24 Horas de Le Mans, a antevisão
É de novo aquela altura do ano: às 15 horas de sábado, 62 carros, tripulados por 186 pilotos, vão lançar-se para 24 horas de corrida à volta de um circuito, parte permanente, a maioria em estrada nacional, com 13.628 metros de perímetro. É a maior prova de resistência do Desporto Automóvel.

Cortesia do regulamento em vigor, o Mundial de Resistência vive uma época de ouro. Nunca como agora, desde 2021, tantas equipas se apresentam à partida das provas com hipóteses de chegarem à vitória. Não obsta que uma delas, a Ferrari, tenha vindo a dominar as corridas deste ano – vitórias no Qatar, em Imola e em Spa – e seja a vencedora em título das 24 Horas de Le Mans. De facto, a Scuderia Ferrari regressou em 2023, após uma ausência de 50 anos, e venceu logo na estreia. Repetiria a vitória no ano passado, naquele que é um cenário perfeitamente oposto ao que se passa na Fórmula 1, onde os monolugares vermelhos atravessam um deserto que parece muito longe de estar transposto. E a verdade é que os dois Ferrari, o #50 e o #51 (não esquecendo o #83, inscrito pela AF Corse, a estrutura que prepara os carros do ‘Cavallino Rampante’ em várias disciplinas), são favoritos à vitória. A maior concorrência deverá vir da Porsche, quer dos três carros da equipa oficial Penske (#4, #5 e #6), quer da equipa-cliente, a Proton (#99). Não excluir a Toyota (#7 e #8), que celebra os 40 anos da sua estreia na prova e apresenta uma decoração evocativa no seu carro #7; muito menos a BMW (#15 e #20), cujo modelo M Hybrid V8 é sempre dos mais rápidos. As duas equipas gaulesas, Alpine (#35 e #36) e Peugeot (#93 e #94), tentarão defender as cores da França, enquanto as dos EUA estarão entregues aos Cadillac do Team Jota (#12 e #38), da Whelen (#311) e da Wayne Taylor Racing (#101), onde pontifica Filipe Albuquerque, que divide o volante com os dois filhos do ‘team owner’, Ricky e Jordan Taylor. A maior incógnica entre os Hypercar reside numa equipa ainda muito jovem, apesar dos pergaminhos que a marca tem em Le Mans, e que inscreve os carros #007 e #009 – sim, o seu nome é Martin... Aston Martin.

Palmarés
Marcas: Porsche, 19 vitórias; Audi 13; Ferrari 11; Jaguar 7; Bentley 6; Toyota 5; Alfa Romeo e Ford, 4 vitórias cada. Do lado dos pilotos, o dinamarquês Tom Kristensen é o "Mr. Le Mans", com nove triunfos, seguido do belga Jacky Ickx com seis, e do inglês Derek Bell, do alemão Frank Biela e do italiano Emanuele Pirro, todos com cinco vitórias.

HYPERCAR
Oito fabricantes automóveis (ei-los, por ordem alfabética: Aston Martin, Alpine, BMW, Cadillac, Ferrari, Peugeot, Porsche e Toyota) inscrevem então um total de 21 carros na categoria máxima do ‘endurance’ automóvel. Será daqui, com (quase) absoluta certeza, que sairá o vencedor da prova, tal a diferença de andamento e de recursos tecnológicos que estes carros apresentam em relação à concorrência, mesmo os LMP2, os protótipos sobreviventes da anterior regulamentação.

LMP2
Afastados das restantes provas que compõem o WEC – Mundial de Resistência da FIA – os 17 protótipos Oreca 07, todos equipados com motores Gibson V8 e "calçados" com pneus Goodyear, são admitidos pela organização das 24 Horas de Le Mans, o A.C.O. (Automobile Club de l’Ouest). Quanto mais não seja pelo investimento que as várias equipas fizeram na categoria – 483 mil euros por um châssis completo, mas sem motor! – e também pelo espectáculo que oferecem aos milhares de espectadores que encherão o recinto. A propósito, em 2024, o recorde absoluto de assistência foi batido, com um total de 329 mil alminhas presentes em Le Mans. Há um português nos LMP2: António Félix da Costa, que regressa a uma categoria que já venceu. Divide o volante do #183 com os franceses François Perrodo e Matthieu Vaxivière.

LMGT3
Desde sempre que a categoria GT – os carros Grand Touring – faz parte da paisagem e da lenda de Le Mans. Em boa hora o A.C.O. adotou a fórmula GT3, inventada por Stéphane Ratel para a sua série GT World. Embora muito dificilmente um deles aspire a vencer a corrida à geral, é sempre emocionante a luta entre os 24 carros, representando nove marcas de topo: Aston Martin, BMW, Corvette, Ferrari, Ford, Lexus, McLaren, Mercedes-AMG e Porsche. Ao volante do Ford Mustang #77 da Proton Racing estará o madeirense Bernardo Sousa, que vai unir esforços com os dois britânicos Benjamin: Ben Tuck e Ben Barker.

Horários
Quarta, 11 de junho: duas sessões de treinos livres (13 e 21 horas) e duas de qualificação: LMP2 e LMGT3 às 17h45; e Hypercars às 18h30. Ambas as qualificações apuram os concorrentes para disputarem a(s) respetiva(s) Hyperpole(s), duas, uma novidade neste ano: quinta-feira dia 12, às 19h e 19h35, os LMP2 e os LMGT3; e às 20h05 e 20h40, será a vez dos Hypercars. Ainda no mesmo dia, volta a haver mais duas sessões de treinos livres, às 13h45 e às 22 horas. Sexta dia 13 não há atividades em pista do Mundial de Resistência: é o dia da Parada dos Pilotos no centro da cidade de Le Mans, com início às 14 horas.

Sábado dia 14 começam as coisas a sério: ‘warm-up’ às 11 horas; ‘grid walk’ às 12h35; início da cerimónia de partida às 14h25, com os hinos nacionais dos países de todos os pilotos e a passagem na reta da meta da esquadrilha de Rafales da Força Aérea Francesa; e, finalmente, às 15 horas o ‘starter’ oficial Zinédine Zidane agitará a bandeira tricolor, dando a partida para as 24 Horas de Le Mans de 2025. Às 15 horas de domingo dia 15 se saberá quem entra para a história.

Explorerelétrico: mais um Ford com nome de modelos já existentes
Primeiro foi o Mustang, agora é este Explorer, e até já há (sacrilégio!) um Caprielétrico. A marca da oval azul continua a usar nomes – que são seus, evidentemente – para batizar novos modeloselétricos. O que vale, então, este Ford Explorerda era EV?
E fez muito bem, já que este modelo permitiu à marca norte-americana ganhar escala e não ser apenas “aquele fabricante dos carros acima dos 100 mil euros”. Além disso, ou muito devido a isso, o Tesla Model 3 é a menina dos olhos do ‘renting’ e das empresas.
Tudo o resto, e mais o que possamos imaginar, está disponível neste novo SUV da Tesla. Só falta um bilhetezinho para Marte – mas pode ser que numa próxima atualização de software, nunca se sabe...
É uma pergunta-chave para os compradores de veículos elétricos novos e uma questão ainda mais premente ao comprarem um usado: terá a bateria de um carro elétrico de ser substituída antes do próprio automóvel?
Chamaram-lhe ‘blue jeans’, já que dava para todas as ocasiões e cumpria todas as funções – seja de fato-macaco ou de ‘tailleur’ completo. O Renault 4 está a comemorar 60 anos e é um dos modelos mais marcantes da história do Automóvel.