The Green House, o boutique hotel rural onde o Alentejo volta a ser refúgio
Situado em Vila Nova da Baronia, o empreendimento funde o charme mediterrânico com o encanto da ruralidade, numa propriedade agrícola recuperada para se tornar alojamento de nicho.

Houve um tempo em que “Alentejo” era sinónimo de fuga. Porém, hoje em dia, com tanta gente a fugir para os mesmos sítios, o sentido de refúgio diluiu-se um pouco - e é então que “fugir para o Alentejo” passa a requerer alguma imaginação e uma certa criatividade. Foi precisamente com imaginação e criatividade que surgiu The Green House, um hotel rural que é uma espécie de quinta idílica cruzada com uma casa de família, invocando o mais deslumbrante espírito mediterrânico.
Dos mesmo criadores de Santiago de Alfama, - o boutique hotel lisboeta magnificamente situado entre o castelo de S. Jorge e os miradouros de Santa Luzia e das Portas do Sol - chega-nos a Green House (não é fácil encontrar o género do artigo: podia ser masculino, por se tratar de um hotel, mas optamos pelo feminino, porque é uma casa, uma quinta, com uma horta). Tal como acontece com o seu ancestral lisboeta, a Green House encanta pelo bom-gosto e por muitos dos pormenores que a compõem. Mas lá chegaremos, para olhar com mais detalhe para os terraços, recantos e recortes de sombra - e ainda saborear o que a horta dá.

O SÍTIO
Falávamos, ao início, de imaginação e criatividade. Comecemos então pelo sítio escolhido para criar um hotel que tem tanto de boutique como de rural: Vila Nova da Baronia, povoação desconhecida da maioria, situada no concelho de Alvito, distrito de Beja, na zona a que hoje se chama Alentejo Central. Vila Nova da Baronia é uma escolha criativa. Num Alentejo com o litoral ocupado e cujo interior vai ficando cada vez mais saturado, optar por esta vila revela a escolha de alguém que sabe procurar e ambiciona fazer coisas de maneira diferente, num Alentejo para lá daquele que vem nos postais.
Vila Nova da Baronia também vem em postais, sejamos justos, principalmente a sua lindíssima estação de comboios, ladeada pelo imponente reservatório de água. A majestosa Igreja Matriz é igualmente motivo de orgulho fotográfico. Só que a vila representa um Alentejo genuíno, em estado puro, um Alentejo que não vive exclusivamente em função do turismo. É uma terra que funciona para os habitantes e para as atividades que aí desenvolvem, muito mais do que para quem pretenda lá ir fazer digressões instagramáveis.
Foi preciso imaginação para, primeiro, desencantar um espaço onde fosse possível construir a Green House; segundo, desenvolver o hotel respeitando padrões de luxo sem desvirtuar a essência rural do lugar. Neste segundo ponto, o sucesso foi atingido, em grande parte, por ter sido feita uma leitura sensível e inteligente do tal espaço a que nos referimos no primeiro ponto: uma propriedade agrícola instalada no coração da vila.
O HOTEL
Heleen Uitenbroek, a mentora do empreendimento, radicada em Portugal há 40 anos, explica que a Green House é uma espécie de work in progress em que se aproveitou o tempo da pandemia, em que o mundo permaneceu em pausa durante quase dois anos, para investir na construção e reconstrução - dependendo do caso e das secções da quinta - do hotel. Heleen conta que a equipa do Santiago de Alfama vinha até este lugar discreto do Alentejo para, em conjunto, ir fazendo, passo a passo, nascer um dos mais peculiares boutique hotéis de Portugal.
Por fora, a Green House é apenas uma fachada semelhante a quase todas as outras da sua rua. O cuidado com os acabamentos num verde muito suave poderá denunciá-la, indiciando que por trás daquela fachada comum existe qualquer coisa mais especial. Mas é só quando entramos que podemos perceber tudo o que nos espera: o branco das paredes rudes, os recantos e cotovelos, espaços de sol e sombra que convidam a sentar e contemplar, alpendres de madeira, assentos para relaxar.

No meio do átrio, uma piscina com água corrente e um pequeno pátio com frondosos guara-sóis e amenas espreguiçadeiras. Tudo no espaço, encimado por um terraço com vista para o pôr do sol, remete para o mais mediterrânico dos espíritos. Junto ao pátio central, o bar-restaurante e a respetiva esplanada.

É para lá do balcão que podemos observar o que a horta dá - tomates, pepinos, beringelas, abóboras e courgettes, e decerto muito mais que a memória não conseguiu guardar. Tudo isto vem da horta biológica, que também faz parte da propriedade e pode ser visitada. Aqui, o “farm to table” pratica-se com excecional proximidade.

No total, a Green House dispõe, para já, de seis suítes. Cada suíte é personalizada individualmente - e a decoração de cada uma merece um olhar atento. De novo, os detalhes e os acabamentos levam-nos a imaginação para outras paragens e, desta vez, talvez não sejam imagens do Mediterrâneo aquelas que assomam à mente. No interior das suítes, brilha a simplicidade requintada de um chalé inglês, onde o conforto e o aconchego tomam o lugar que, lá fora, é ocupado pela descontração soalheira e pela magia incomparável do dolce far niente.

Quanto a atividades, para lá do singelo passeio pela localidade, onde as novidades e as surpresas se esgotam numa primeira visita rápida, a Green House tem para oferecer ou sugerir, por exemplo, a jardinagem, no próprio jardim (que fica também na horta biológica), ou os passeios matinais, de bicicleta ou em caminhadas pela paisagem envolvente. Para quem prefere nadar ou outras atividades aquáticas, a barragem de Albergaria dos Fusos, onde encontramos a praia fluvial com o mesmo nome, fica a escassos quilómetros de Vila Nova da Baronia.
Com todo o seu charme e as suas peculiaridades, a Green House é não só um recanto a descobrir, mas também a demonstração de que ainda há Alentejo por desbravar. Assim haja imaginação e criatividade para manter intacta a definição de refúgio.
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