A cozinha do mundo de Lucas Aaron no Catch Me
Em Alcântara, junto ao rio, há um restaurante que arrecada uma das melhores vistas de Lisboa. Mas é da cozinha que saem as melhores iguarias, capazes de voltarmos e repetir o pedido, sem provar novas coisas.

"Eu venho da cidade das ostras, se há sítio onde há ostras, é lá", diz com timidez e a sorrir o chef Lucas Aaron, vindo de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina no sul do Brasil,para Lisboa, para explorar a cozinha de Portugal. Perguntamos pelasostras que não estão no menu, mas que vimos no Instagram do Catch Me. Aaron, que está na equipa há 2 anos e que antes trabalhou ao lado de Helena Rizzo, (eleita melhor chef do mundo pelaRestaurantem 2014), explica que as há, da Ria Formosa, ao natural e numa versão com um molho especial feito por ele. Chegam à mesa em "packs" de três, e são tão frescas como seria de esperar num País à beira-mar. Lucas concorda que nem gostava assim tanto de ostras até provar as nossas. Rendeu-se, e agora não se tiram do menu do Catch Me. Estamosna esplanada do restaurante, que tem das melhores vistas da cidade sobre o Tejo, e que numa quinta-feira à noite fervilha de vida e de festa, do rooftop ao interior, tudo zonas que se interligam com fluidez e onde as pessoas parecem estar verdadeiramente divertidas.


"O ambiente e a decoração são inspirados nos lounges de aeroporto dos anos 70tal como o horário que permite acolher os 'passageiros' a qualquer hora do dia" lemos na descrição do restaurante, que também divide a ementa como se fosse uma viagem de avião, "descolagem" (entradas), "longo curso" (principais), "aterragem" (sobremesas).A cozinha está aberta até à meia-noite (uma raridade), todos os dias da semana, seja para uma refeição completa, um cocktail ao pôr-do-sol, um late snack ou dançar com amigos nas noites quentes.

A paixão do chef pela gastronomia portuguesa e a sua paixão por viagens, pelos ingredientes locais, pela natureza e pelo mar, refletem-se na cozinha que faz. Por exemplo, foi buscar os cogumelos biológicos NÃM Urban Farm para um prato absolutamente surpreendente: cogumelo ostra, cogumelos grelhados com creme aveludado de espinafres, mozzarella flor di late e furikake (€18). Uma combinação tão saborosa, bem temperada, e com o sabor do cogumelo bem presente, que é prato principal (é lá que ele está, no menu). "Quando descobri este projeto, sabia que queria fazer um prato em torno deste ingrediente, tinha de ser".




Uma cerveja abençoada (ou como um padre se tornou mestre cervejeiro)
Chama-se Santa Cruz, existe nas versões IPA e imperial season, e é a mais recente ideia do padre Edgar Clara, pároco da Igreja do Castelo, que depois de ter aberto a torre sineira aos turistas, como miradouro, começou agora a produzir cerveja para financiar as obras de restauro de um dos mais antigos templos de Lisboa.
O reconhecido chef inglês tem reinterpretado alguns dos pratos portugueses mais tradicionais. Depois do desastre da reinterpretação do pequeno almoço, chega agora a versão da bifana.
Estudos indicam que, quando consumida com moderação — à medida do que acontece com o vinho —, a cerveja poderá ser tão benéfica para a saúde quanto é o néctar de Baco.
A 8ª edição do Concurso de Vinhos de Portugal escolheu os vencedores entre 1400 candidaturas. A região mais medalhada foi o Douro, seguindo-se as regiões do Dão e Alentejo.
O restaurante de street food SOI acrescentou à sua ementa um prato que acredita ser pornograficamente bom.