QM Patriam 2ª Edição
Pedro Soares, da administração da Quintas de Melgaço (QM), refere que o vinho surgiu como um tributo aos agricultores e às gentes da região, "traduzindo o terroir do concelho em anos distintos, permitindo desta forma avaliar a sua versatilidade e elegância". Na QM estudaram-se durante anos diferentes parcelas de forma permitir uma seleção cuidada e, neste caso, o responsável refere que "foi pensado de forma a tornar-se o esplendor da Quintas de Melgaço". O nome remete para os pais e para as origens de que Pedro Soares se orgulha, nesta "conjugação de práticas empíricas dos antepassados e da moderna ciência enológica". É um blend 100% Alvarinho, composto por quatro colheitas distintas (2018, 2020, 2021, 2022). Depois da fermentação o vinho estagia em cubas inox com temperatura controlada, antes do estágio em barricas.
Segredos de São Miguel Low Alcohol 7,5% Branco
Na Casa Relvas, os responsáveis acreditam que um produtor de vinhos responsável deve acompanhar os tempos e as tendências e, como refere Maria Gorriz, marketing manager, "sem perder a sua identidade, mas com abertura para evoluir com os consumidores". Daí que tenham querido chegar às pessoas que procuram um consumo mais moderado, mas que não querem abdicar do prazer de um bom vinho branco. Além disso, Maria Gorriz refere que "na Casa Relvas tínhamos um desejo claro de lançar um vinho "low" em vários sentidos – com baixo teor alcoólico, garrafa mais leve (reduzindo a emissão de CO2 no transporte) e sem cápsula (diminuindo a produção de resíduos)". Na vindima de 2024 reuniram-se as condições e o branco foi produzido a partir das castas Arinto, Fernão Pires e Moscatel. Foi fermentado a baixa temperatura, e uma parte do lote foi depois submetida a desalcoolização parcial, por métodos físicos suaves como a evaporação a vácuo, que a casa garante "preservar a identidade do vinho".
Costa Boal Chardonnay 2023
António Costa Boal considera que a casta Chardonnay para produção de vinho é justificada "pela sua versatilidade enológica (brancos encorpados), adaptabilidade climática (frio e quente) e excelente para regiões que querem demonstrar a identidade do local". Além disso a variedade é reconhecida mundialmente, o que facilita aceitação comercial do branco. O produtor refere que "este vinho de altitude, do planalto de Alijó, reflete todo o potencial Chardonnay e, por isso mesmo, ficou com o nome da casta". A foi colheita manual, o desengace parcial, maceração pré-fermentativa, seguido de ligeira prensagem, decantação e início de fermentação alcoólica espontânea em inox com temperatura controlada, terminando a fermentação em barricas de 500 litros. Estagiou em barricas de carvalho francês onde permaneceu por mais de oito meses.
Bom Malandro 2024
A Symington Family Estates diz que o Bom Malandro é uma marca feita ao contrário. Como se fosse um filme, uma série da HBO, uma curta-metragem de animação nomeada para os Óscares, só que em vinho. Patrícia Lourenço, wine marketing manager, explica que "em vez de partir das castas, das quintas, do terroir, do etecetera e tal, partiu do nome e das personagens para construir a sua história". Para a responsável o branco expressa aquilo que sentimos sobre a vida moderna: "Corremos muito, imenso, demais". Acrescenta que "nestas correrias esquecemo-nos que o melhor da vida acontece com uma boa dose de malandragem, incentivada quando paramos e nos sentamos à mesa, a dizer piadas, a provar, a provocar", ou seja "a sermos bons malandros". O vinho fermentou em cubas de inox e estagiou evitando-se o mais possível contacto com o oxigénio até ao seu engarrafamento.
Marquesa de Alorna Grande Reserva tinto 2019
Responsáveis da Casa da Alorna explicam que quiseram "criar um vinho ícone para a quinta e para a Região do Tejo". E, após testes e vindimas, chegaram a este tinto que é um tributo à Marquesa de Alorna, descrita como "uma mulher notável, grande benemérita, de talento superior e forte personalidade, que marcou a história do país". Segundo a equipa de enologia liderada por Martta Reis Simões — que anunciou recentemente a sua saída da empresa — apenas nas vindimas de 2008 (tinto) e 2009 (branco) consideraram ter atingido o vinho que gostariam de ter como porta-estandarte. As uvas de quatro castas foram desengaçadas, esmagadas suavemente, com inoculação com leveduras selecionadas e remontagens curtas durante a fermentação alcoólica. Cerca de 80% do vinho estagia em barricas novas de carvalho francês durante 14 meses e em garrafa por um período mínimo de dois anos.