A seguir às vindimas, os vinhos que vai quer provar
Com as vindimas terminadas em quase todo o país, uma seleção de dois brancos do Alentejo e dos Verdes, dois tintos a Norte e a Sul e um vintage que marca o novo caminho.

Morais Rocha Branco
Ana Rocha, da Morais Rocha Wines, lidera um projeto de vida e familiar, legado do seu fundador, José Morais Rocha, que depois de ter saído para Lisboa aos 15 anos para construir uma carreira no setor portuário e na administração de grandes empresas, regressou à Vidigueira para concretizar o sonho antigo de produção de vinhos e azeites de excelência. A produtora refere que este branco se distingue “pela sua abordagem inovadora, utilizando um método único de fermentação em barricas dentro de um contentor marítimo refrigerado”. Ana Rocha destaca ainda o packaging inspirado no formato de contentor, prestando homenagem ao fundador pela sua ligação ao setor portuário. O vinho foi feito a partir das castas Antão Vaz e Verdelho vindimadas manualmente, e fermentou em barricas novas de carvalho húngaro no interior do referido contentor.

Quinta dos Muros Tinto
O primeiro vinho tinto do novo ciclo da Quinta dos Muros, situada na encosta nascente do vale do rio Pinhão, tem origem, segundo o produtor Pedro Mansilha Branco, “em três das melhores parcelas de vinha da propriedade, e que queremos que se deixem revelar de uma forma precisa”. O responsável refere que apesar de serem as parcelas mais altas da quinta “não perdem o carácter duriense das castas Tinta Roriz, Touriga Nacional e do tradicional field blend”. As uvas do tinto passaram numa mesa de escolha antes do desengaçe total, esmagamento ligeiro e maceração pré-fermentativa a frio durante três dias. Houve separação precoce das massas antes do estágio de cinco meses em barricas novas de carvalho francês.


Tapada da Fonte Syrah
O produtor António Pista salienta que este monovarietal “nasce de uma vontade de interpretar esta casta de forma mais pura e direta, sem interferência da madeira, respeitando ao máximo o terroir de Alter do Chão que fica a 400 metros de altitude, em solo argilo-calcário, com amplitudes térmicas diárias de 20 graus em pleno verão”. O tinto, de pequena produção com apenas mil garrafas, é descrito por António como “de altitude, elegante e vibrante”. A vindima foi manual, com seleção cuidada na vinha e transporte em caixas de 15 kg. Após desengace total e esmagamento suave, seguiu-se uma maceração pré-fermentativa a frio. A fermentação decorreu em inox com controlo de temperatura. Repousou em inox até ao engarrafamento, para preservar ao máximo a expressão varietal.


Adega Ponte da Barca Avesso
Os responsáveis da casa minhota assinalam que “este projeto surgiu de um desafio do mercado que procurava novidades no mundo dos vinhos, dentro da região dos vinhos verdes”. Referem que a variedade Avesso “é uma das menos exploradas e, pelas suas características naturais, permite produzir vinhos muito sui generis”. A ideia é ir ao encontro dos novos consumidores que buscam brancos com carácter intenso e amigos da gastronomia. É a primeira vez que a Barcos Wines lança um vinho 100% Avesso e a casa avança que “talvez seja a primeira adega cooperativa do país a fazê-lo”. A uva Avesso, uma variedade autóctone da Região dos Vinhos Verdes muito associada a Baião e ao vale do rio Tâmega, está ainda pouco explorada. O vinho é mantido em bâtonnage em cubas de inox por seis meses para ganhar mais estrutura e complexidade, antes de ser engarrafado.


Krohn Vintage 2022
É o primeiro vintage da Krohn desde que a WineStone tomou conta dos seus destinos em 2023. O Chairman WineMaker, David Baverstock, explica que o lançamento deste Porto está ligado ao 160.º aniversário da casa fundada em 1865 por os primos noruegueses, Theodor Wiese e Dankert Krohn. O vinho provém da Quinta do Retiro Novo, onde aproveitam um field blend de uvas com cerca de cem anos. O enólogo refere 2022 como “um ano de exceção numa das colheitas mais precoces registadas no Douro, após um período de calor extremo e tempo seco durante a época de crescimento”. Permite, conclui, “uma concentração e qualidade impressionantes e acreditamos, uma longevidade ao nível das melhores de sempre”. Foi feito com pisa a pé em lagares, permanência em tonéis e engarrafamento após dois anos, depois de verificada a qualidade do Vintage.


Bugio: mesa com vista para o farol
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