Wondersense. Os cinco sentidos são os protagonistas do novo museu do Porto
O espaço está repleto de experiências sensoriais, artísticas e tecnológicas que permitem (re)descobrir o mundo de forma divertida e didática. Abriu a 31 de julho.

A rua das Carmelitas, que desde 1906 tem a icónica Livraria Lello como inquilina, não é alheia a multidões. Com a abertura, umas portas abaixo, do Wondersense, um museu interativo e imersivo que convida a ver, tocar, cheirar, provar e ouvir o que está para além do óbvio, outras romarias são esperadas. Chegam à procura de sensações e emoções que não só desafiam a imaginação e os sentidos, como também permitem esquecer, nem que seja por uma hora, o típico caos urbano e a correria do dia a dia. No total, os visitantes têm mais de mil metros quadrados para explorar — divididos por dois edifícios e cinco andares —, ao longo dos quais se vivem experiências sensoriais, artísticas e tecnológicas que visam divertir, ensinar e criar ou reforçar conexões humanas. Esteja na companhia de amigos ou rodeado de desconhecidos, o melhor é estar preparado para se surpreender a qualquer novo estímulo.

Do papel à realidade
“Olhamos para a oferta cultural da cidade e achamos que podíamos acrescentar-lhe algo distinto e inovador. Como vivemos num mundo cada vez mais digital, que acaba por nos isolar e do qual é difícil desligar, começamos a idealizar um projeto para ser descoberto, de forma consciente, através dos cinco sentidos. O objetivo é trazer o público para o agora e dar-lhes a oportunidade de aproveitar o momento sem estarem agarradas a um ecrã ou teclado. Queremos que as pessoas façam parte da experiência e saiam daqui com vontade de voltar”, explica Vasco Antunes, um dos sócios e CEO da atração com assinatura do grupo Marques Soares.
O Wondersense, que levou cerca de dois anos a ficar pronto e “vem reforçar a oferta de lazer para os dias de chuva”, é fruto de “um processo longo e complexo, com muita tentativa e erro. Exigiu ainda a colaboração com todo o tipo de profissionais, de músicos a grafitistas, arquitetos e designers. Só assim pudemos atingir os resultados que pretendíamos”, acrescenta o responsável.
Apesar de “a maior parte das salas e instalações serem criações totalmente originais”, Vasco conta que, para se inspirar, a equipa viajou até diferentes países de modo a conhecer espaços culturais com conceitos semelhantes ao que queriam implementar.

Diversão para todas as idades
A aventura arranca logo na entrada, onde uma parede felpuda, que dá vontade de abraçar, incita ao toque e ao desenho abstrato com as mãos. Trata-se de um pequeno aperitivo para o que está por vir, acessível até aos que optam por não visitar o museu. Caso consiga largá-la e resolva avançar, é hora de embarcar na nave — que os menos imaginativos tratam por elevador — com destino a um universo em que as linhas entre a realidade e a perceção se esbatem. Segue-se um percurso marcado por estímulos visuais, sonoros, olfativos, táteis e gustativos para todos os gostos.
Enquanto o tato é explorado através de superfícies inusitadas e estruturas em movimento, como uns rolos rotativos que lembram as lavagens automáticas de carros, o olfato é chamado a atuar em ambientes escuros, nos quais aromas enigmáticos convocam a memória a identificar os cenários a que pertencem. Para testar a audição, tanto disponibilizam tubos interativos que distorcem vozes, como surpreendem com ecos e melodias. Já a visão é confrontada com espelhos, luzes e padrões cromáticos que criam ilusões óticas. Por fim, pequenas provocações gustativas ao longo do caminho dão trabalho ao paladar.

Mergulhar numa piscina de bolas e brincar com balões gigantes também estão entre os atrativos do trajeto, em que uma banda sonora própria, da autoria de João Vieira, e os corredores, ilustrados por Filipe Granja, completam a experiência. Para que nada falhe e consiga pôr o corpo a mexer, despertar a curiosidade e promover o convívio multigeracional, o Wondersense foi concebido com recurso a ferramentas de inteligência artificial. Tudo pensado para ativar a produção de serotonina, dopamina, oxitocina e endorfinas, ou seja, das chamadas ‘hormonas da felicidade'. Isto porque, mais do que proporcionar diversão momentânea, querem causar sensações de prazer, equilíbrio e bem-estar duradouro.
O custo das visitas, organizadas em grupos com capacidade máxima de 15 pessoas, varia entre os 17€ e os 22€. O pack família, destinado a dois adultos e duas crianças, fica por 70€. Até aos quatro anos, a entrada é gratuita.
Onde? Rua das Carmelitas, 130 (Porto). Horário? Todos os dias, das 10h às 19h. Reservas? geral@wondersensemuseum.com.
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