Exposição. Andy Warhol como nunca ninguém o viu
Jean Wainwright, uma historiadora britânica que ouviu a duas mil cassetes que o artista gravou em jeito do diário, é a curadora da exposição "Andy Warhol: My True Story". Ninguém mais indicado para dar a conhecer o lado mais pessoal de Warhol. Para visitar, em Inglaterra, até setembro.

Andy Warhol, um dos mais reconhecidos artistas do movimento Pop Art, famoso pelos seus quadros da Marilyn Monroe em cores garridas e por transformar latas de sopa Campbell e caixas de esfregões Brillo em obras de arte, criou para si próprio uma imagem que era mais statement artístico do que realidade, atrás da qual escondia a sua timidez. Grandes óculos e perucas mal-enjorcadas eram a sua linha de defesa. Porém, para quem sempre quis conhecer melhor o homem por detrás do artista, tem agora uma oportunidade de ouro. Até ao dia 14 de setembro poderá visitar a exposição Andy Warhol: My True Story, que está patente na Newlands House Gallery, em Petworth, West Sussex, no sudoeste de Inglaterra. Um ponto de paragem obrigatório para quem se encanta com a Pop Art e calhe estar de férias no Reino Unido, este verão.

A exposição é comissariada pela historiadora de arte e autora britânica Jean Wainwright, uma especialista mundial em Warhol e amiga de longa data da família Warhola (Andy deixou cair o "a" do apelido). De acordo com a BBC, esta é a primeira vez que Wainwright canaliza o seu vasto conhecimento para uma grande mostra dedicada ao enigmático artista.

"Uma década após a morte de Warhol, em 1987, Wainwright – então a escrever um doutoramento sobre as gravações áudio do artista – fez inúmeras viagens à sua cidade natal de Pittsburgh, na Pensilvânia, para entrevistar os membros do seu círculo mais próximo e para estudar as mais de duas mil cassetes gravadas por Warhol, nas quais registava os eventos em que participava, as conversas que tinha e os seus pensamentos mais íntimos", explica a cadeia noticiosa britânica, sublinhando o carácter sem precedentes desta exposição.

Andy Warhol: My True Story reúne uma seleção íntima de desenhos, gravuras, fotografias, filmes, gravações e objetos de arquivo – incluindo peças raramente exibidas, como Man with Hearts, a fictícia One Million Dollar Bill e várias versões da Mona Lisa Four Times. Os primeiros desenhos revelam o seu fascínio pelo quotidiano e pela repetição, algo que se tornaria uma assinatura na sua arte posterior.

Há, ainda, uma fotografia icónica que merece ser destacada, de autoria de Bob Adelman, e datada de 1965, em que Warhol surge encharcado e a tirar água das botas, depois de ter sido empurrado para uma piscina pela actriz e sua grande amiga Edie Sedgwick. Uma imagem nunca antes vista em exposição e que oferece um vislumbre do seu lado mais pessoal.

A exposição inclui também gravações e vídeos feitos por familiares e amigos próximos, ajudando a construir uma narrativa que desmonta a personagem pública e revela o Warhol mais íntimo – um filho dedicado, atento e sentimental. Longe dos holofotes, Warhol era reservado, observador e extremamente atento ao mundo à sua volta. Gravava conversas, guardava objetos do dia-a-dia e passava muito tempo com a sua mãe viúva, Julia Warhola, que viveu com ele desde 1952 até à data da sua morte, em 1972, e cuja influência decisiva é sentida ao longo de toda a exposição.

Julia e Andy falavam russino entre si, o idioma da sua terra natal, na Eslováquia – Warhol já nasceu nos Estados Unidos, em 1928 –, e iam frequentemente à missa juntos. Filmagens que Warhol fez da mãe em 1966 permitem espreitar o quotidiano dos dois: a loiça por lavar acumulada junto ao lava-loiça, os cortinados de renda, a tinta estalada nas paredes – uma cena muito distante do estilo de vida luxuoso que se podería imaginar.

Andy Warhol dizia, muitas vezes, que "tudo está à superfície" e que, para o conhecer, bastava olhar para o seu trabalho – mas isso está muito longe da verdade. Esta exposição, sim, pode ajudar os visitantes a conhecê-lo melhor.
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