Prazeres / Artes

O Rolls Royce mais caro do mundo e o Vacheron Constantin feito à sua medida

Alguém muito sortudo acaba de receber um Rolls-Royce descapotável, de dois lugares, totalmente customizado e onde não falta sequer um exclusivo relógio Vacheron Constantin no tablier.

Foto: DR
01 de setembro de 2023 | Bruno Lobo

Les Cabinotiers Armillary Tourbillon é o nome de um Vacheron Constantin concebido exclusivamente para o novíssimo Rolls-Royce Amethyst Droptail. Uma pequena maravilha da relojoaria e customizado para brilhar no tablier de um automóvel único. O comprador escolheu o anonimato, mas isto pelo menos sabemos sobre a pessoa: trata-se de alguém com uma evidente paixão pelo mundo da relojoaria e dos automóveis de luxo, e coleciona ambos com prazer.

Com o Droptail, a marca de Goodwood apresentou o seu projeto mais exclusivo até à data, do qual constam apenas quatro modelos e onde até o chassis é único e não é partilhado por mais nenhum modelo – ainda que o V12, sob o capô, seja o mesmo que vamos encontrar no Phantom ou no Ghost. Tudo o resto é desenhado de raiz personalizado segundo os desejos de cada cliente. Sem um preço fixo, ou anunciado, a generalidade dos analistas concorda que deverá rondar os 35 milhões de euros, o que o coloca diretamente no topo da lista dos automóveis mais caros do mundo. No caso deste Amethyst, no entanto, o relógio construído pela Vacheron Constantin representa seguramente uma fatia considerável do custo, uma vez que se trata também de um modelo exclusivo, bastante complexo e criado pela equipa de elite de uma das manufaturas mais exclusivas da Suíça.

Les Cabinotiers Armillary Tourbillon é o nome de um Vacheron Constantin concebido exclusivamente para o novíssimo Rolls-Royce Amethyst Droptail.
Les Cabinotiers Armillary Tourbillon é o nome de um Vacheron Constantin concebido exclusivamente para o novíssimo Rolls-Royce Amethyst Droptail. Foto: DR

O lugar central no tablier

O Armillary Tourbillon está perfeitamente integrado no centro do lindíssimo tablier em madeira de ébano Macassar, e apresenta um mostrador bi-retrógrado, ou seja, com o retorno instantâneo das horas e dos minutos, por forma a replicar melhor o look dos tradicionais velocímetros automóveis. Além disso, esta configuração coloca as indicações das horas na parte superior do mostrador, deixando espaço necessário na parte inferior para o turbilhão brilhar em toda a genialidade. Falamos de um turbilhão armilar, no qual as gaiolas representam visualmente essas esferas, e que gira em torno de dois eixos a uma velocidade de 60 segundos por rotação − num bailado mecânico perpétuo capaz de se tornar verdadeiramente hipnótico. O RR devia vir com um aviso: "Não deixe que o relógio o distraia da condução!"

 A rotação das gaiolas formam ainda o desenho de uma cruz de Malta, o emblema da Vacheron Constantin.
A rotação das gaiolas formam ainda o desenho de uma cruz de Malta, o emblema da Vacheron Constantin. Foto: DR

A inclusão de um turbilhão justifica-se plenamente neste caso, uma vez que foi precisamente inventado para contrair os efeitos da gravidade nos relógios de bolso, que permaneciam maioritariamente numa posição vertical, tal como aqui. A rotação das gaiolas formam ainda o desenho de uma cruz de Malta, o emblema da Vacheron Constantin, num detalhe delicioso que deu inclusivamente origem a patente – uma de quatro neste calibre que incorpora vários avanços técnicos desenvolvidos para a Referência 57260, o "relógio mais complicado do mundo" apresentado por esta Maison em 2015.

A Coroa, às 12 horas, foi também deliberadamente sobredimensionada, para facilitar a corda e lembrar os lembrar os cronómetros de antigamente.
A Coroa, às 12 horas, foi também deliberadamente sobredimensionada, para facilitar a corda e lembrar os lembrar os cronómetros de antigamente. Foto: DR

A Coroa, às 12 horas, foi também deliberadamente sobredimensionada, para facilitar a corda e lembrar os lembrar os cronómetros de antigamente.

Novidade, neste projeto, foi a montagem do relógio no interior do tablier, o que obrigou aos engenheiros da Vacheron a desenvolverem um mecanismo que não só facilitasse o processo de dar corda ao relógio e acertar as horas, como se adaptasse aos constrangimentos de estar inserida dentro do painel de instrumentos do Rolls Royce. Esse suporte permite igualmente retirar o relógio da caixa, o que pode ser uma boa ideia se estiver a pensar em estacionar na rua e sem capota – algo que, provavelmente, não acontecerá com muita frequência.

Novidade, neste projeto, foi a montagem do relógio no interior do tablier.
Novidade, neste projeto, foi a montagem do relógio no interior do tablier. Foto: DR

Visualmente, a ligação entre relógio e roadster é mais evidente pela inclusão de inúmeros detalhes em tons púrpura, cor que domina todo o Rolls Royce e, inclusivamente, lhe dá o nome. Afinal, sempre sabemos algo mais sobre o secreto cliente... 

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