Viver

Um bancário, uma autarca e um padre. Os arguidos que fugiram à justiça

A fuga de João Rendeiro, ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), é apenas um dos casos mais recentes de arguidos que tentam (e conseguem) escapar às penas.

João Rendeiro, presidente do BBP fotografado na sede do banco, no Porto (2004).
João Rendeiro, presidente do BBP fotografado na sede do banco, no Porto (2004). Foto: José Santos / Sábado
30 de setembro de 2021 | Ana Filipa Damião

Na terça-feira passada, João Rendeiro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva. Porém, vários meios de comunicação calculam que este tenha viajado para fora da Europa para escapar à prisão, mais precisamente para um país sem acordo de extradição para Portugal.

"No decurso dos processos em que fui acusado efetuei várias deslocações ao estrangeiro, tendo comunicado sempre o facto aos processos respetivos. De todas as vezes regressei a Portugal. Desta feita não tenciono regressar", lê-se no site pessoal de Rendeiro.

O ex-banqueiro foi condenado por ter burlado um embaixador em 2008, que investiu 250 mil euros em obrigações de caixa subordinadas do BPP. Além disso, João Rendeiro já tinha sido punido com cinco anos e oito meses de prisão por ter omitido, entre 2022 e 2008, a situação financeira da instituição bancária, sem esquecer a pena de dez anos que recebeu por ter desviado 13,6 milhões de euros do banco para si mesmo.

Fátima Felgueiras, canditada à Câmara Municipal de Felgueiras, durante uma acção de campanha para as eleições autárquicas, em Felgueiras (2005).
Fátima Felgueiras, canditada à Câmara Municipal de Felgueiras, durante uma acção de campanha para as eleições autárquicas, em Felgueiras (2005). Foto: Ricardo Meireles / Sábado

Maria de Fátima Felgueiras, presidente da autarquia de Felgueiras e da Assembleia-geral do Futebol Clube de Felgueiras nos anos noventa, fugiu para o Brasil após descobrir que seria colocada em prisão preventiva. Em 1999, o então procurador-geral da República, Cunha Rodrigues, recebeu uma carta a denunciar atividade corrupta, favorecimentos pessoais, tráfico de influências e relações promíscuas entre o clube de futebol e a Câmara Municipal de Felgueiras. Em 2004, a autarca era formalmente acusada de 28 crimes pelo Ministério Público.

O réu, padre acusado de matar o jovem Luís Miguel Escórcio Correia, de 15 anos, encontrado sem vida na manhã de 2 de maio de 1992.
O réu, padre acusado de matar o jovem Luís Miguel Escórcio Correia, de 15 anos, encontrado sem vida na manhã de 2 de maio de 1992. Foto: Carlos Tomás

Mas o caso mais polémico de arguidos que brincam "à apanhada" com a justiça é o do Padre Frederico, que escapou de Portugal em 1998 após ter sido acusado de assassinar um jovem na Madeira. Embora nunca tenha retornado, o mandato de detenção internacional que foi emitido na altura em seu nome está atualmente expirado.

Saiba mais João Rendeiro, BPP, Maria de Fátima Felgueiras, Padre Frederico, Europa, Portugal, crime, lei e justiça, julgamentos, questões sociais, justiça e direitos, prisão preventiva, prisão efetiva, burla, corrupção, poítica, ministério público, arguidos
Relacionadas
Mais Lidas
Viver Eis as melhores cidades do mundo para viver

A capital austríaca perdeu o primeiro lugar do pódio para esta cidade escandinava. A cidade vencedora recebeu a pontuação máxima em educação, segurança e infra-estruturas, o que lhe valeu um total de 98 em 100 no Global Liveability Index 2025.

Viver Tatuar ou não tatuar deixou de ser uma questão

Será que as tatuagens continuam a ser um impedimento na entrada no mercado de trabalho? Porque é que há cada vez mais pessoas a recorrer à remoção das mesmas? E qual é o sentido de tatuar, agora que é um ato reversível? Fomos à procura de respostas com a ajuda de uma especialista em head hunting e um sociólogo com uma tese sobre o tema.

Viver New Era estreia flagship em Lisboa

Mais do que uma loja, o novo espaço da marca norte-americana celebra a cultura urbana com personalização ao vivo, música nacional e uma experiência de marca pensada ao detalhe.