Sob a chancela de Kim Jones, no seu último gesto à frente da Dior masculina, os sapatos Palmarès assumem um lugar central na coleção Winter 2025-2026 — vestígio de uma assinatura estética que agora abre caminho a novas direções. Neste drop, os Palmarès — mocassins e botas de cano curto — surgem como instrumentos de expressão, trabalhados em pele com acabamento que sugere pátina e adornados por um laço de cetim que oscila entre a firmeza da estrutura e um sopro de delicadeza.
A assinatura "Dior", gravada com discrição no salto e na sola, funciona como selo subtil de autenticidade, legitimando o modelo sem necessidade de excessos. O laço de cetim, mais do que ornamento, introduz uma tensão elegante entre o masculino e o feminino, entre a força do corte e a suavidade do detalhe.
Na passerelle do desfile masculino, os Palmarès revelaram-se elo essencial entre as peças e o movimento dos corpos. Não são meros acessórios decorativos, respondem ao ritmo dos casacos, dialogam com os volumes da silhueta e reforçam as proporções de cada look. Assim, confirmam que o passo do homem Dior não é casual: é pensado, medido e coreografado.
Este lançamento Palmarès afirma-se como ponte para o que virá. Não é um fecho de ciclo, mas um convite: revisitar o legado, desafiá-lo e fazê-lo convergir com uma visão que se prepara para um novo começo com Jonathan Anderson. Os sapatos falam — discretamente — de continuidade e transformação.