Depois da versão pop-up durante a pandemia, a Casa Capitão está de volta e reabre após uma profunda reconstrução e requalificação do edifício no Beato, transformando-o num verdadeiro centro cultural. Com esta nova etapa, a Casa Capitão assume-se como um projeto de longa duração e um espaço dedicado à criação, à experimentação, à partilha e à inclusão.
O projeto é sucessor do MusicBox - que está mesmo prestes a fechar portas, assinado pela mesma equipa e direção (de Gonçalo Riscado) que durante 19 anos lhe deu vida. Agora em maior escala, a Casa Capitão propõe-se a dar continuidade a essa energia de encontro e inovação, mas num registo mais abrangente, multidisciplinar e intergeracional.
O espaço foi completamente reconfigurado. Apesar de ainda não existirem fotografias do espaço, Gonçalo Riscado diz que para além de áreas de restauração, lazer, e terraço, a Casa Capitão conta com diversas salas e espaços multifuncionais ao longo de quatro pisos, pensado para acolher públicos de 30 a 500 pessoas e diversos tipos de atividades. O objetivo é ser um palco que vai muito para além da música, será uma casa da cultura. O projeto promete uma programação contínua transversal e multidisciplinar que cruzará diferentes expressões artísticas contemporâneas, desde a música, artes visuais e performativas à palavra e discurso, pensamento crítico e debate, formação e criação, audiovisual e novos media, até à gastronomia, ao design e à moda. Inclusivamente a Casa Capitão já anunciou estruturas e projetos de programação com identidade própria e com foco temático, em sintonia com os valores da Casa: o Quiosque parte da palavra e do pensamento crítico, o Baile centra-se na música e na dança, e a Mesa explora a gastronomia.
O arranque do projeto acontece com uma festa de abertura de três dias, de 19 a 21 de setembro, com mais de 30 eventos, diurnos e noturnos, de acesso livre. O cartaz conta com concertos de nomes como Capicua, Afonso Cabral ou Luca Argel, e atuações de vários DJs. A inaugurar este fim de semana de programação intensa estará o segmento palavra e discurso, com ciclo Mesa de Cabeceira, com curadoria de Joana Guerra Tadeu, uma oficina de encadernação artesanal pela Nómada Notebooks, e performances de Gil Dionísio, Anna Zêpa e Maria Giulia Pinheiro; nas artes performativas o destaque é para Lukano Mpasi, que cruza hip hop, kuduro e música tradicional angolana. Nas artes visuais, Catarina Vilaça apresentará uma vídeo-instalação e Carlos Roxo traz uma instalação-puzzle. No segmento audiovisual há uma seleção de curtas-metragens, pelo Levante Cineclube, e a apresentação de Cosmos pelo festival Le Guess Who?. Além de tudo isto haverá também oficinas criativas e artesanais, que vão do desenho ao tingimento natural, da dança à criação de histórias.
Pós-inauguração, a agenda para os próximos meses já é conhecida e confirma concertos de Bonga, Baiuca, Bia Ferreira, David Bruno, Greentea Peng, Sega Bodega, Letrux, Saul Williams, entre muitos outros. A Casa Capitão promete ser um dos novos pontos centrais do mapa cultural lisboeta, um espaço de liberdade artística, encontro e inclusão.