Conversas

Um dia na vida de Ana Brito e Cunha: “Paro para respirar, para rir e também para dar espaço ao erro”

A atriz desdobra-se entre a sua carreira e a gestão e direção criativa da Bambolina Teatro. Ana Brito e Cunha não tem horários, mas tenta fazer a gestão entre trabalho e família, “apesar do caos”.

Ana Brito e Cunha, atriz, em entrevista
Ana Brito e Cunha, atriz, em entrevista Foto: DR
21 de novembro de 2025 | Augusto Freitas de Sousa

A que horas se costuma levantar?

Entre as sete e as sete e meia da manhã. Mas, se estou a gravar um projeto televisivo ou cinematográfico, acordo mais cedo, pelas seis ou seis e meia.

O que costuma refletir/ponderar/pensar nos primeiros minutos acordada?

Agradeço estar viva. Espreguiço-me. E os pensamentos dependem do momento em que estou.

Qual é a sua rotina quando se levanta?

Espreguiçar-me, como disse. Acordo o meu filho e preparo o pequeno-almoço

Que tipo de pequeno-almoço costuma tomar?

Por norma, não tomo o pequeno-almoço. Mas bebo muita água morna em jejum.

Fotografia de Ana Brito e Cunha num camarim antes de entrar em palco
Fotografia de Ana Brito e Cunha num camarim antes de entrar em palco

Costuma haver algum tipo de atividade antes do trabalho?

Gosto de fazer caminhada, treino ou pilates.

Qual é o seu trajeto diário? Como o faz?

A pé, de automóvel, de transportes… ando muito a pé e de carro.

Tem algum tipo de preparação prévia para o trabalho?

Ter o corpo preparado, mas também a respiração e a voz.

A que horas começa a trabalhar?

Depende, mas começo sempre cedo. 

Ana Brito e Cunha no Autódromo do Estoril
Ana Brito e Cunha no Autódromo do Estoril Foto: Pedro Pinto

Quais são as suas principais tarefas e responsabilidades no trabalho?

Além do meu trabalho como atriz, que varia bastante, tenho a gestão e direção criativa da Bambolina Teatro.

Como gere o seu tempo?

A par e passo, apesar de todo caos.

Como lida com a pressão e o stress?

Às vezes lido mal. Mas, na realidade, os artistas trabalham sempre sob pressão: é um desafio que tem vindo a ser modelado e trabalhado ao longo dos anos.

Qual é a parte favorita e menos agradável do trabalho e porquê?

A parte favorita é a construção desde o início, o processo até chegar a um objetivo. A menos agradável é a forma como o ego surge nas comunicações e relacionamentos no trabalho.

Ana Brito e Cunha em programa de televisão
Ana Brito e Cunha em programa de televisão

Tem uma equipa a trabalhar consigo?

Sim, com a qual conto todos os dias.

Como gere a comunicação com eles?

Com amor e respeito. Todos sabemos qual é o nosso trabalho e cada um é responsável pela sua parte.

Costuma fazer pausas no trabalho?

Claro que sim. Paro para respirar, para rir e também para dar espaço ao erro.

Interrompe o trabalho para almoçar?

Depende. Sim, por norma, almoço. Mas, se estiver no embalo, sou menina para seguir o dia sem essa refeição.

Retrato de Ana Brito e Cunha
Retrato de Ana Brito e Cunha

O que costuma comer e onde?

Costumo optar por refeições saudáveis e, ao mesmo tempo, energéticas.  Sou do estilo de ter uma lancheira e levar as minhas coisas.

Como lida com eventuais críticas e elogios ao seu trabalho?

Tento ter o distanciamento necessário para tirar o melhor das críticas.

O que diria sobre a ideia que as pessoas com quem se relaciona profissionalmente têm de si?

Acho que gostam e sentem que a ideia é sermos felizes no trabalho. Mas também sabem que gosto de respeito e resultado.

Ao longo do dia dá importância às redes sociais?

Depende. Nem sempre dou. Varia com o humor.

Fotografia de Ana Brito e Cunha de 2015 por Kenton Thatcher na exposição "Kenton Thatcher Sessions" na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa
Fotografia de Ana Brito e Cunha de 2015 por Kenton Thatcher na exposição "Kenton Thatcher Sessions" na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa

Tem hobbies ou atividades que faz regularmente?

Sim. Leio e, agora, tenho aulas de canto.

A que horas costuma terminar a atividade profissional?

Na verdade, não tenho horários. A Bambolina Teatro funciona das 9 as 17. Muitas vezes fico até mais tarde a criar – gosto de estar no meu mundo feliz. No teatro fico, pelo menos, até à meia-noite. No que diz respeito à televisão, tendo a ficar até às 20 horas. Varia muito.

 “Leva” trabalho para casa?

Nunca largo o trabalho. E os textos são sempre estudados depois de deitar o meu filho, é quando entro no meu processo de estudo.

Costuma conversar com alguém sobre a sua atividade no final do dia?

Sim. Converso sobretudo com a família, mas, devo dizer, o trabalho não é o único tema dessas conversas. 

Ana Brito e Cunha no palco do Teatro Maria de Matos, numa celebração dos seus 32 anos de carreira
Ana Brito e Cunha no palco do Teatro Maria de Matos, numa celebração dos seus 32 anos de carreira

Costuma viajar com frequência nas suas atividades profissionais?

Sim. Viajar faz mesmo parte do meu trabalho.

Há muita diferença entre os dias da semana e os fins de semana?

Depende sobretudo do trabalho que estou a desenvolver no momento. Com o teatro não há dias de folga. Tento balancear o tempo entre a minha família, a Bambolina Teatro e a minha carreira de atriz.

Quais são os seus hábitos de jantar?

Janto cedo e em família. Tenho por hábito cumprir os horários, o que significa que pelas 19:00/19:30 já estamos a jantar. E também gosto desses horários quando subo ao palco. Um exemplo de menu? Leve e com proteína, sendo que os legumes são reis.

O que faz antes de dormir?

Antes de desligar, de adormecer, rezo. É um hábito que prezo muito.

fotografia de Ana Brito e Cunha
fotografia de Ana Brito e Cunha

A que horas se costuma deitar e quantas horas dedica ao sono?

Uma vez mais, depende, mas costuma ser entre as 23 e as 24, sendo que pelas nove da noite já estou a adormecer no sofá, uma coisa que adoro. Mas tento ter entre seis e oito horas de sono.

Como mantém o equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional?

Com muita serenidade, respeito e amor.

Vê-se a ter outra profissão?

Dificilmente.

O que mais gostaria que mudasse no futuro?

Que o ser humano voltasse a dar prioridade aos valores e honras de viver em sociedade. Que a palavra volte a ter valor.

Relacionadas
Mais Lidas