Vhils
De acordo com o projeto Quanta Terra, a conjugação do vinho e da arte passaram a fazer parte, desde 2021, da forma de estar dos dois amigos e enólogos: Jorge Alves e Celso Pereira. Depois de terem lançado dois vinhos com a artista Joana Vasconcelos, um tinto de 2017 e um espumante de 2018, os responsáveis resolveram dar continuidade à ideia com o artista gráfico Vhils, que se ocupou do rótulo. Para Celso Pereira, a “relação entre vinho e arte remonta a milhares de anos” como “um elemento central de emoção, vitalidade e da transitoriedade da vida”. O enólogo não tem dúvidas que, no fim de contas, “a arte e o vinho acabam por ser expressões da cultura humana que procuram o belo, a emoção e a narrativa”. O tinto provém de uma colheita especial de 2019 e foi vinificado em cubas rotativas com maceração suave, temperaturas de fermentação nos 28 graus, e envelhecimento durante 36 meses em barricas de carvalho francês.
Chryseia 2023
Desde o ano 1999 que a aliança entre as duas famílias de Bordéus e do Douro, Prats e Symington, resulta no lançamento de três vinhos durienses. Além dos DOC Douro Post e Prazo de Roriz, coube agora a vez ao Chryseia 2023 produzido a partir da seleção de uvas da Quinta de Roriz e da Quinta da Perdiz, elaborado com as castas Touriga Nacional e Touriga Franca. A Symington refere que a ideia foi conjugar o poder e estrutura dos vinhos do Douro à elegância e souplesse de Bordéus. Bruno Prats costuma dizer que encontrou no Douro uvas e castas de “enorme qualidade e com potencial para produzir vinhos tranquilos que pudessem ombrear com o que de melhor se faz no mundo”. Os cachos de uvas vão para um sofisticado desengaçador pendular que separa seletivamente apenas os bagos saudáveis. Depois de uma triagem mecânica são suavemente esmagados.
Esporão Reserva Branco 2024
Um clássico da casa alentejana que garante ser “o que melhor expressa a origem e a filosofia do Esporão”. Foi o primeiro vinho a ser produzido em 1985 e, ao longo dos anos, manteve-se fiel à identidade. À semelhança de outras referências, este branco traz também uma nova obra de arte no rótulo, “reforçando a ligação entre vinho, cultura e território”. É produzido apenas com uvas da Herdade, todas cultivadas sob agricultura biológica, e combina as castas Antão Vaz, Arinto e Roupeiro. Os responsáveis referem que é “um vinho versátil, com perfil gastronómico”. A fermentação decorreu 80% em cubas de inox e 20% em barricas de carvalho americano e francês, com bâtonnage regular sobre borras finas. Seguiu-se um estágio de cerca de 6 meses, também em inox e barrica.
Roupeiro Vinha da Malhadinha
Rita Soares, CEO e fundadora da Malhadinha Nova, destaca o monovarietal proveniente de “uma das castas mais plantadas no Alentejo e também uma das castas mais antigas de Portugal”, de uma edição muito limitada, que a herdade não produz todos os anos. Na Malhadinha a variedade foi plantada em 2001 e esta é a quinta edição feita de vinhas com alguma idade. A primeira edição foi 2017, 16 anos após a plantação. A responsável refere que a escolha foi por “uma vinificação muito natural sem qualquer madeira de forma a evidenciar de forma educacional as características da uva”. As uvas são colhidas manualmente à noite, com seleção em mesa de escolha e fermentação na sua versão mais pura. António Maria, membro da nova geração da família, ilustrou a garrafa com a esteva que nasce espontânea na Malhadinha.
Quinta de S. Salvador da Torre Vinha dos Castanheiros Loureiro 2023
Dois anos depois da Granvinhos ter adquirido a quinta em Viana do Castelo, cuja exploração agrícola é feita em parceria com Anselmo Mendes, lança o topo de gama dos “loureiros” proveniente da Vinha dos Castanheiros. A propriedade, com mais de 400 anos de história, soma 37 hectares de terreno, dos quais 30 são de vinha. Este branco nasceu da escolha da parcela mais exclusiva e traduz o saber, a experiência e a paixão de dois amigos de longa data: Jorge Dias e Anselmo Mendes. O vinho é 100% Loureiro, a vindima manual e o objetivo é valorizar a qualidade em detrimento da quantidade. Foi feito por prensagem dos bagos inteiros sem engaço, com longa clarificação estática a frio. Fermentação e estágio de nove meses sobre borras finas com bâtonnage regular. Depois o vinho estagiou um ano em garrafa.