fresería como uma marca europeia de referência. Estamos já a analisar oportunidades em França, com uma abertura em Paris dentro de três semanas, e também em Itália. Mais adiante, gostaríamos de explorar mercados como a América Latina e o Médio Oriente. Queremos converter-nos numa referência global da sobremesa com morango.
Onde? Rua José Estevão, 24 (Aveiro). Horário? Segunda a quinta, das 14h00 às 21h00. Sexta, das 14h00 às 23h00. Sábado, das 11h00 às 23h00. Domingo das 11h00 às 21h00.
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