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Hyundai Kauai elétrico – cada vez melhor?

Segunda geração do SUV subcompacto coreano, finalmente coroada com a versão 100% elétrica. E em relação à primeira, muito mudou. E para melhor.

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02 de abril de 2024 | Luís Merca

Pouco há a acrescentar ao que tem sido a carreira do Hyundai Kauai elétrico. Lançado em 2018, cedo ganhou uma quota de mercado que começou por ser um nicho até atingir volumes cada vez mais importantes. Idem aqui em Portugal, onde o preço – e, mais importante, o rácio entre o que custa e o que oferece – o colocaram num patamar em que não é necessário hipotecar um rim para ter acesso a um veículo 100% elétrico.

O novo Kauai começou por se desenvolver primeiro tendo em vista as versões elétricas e só depois as outras, as de motores de combustão.
O novo Kauai começou por se desenvolver primeiro tendo em vista as versões elétricas e só depois as outras, as de motores de combustão. Foto: DR

O novo Kauai

Primeiro ponto não negligenciável: o novo Kauai começou por se desenvolver primeiro tendo em vista as versões elétricas e só depois as outras, as de motores de combustão. Há diferenças de monta nesta atual geração em relação à primeira: logo à partida, um design futurista, mas sem exageros nem laivos de ficção científica. Linhas fluidas, elegantes, e uma perceção de crescimento: maior, mais "adulto", chegando mesmo a parecer um automóvel de um segmento acima. As dimensões confirmam-no: 4.36m de comprimento por 1.83m de largura (que vai aos 2.10m contando com os retrovisores, por isso, cuidado nas manobras de estacionamento). A altura é de 1.58m e a distância entre eixos de 2.66m, o que augura um bom espaço no interior.

Precisamente lá dentro, a confirmação desse espaço – os lugares traseiros, então, "respiram" bastante à vontade. Do lado do design, há uma extensão do que se vê lá fora: mais moderno, atual, com linhas esguias e elegantes. Dotação eletrónica elevada, com tudo o que a tecnologia tem para oferecer. Posição de condução fácil de obter e boa visibilidade a (quase) 360 graus, apenas com uma pequena zona "cega" nos três-quartos traseiros, fruto da grossura do pilar C. Mas o que a visão não abarca, as câmaras de vídeo encarregam-se de fornecer.

Do lado do design, há uma extensão do que se vê lá fora: mais moderno, atual, com linhas esguias e elegantes.
Do lado do design, há uma extensão do que se vê lá fora: mais moderno, atual, com linhas esguias e elegantes. Foto: DR

Ao volante

Duas opções de bateria: uma com uma capacidade de 48.4 kWh, que alimenta um motor de 156 cavalos; e outra de 65.4 kWh, fornecedora do motor elétrico de 218 cavalos. Prestações, evidentemente, diferentes: 163 km/h de velocidade máxima e aceleração dos 0 aos 100 km/h em 8.8 segundos, para a versão mais "normal"; e 172 km/h e 7.8 segundos para a de maior capacidade e maior potência. De notar que os 1690 kg que o Kauai EV acusa na balança não constituem grande entrave à agilidade que esta última versão, a que testámos, permite na estrada – aguardemos o teste à versão menos potente.

O Kauai EV curva sem grandes inclinações, pisa bem o asfalto e é bastante ágil.
O Kauai EV curva sem grandes inclinações, pisa bem o asfalto e é bastante ágil.

O comportamento é bastante são e neutro: o Kauai EV curva sem grandes inclinações, pisa bem o asfalto e é bastante ágil. Nem o bicho-papão da auto-estrada o assusta por aí adiante nem coloca grandemente em xeque. É claro que não é o seu habitat natural, mas permite que cada quilómetro realizado se reflicta em menos um quilómetro de autonomia, nada mal, nem toda a concorrência se pode gabar disso. Mas é, de facto, na estrada e na cidade, com a regeneração obtida no abrandamento e na travagem, que o Kauai EV se mostra mais à vontade. A autonomia anunciada é de 513 km (norma WLTP), o que é um bom valor entre carregamentos. Por falar nisso, carregar a bateria de 48 kWh faz-se em 18 horas numa tomada doméstica (24 horas no caso da bateria de maior capacidade); em 6h a 8h, respetivamente, com uma wallbox; enquanto que num posto público de alto débito (150 kW) esse tempo cai para uns muito respeitáveis 82 minutos, para ir dos 10% à carga total.

Mas é, de facto, na estrada e na cidade, com a regeneração obtida no abrandamento e na travagem, que o Kauai EV se mostra mais à vontade.
Mas é, de facto, na estrada e na cidade, com a regeneração obtida no abrandamento e na travagem, que o Kauai EV se mostra mais à vontade. Foto: DR

Preços?

Preço, no singular: 32.990 euros + IVA. Ou seja, trata-se de uma campanha diretamente dirigida a empresas – que, convenhamos, são os compradores de automóveis em Portugal. Os particulares asseguram compras irrisórias. Significa isso que, deduzindo o IVA, a empresa adquire um bem por menos de 33 mil euros. É competitivo? Pode ser, sim, em termos práticos coloca-se perto, muito perto, do preço de ataque daquela marca americana cujo modelo de entrada em gama não anda muito longe. Os modelos não são comparáveis, mas é uma forma de a Hyundai colocar o seu EV no mercado. Veredicto: o Kauai EV está melhor do que a anterior geração? Claramente que sim.

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