Entre bolo-rei e passas: os vinhos que salvam as festas
Do Minho ao Algarve, descubra vinhos que transformam ‘mais um copo’ numa memória de fim de ano. Cinco escolhas festivas - três fortificados, um espumante clássico e um vinho tranquilo - que evocam a tradição portuguesa.
Feuerheerd’s 80 Year Old Tawny
Álvaro van Zeller garante que este vinho nasce de um conjunto de lotes antigos que “ao longo dos anos foram protegidos, vigiados e provados regularmente, garantindo que cada lote evoluía no seu próprio ritmo, ganhando complexidade”. O Porto, que faz parte do portefólio exclusivo da família van Zeller, foi produzido como há muitas décadas, seguindo os métodos clássicos, envelhecendo de forma individual em cascos de carvalho. O produtor e enólogo salienta que “a validação deste trabalho veio com o reconhecimento internacional na mais recente edição da Mundus Vini com a atribuição do ‘Grand Gold’ (97 pontos) e o prémio “Best in Show”, a mais alta distinção do concurso”. Álvaro van Zeller destaca que o Feuerheerd’s se distingue, “acima de tudo, pela profundidade”. A cor âmbar, a concentração aromática e os aromas bem definidos, e ainda uma textura que “enche a boca e fica durante muito tempo”.
Colinas Cuvée ‘Lady Sara’ Brut Rosé 2017
Os responsáveis do Grupo The Fladgate Partnership garantem que “este espumante de um grande ano foi propositadamente esquecido nas caves em S. Lourenço do Bairro, na Anadia. Referem que está num “momento fantástico para ser apreciado” depois de um extenso estágio sobre borras, e que prova, segundo a casa, “a enorme resistência ao tempo dos vinhos da Quinta de Colinas de S. Lourenço”. O espumante provém de uma propriedade com 61 hectares onde estão plantadas vinhas em alta densidade (até 6172 pés por hectare) em suaves colinas de solos argilo-calcários, na mancha de calcário da Bairrada. De referir que toda a vinha é trabalhada integralmente em sequeiro (terreno que não é regado artificialmente). A equipa de enologia não tem dúvidas que se consegue “fazer vinhos capazes de ombrear com os melhores do mundo”.
Reserva da Família Bio 2023
É o primeiro vinho da Ravasqueira (Grupo Winestone) a exibir certificação biológica produzido exclusivamente com uvas da casta Touriga Nacional, provenientes da Vinha da Ribeira, apenas de Touriga Nacional, que entrou em modo de produção bio. As vinhas fazem parte dos 3000 hectares do Monte da Ravasqueira, propriedade da família José de Mello há mais de 80 anos, onde se preserva um modo de produção tradicional. Os responsáveis asseguram um “absoluto respeito pela natureza e pelas técnicas agrícolas ancestrais aliadas a uma agricultura de precisão que faz mais e melhor com menos recursos”. No início de 2025, a Ravasqueira obteve o Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade do Setor Vitivinícola. Parte do lote foi submetido a um estágio de um ano em barricas de carvalho francês.
Quinta do Pessegueiro
Chegou ao mercado o primeiro Porto Colheita da quinta, o primeiro vinho Tawny. A equipa de enologia formada por João Nicolau de Almeida e Hugo Helena refere que “para uma empresa que foi criando os stocks de Vinho do Porto com as suas uvas desde 2011, é uma grande satisfação finalmente engarrafar este néctar depois de 13 anos de envelhecimento”. O vinho tem uma produção limitada a 730 garrafas, todas numeradas, com indicação de idade, envelhecido na adega. João Nicolau de Almeida diz que “o mais desafiante foi aceitar o tempo do vinho e esperar que adquirisse as características de um Porto Colheita”. Acrescenta que “a cor foi evoluindo do Ruby para o Tawny, os aromas dos frutos vermelhos para os frutos secos e especiarias”. As uvas que lhe deram origem são provenientes de uma vinha velha, originando um vinho com “grande complexidade e elegância”.
Cockburn’s 10 Year Old Tawny Port
O Vinho do Porto apresenta-se com uma ilustração detalhada, moderna, que destaca o Douro e a ligação às cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, onde o vinho é envelhecido. A casa, fundada em 1815, destaca um tinto cuja idade média é de 10 anos, envelhecido em cascos de carvalho e representa “a aposta contínua na qualidade dos seus tawnies com indicação de idade”. Tal como noutros vinhos do Porto, o mosto fermenta por um período curto, sendo a fermentação interrompida pela adição de aguardente vínica, preservando parte do açúcar natural das uvas. Após a fortificação, os vinhos são transferidos para as pipas, onde envelhecem de forma oxidativa nas caves. A Cockburn’s refere que se destaca “pela boa acidez, equilíbrio e aromas de noz, caramelo e casca de laranja”. Conclui que “é complexo, mas acessível”.
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