Como um perfume inspirou um colar de diamantes sem preço
Há 100 anos surgiu o primeiro frasco de Nº5, possivelmente o mais emblemático perfume da casa francesa – e da perfumaria. A fragrância inspira agora um colar de Alta Joalharia.
Apenas algumas gotas de Chanel Nº5 e nada mais. Terá sido essa a resposta de Marilyn Monroe a um repórter perante a questão do que usava para dormir. A ousadia da atriz norte-americana ficou célebre, tão célebre quanto o perfume, que se tornou um dos mais populares do mundo.
Agora, a propósito do centenário do seu lançamento, a marca decidiu fazer uma coleção de joalharia com 123 peças em homenagem à icónica fragrância. Entre elas está um colar de diamantes com 55,55 quilates, em diamantes e ouro branco. E está lá tudo: a silhueta retangular, a tampa, as referências que evocam o frasco que remonta a 1921. E, claro, o número da sorte, no peso (55,55) e no fecho do colar, um enorme 5 cravado com pequenos diamantes. A predileção pelo algarismo 5 vem desde o tempo de Gabrielle Chanel, fundadora da marca, que via no número algo de especial. Além de ser assumidamente o seu algarismo favorito, o perfume Chanel Nº5 foi também a quinta fragrância no repertório da marca. Foi também, como de resto várias das coleções da criadora, apresentada publicamente a 5 de maio.
De todas as peças criadas a propósito do centenário do perfume, é este colar o que está a gerar mais burburinho. É que o diamante central no colar em questão é agora o maior e mais valioso diamante numa peça de alta joalharia da maison. Além das dificuldades em acertar no peso, pelo preciosismo em atingir o 55,55, também o design da pedra foi trabalhado ao pormenor para que replicasse as proporções do frasco e fosse facilmente reconhecível enquanto inspiração da joia.
Apesar de todo o aparato em torno do colar – a marca garante que não entrará em competições de tamanho de diamantes – de nada valerá apostar no preço. Nem no da etiqueta nem do potencial leilão. Isto porque a peça não estará a venda. "É um marco histórico na história da Alta Joalharia da Chanel, e seria uma pena reservá-lo para apenas a um cliente", explicou Marianne Etchebarne, diretora geral do departamento de marketing da divisão de fine jewelry e relojoaria da marca, ao jornal The Telegraph. "Uma vez vendidas, nunca se vêem as joias. Por isso decidimos mantê-lo (o colar) como parte da história criativa da Chanel, para partilhar com muitas pessoas por todo o mundo", frisou.
Descartando-se a hipótese de venda, é certo que a peça estará habitualmente onde está parte do arquivo histórico e de património da marca francesa, na Place Vendôme, em Paris. Ocasionalmente, é possível que a peça surja num pescoço de alguma das celebridades embaixadoras da marca. Resta saber que ocasiões estarão à altura.
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