Na Alemanha, um encontro de sonhos para visitar bem acordado
Este verão, um dos maiores museus da Alemanha, o Kunsthalle de Hamburgo, apresenta uma exposição temporária, 'Rendezvous of Dreams', que reúne as melhores obras de arte do surrealismo e do romantismo alemão. Algumas, nunca antes vistas.

É possível que nunca tenha pensado nisso, mas o surrealismo tem muitas semelhanças com o romantismo alemão. Se duvida, o melhor que tem a fazer é aproveitar as férias de verão para dar um salto a Hamburgo. É lá, nesta lindíssima cidade atravessada pelo rio Elba, e que fica mais perto da fronteira com a Dinamarca do que de Berlim, que se encontra o famoso Hamburger Kunsthalle – um dos maiores museus de arte da Alemanha e um dos poucos cuja coleção permanente leva os visitantes através de sete séculos de história da arte, desde os altares medievais até às estrelas da arte contemporânea. E se só isso já valeria uma visita, a exposição temporária Rendezvous of Dreams, aberta até dia 12 de outubro, é, sem dúvida, o ponto alto do Kunsthalle para este verão – uma mostra que celebra os 100 anos do movimento surrealista, dando nota dos pontos de ligação com o romantismo alemão.

Na verdade, este foi um dos movimentos mais marcantes da arte europeia no final do século XVIII e início do século XIX, com características próprias que o distinguem do romantismo de outros países, como França ou Inglaterra. O romantismo alemão tinha como inspiração questões filosóficas, existenciais e espirituais e é muito conhecido pela sua relação intensa com a natureza e o sublime.

O surrealismo – com o Primeiro Manifesto Surrealista de André Breton a ser apresentado em 1924 – sucedeu, cronologicamente, ao romantismo alemão, e não é difícil encontrar paralelismos fascinantes nestes dois movimentos, seja em questões fundamentais, atitudes, motivos ou até em processos pictóricos. Impulsionado por uma reavaliação dos sistemas de valores no rescaldo da Primeira Guerra Mundial, o surrealismo foi uma corrente que moldou o século XX como nenhuma outra, demonstrando uma notável afinidade com o romantismo alemão. O sobrenatural e o irracional, os sonhos e o acaso, o sentimento de comunidade e os encontros com um mundo natural em mudança foram fontes de inspiração fundamentais para o Romantismo alemão, influenciando também surrealismo internacional, um século mais tarde.

Surpreendentemente, referências ainda mais diretas ao romantismo alemão surgiram na Resistência e entre os surrealistas que viviam sob ocupação ou em exílio durante a Segunda Guerra Mundial. Num sentido mais amplo, é possível identificar ideias-base comparáveis sobre o cosmos, a natureza, os sonhos, as visões interiores e a comunidade nas atividades dos surrealistas entre 1924 e 1966.

Para assinalar o centenário do surgimento do surrealismo, esta exposição convida os visitantes a comparar os diversos aspetos artísticos, poéticos e intelectuais da arte surrealista com o legado do romantismo alemão. Para tal, a mostra reúne mais de 180 ícones do surrealismo – com obras de artistas como Max Ernst, Meret Oppenheim, René Magritte, Salvador Dalí, Valentine Hugo, Toyen, André Masson, Paul Klee, entre outros – e mais de 60 obras centrais do romantismo alemão (com destaque para os famosos pintores Caspar David Friedrich e Philipp Otto Runge), apresentando-os lado a lado. De acordo com a abordagem multidisciplinar adotada por ambos os movimentos, as obras expostas abrangem pintura, desenho, escultura, literatura, cinema, fotografia e objetos.

A exposição apresenta obras-primas de grande destaque emprestadas por coleções privadas e museus nacionais e internacionais, algumas nunca antes vistas. Um verdadeiro evento cultural incontornável para visitar até dia 12 de outubro, no Hamburger Kunsthalle.
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