Estilo / Beleza & Bem-Estar

Mais diagnósticos de cancro em pessoas abaixo dos 50

De acordo com um estudo recente, apesar de a população estar a ficar mais velha, há cada vez mais pessoas jovens a receberem diagnósticos de cancro, em especial, cancro colorretal e cervical. A alimentação, o estilo de vida, mas também o uso de antibióticos são algumas das causas apontadas.

Foto: IMDB
18 de janeiro de 2024 | Madalena Haderer

Um relatório da American Cancer Society, lançado a 17 de janeiro, traz boas e más notícias. Por um lado, menos americanos estão a morrer de cancro, resultado das campanhas antitabágicas, de mais rastreios e de estes começarem a ser feitos mais cedo. Por outro lado, a incidência da doença está a aumentar em indivíduos com menos de 50 anos. O relatório diz que "está a ocorrer uma transferência dos doentes mais velhos, para doentes de meia-idade". Entre as pessoas com mais de 65, pessoas entre os 50 e os 64, e pessoas com menos de 50, este último grupo "foi o único a experienciar um aumento da incidência de cancro" entre 1995 e 2020, acrescenta ainda o relatório, que foi publicado em CA: A Cancer Journal for Clinicians.

Sobre esta investigação, a American Cancer Society sublinhou que os ganhos que se fizeram com a redução de mortes por cancro estão a ser ameaçados com este aumento da doença em pessoas com menos de 50 anos, com especial relevância para o cancro cervical e o cancro colorretal. Este último é, de resto, neste momento, entre pessoas com menos de 50 anos, a maior causa de morte nos homens e a segunda maior causa de morte nas mulheres, atrás do cancro da mama. No final da década de 90, este cancro era a quarta causa de morte entre homens e mulheres no mesmo segmento etário.

À CNN, o médico William Dahut, chief scientif officer da American Cancer Society, disse o seguinte: "Estamos a ver os diagnósticos de cancro a movimentarem-se para as pessoas mais jovens, apesar da população estar a envelhecer e haver cada vez mais gente velha". Dahut confessou ainda que o cenário "está muito diferente do que era", acrescentando que "esta tendência entre os jovens adultos é aquilo que mais me faz coçar a cabeça".

E se, nos Estados Unidos, a recomendação é que se comece a fazer rastreios para o cancro colorretal aos 45 anos, a verdade é que estão a aparecer cada vez mais casos em pessoas ainda mais novas.

Os investigadores mostraram-se, também, preocupados com o impacto de um diagnóstico de cancro na vida de pessoas mais novas, com filhos pequenos e carreiras profissionais ainda muito activas e em ascensão. William Dahut acrescenta ainda que "pessoas mais jovens têm uma expectativa de vida mais longa, o que significa mais anos a sofrer com potenciais efeitos secundários dos tratamentos ou o aparecimento de segundos cancros".

Num artigo da revista Nature, um grupo de oncologistas sumarizou aquilo que o senso comum já nos diz serem os fatores de risco para estes diagnósticos em pessoas mais jovens: "a dieta ocidental, a obesidade, o sedentarismo e o uso de antibióticos – especialmente entre o período pré-natal e a adolescência" – devido às mudanças que causa no microbioma intestinal.

Outra preocupação da American Cancer Society é a continuação das disparidades entre americanos brancos, afroamericanos e povos nativos. Comparando com os brancos, as taxas de mortalidade são duas vezes superiores para cancro da próstata, estômago e útero nos afroamericanos, e duas vezes superiores para cancro do fígado, estômago e rins nos povos nativos americanos.

Saiba mais Saúde, Investigação, Cancro, Mortalidade, Diagnóstico, American Cancer Society
Relacionadas

O segredo das caminhadas está, afinal, no ritmo

Andar faz bem à saúde. Quanto a isto, não há dúvidas. E é também por isso que as caminhadas são, frequentemente, alvo de estudos. Desta vez, o "British Journal of Sports Medicine" concluiu que na rapidez é que está o ganho.

Alzheimer: novo teste diagnostica 15 anos antes dos sintomas

O diagnóstico da doença de Alzheimer faz-se com recurso a punção lombar e exame PET. Cientistas suecos acabam de divulgar um teste de sangue – como o do colesterol – com uma precisão de 97% e que, pela sua simplicidade, que pode revolucionar o tratamento da doença.

O que acontece ao corpo quando deixamos de beber álcool

A abstenção de bebidas alcóolicas não é sentida da mesma maneira por toda a gente, pois irá depender do consumo regular de cada indivíduo. Mas para quem bebeu mais do que devia nos últimos tempos, saiba que o Dry January tem de facto efeitos muito positivos no organismo, da regeneração do fígado à capacidade de concentração.

Mais Lidas
Beleza & Bem-Estar O que os homens não entendem nas mulheres

Para os homens, é roxo. Para as mulheres, também. Mas pode ainda ser lilás, magenta, lavanda, beringela… Este é apenas um exemplo subtil de como algo aparentemente simples pode ser entendido de formas diferentes – e dar azo a discussão. Voámos de Vénus a Marte para saber o que é que eles não conseguem perceber sobre elas. E, pelo caminho, ficámos com vontade de sussurrar: “You know nothing, Jon Snow.”