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Carros voadores à venda no próximo ano

Se tiver 180 mil euros a pesar-lhe no bolso, pense em comprar um Helix. A empresa que fabrica este carro voador aceita encomendas a partir de janeiro. É elétrico, não precisa de brevet para o pilotar e pode estacioná-lo no terraço.

Foto: DR
13 de outubro de 2023 | Madalena Haderer

O mundo vai ser um sítio certamente mais difícil de navegar quando pudermos ser atropelados a partir de cima, que é como quem diz, levar com um carro na cabeça. Por outro lado, o problema do estacionamento fica resolvido para quem tiver um terraço ou varanda de dimensões generosas. Desde que há ficção científica que a ideia do carro voador é um dos seus temas mais recorrentes – basta pensar na série de animação The Jetsons, ou nos filmes Blade Runner e Quinto Elemento e, em breve, qualquer pessoa vai poder comprar um e nem precisa de brevet ou sequer de saber pilotar – esta é a grande diferença do Helix para outros carros voadores que estão a ser desenvolvidos. Basta ter 190 mil dólares (ou 180 mil euros) e o céu é o limite. Mas não suba muito que a máquina não aguenta.

Chama-se Helix, é o menino de ouro da empresa Pivotal, sedeada em Silicon Valley – onde mais? –, e assemelha-se mais a uma micro avioneta que embateu com duas antenas de televisão, do que a um carro com asas. E, no entanto, é isso que é. Ou, tendo em conta que só leva uma pessoa, talvez seja mais correto chamar-lhe motoreta com asas. Seja como for, o seu nome completo é (respire fundo antes de ler) aeronave de descolagem e aterragem vertical com propulsão elétrica: EVTOL para os amigos. Ou seja, da mesma forma que um avião pode ser, ao mesmo tempo, um avião e um Boeing 747, este é um EVTOL e um Helix.

De acordo com informações do fabricante, o Helix foi projetado para estar de acordo com a categoria de ultraleve, nos Estados Unidos. O que significa que os pilotos – este é o termo usado pela Pivotal, mas se calhar não lhes podemos chamar isso – podem voar o seu EVTOL no espaço aéreo de Classe G – aquela fatia de atmosfera mais próxima do chão, onde os drones se movimentam –, em áreas não congestionadas, durante o dia, e não são obrigados a ter licença de piloto, mas têm de completar um treino de voo inicial. Para além disso, o software do Helix impede qualquer movimento ou ação que não esteja de acordo com os seus parâmetros de segurança. Ainda assim, se alguma coisa correr mail, o EVTOL vem equipado com um paraquedas.

O Helix tem uma velocidade máxima de 100 quilómetros por hora e uma autonomia de 30 quilómetros, ou seja, pouco mais que uma viagem entre Cascais e Lisboa.

Quem estiver interessado, pode encomendar o Helix a partir de 9 de janeiro do próximo ano, mediante o pagamento de 25% do valor total, ou seja, 47.500 dólares (cerca de 45.200 euros). Os primeiros exemplares começam a ser entregues a partir de 10 de junho de 2024. Vai haver possibilidade de encomendar extras e opções personalizadas – em princípio, jantes de liga leve não serão uma opção, mas talvez estofos em pele –, mas ainda não se sabe nem os preços, nem que extras estarão disponíveis.

Para quem está farto de drones e do seu zumbido irritante, o futuro não parece promissor…

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