Sabores / Prazeres

Dom Pérignon Plenitude 2: a arte de fazer um grande champanhe saber ainda melhor

É, provavelmente, o champanhe mais famoso do mundo. E sai apenas nos melhores anos, razão pela qual ter três novidades no mercado – Clássico, Rosé e Plénitude 2 – é um motivo extra para celebrar. Com bom champanhe, evidentemente.

Dom Pérignon lança edições Clássico, Rosé e Plénitude 2 para celebrar os bons anos
Dom Pérignon lança edições Clássico, Rosé e Plénitude 2 para celebrar os bons anos Foto: DR
18 de novembro de 2025 | Bruno Lobo

Não estaremos a exagerar ao afirmar que o Dom Pérignon é o . Haverá casas que lhe disputam o estatuto – como a Louis Roederer – e outras que lhe disputam a celebridade, caso da própria casa-mãe, a Möet & Chandon. Mas a sua garrafa característica e o rótulo em forma de escudo são imediatamente reconhecíveis em qualquer lado, e dos mais copiados na arte e cultura pop. É certo que não terá ligação direta ao monge que supostamente inventou o método de produção – será mais uma homenagem – mas é uma das marcas mais emblemáticas do e tem apenas dois champanhes: um branco e um rosé. 

E, sim, falámos há pouco em três champanhes, mas já lá vamos. Primeiro, importa explicar que o branco e o rosé são ambos feitos a partir das mesmas castas: Pinot Noir (tinta) e Chardonnay (branca), em proporções mais ou menos equivalentes (50-50) – embora ajustadas consoante o ano. É também possível fazer champanhe com Pinot Meunier, mas a casa considera-a menos interessante em termos de qualidade e longevidade, razão pela qual deixou de usar. 

Outra particularidade torna o: todos os seus vinhos são de colheita (vintage) e só saem em anos especiais. Não chegam a ser uma raridade, mas quando o ano não é bom, simplesmente não há Dom Pérignon – algo que nenhuma outra casa faz. Basta olhar para as últimas colheitas lançadas: 2010, 2012, 2013 e 2015. Nada de 2011 ou 2014. E estas datas revelam outra coisa: não é um vinho feito à pressa. As regras da região exigem três anos de estágio para um vintage, mas no caso do Dom Pérignon esse período estende-se, no mínimo, a sete anos – e muitas vezes a mais. Os dois últimos lançamentos, por exemplo, só tiveram luz verde dez anos após a colheita. 

Champagne Dom Pérignon Vintage 2006 Plénitude 2
Champagne Dom Pérignon Vintage 2006 Plénitude 2 Foto: DR

O Rosé é ainda mais raro – porque sai menos vezes e tem um estágio mais prolongado. Daí termos, agora, a colheita de 2009 no mercado. A região permite fazer rosé de duas formas: Assemblage ou Saignée, que envolve deixar o vinho em contacto com as películas; a primeira acrescenta uma pequena percentagem de tinto tranquilo. Esta foi a opção da Dom Pérignon (com cerca de 15%), o que explica o tom rosa ligeiramente alaranjado. O ano foi perfeito na vinha e percebe-se logo nos aromas com, curiosamente, rosas e laranja, e fruta vermelha de forma mais evidente. No palato é suave embora estruturado, muito gastronómico – como ficou evidente no Wagyu em Bulgogi (carne marinada em molho de soja), com pimenta-da-Jamaica e . Um prato delicado e simultaneamente intenso, exatamente como este rosé de 2009. 

Dom Pérignon Rosé Vintage 2009
Dom Pérignon Rosé Vintage 2009 Foto: DR

Para celebrar estes champanhes, a casa francesa convidou Sergi Arola, do LAB, no Penha Longa, para preparar um jantar especial totalmente à altura. Antes do Wagyu com o Rosé, chegaram à mesa uns salmonetes assados com molho beurre blanc e avelãs, acompanhados por batatas noisette. Este prato fez par com o Plénitude 2 – e é aqui que chegamos ao terceiro champanhe. 

No lado direito, salmonetes assados com molho beurre blanc e avelãs, acompanhados por batatas noisette; lado esquerdo, Wagyu com o Rosé
No lado direito, salmonetes assados com molho beurre blanc e avelãs, acompanhados por batatas noisette; lado esquerdo, Wagyu com o Rosé Foto: DR

Há pouco tempo, a Dom Pérignon introduziu uma categoria super premium no portefólio. Não é um novo champanhe, mas a “segunda vida” de um vintage clássico, mantido em estágio – de forma exatamente igual, sempre sobre borras – mais uma década. Chamou-lhe Plénitude, por representar a expressão máxima do champanhe. Plénitude 2, também cahamado de forma carinhosa P2, porque a primeira fase é a versão original, e porque existe ainda uma P3 – lançada 30 anos após a colheita –, embora esta em quantidades muito limitadas e a preços estratosféricos. 

O estágio prolongado trás qualquer coisa de extraordinário ao P2: mais vibrante, mais enérgico, mas também mais elegante e preciso. Leva cremosidade que é assinatura da casa a um patamar superior. O nariz promete muito, mas é na boca que se revela tudo. Sem dúvida, um dos melhores champanhes que se pode provar. 

Dom Pérignon Vintage 2015 celebra novidades no mercado de champanhe
Dom Pérignon Vintage 2015 celebra novidades no mercado de champanhe Foto: DR

Em simultâneo com o P2 de 2006, chegou ao mercado o clássico de 2015. Ambos os anos foram quentes, mas bastante diferentes: 2006 teve muita água; 2015 foi mais seco. Os anos eram tradicionalmente mais frescos na região de champanhe, mas, como o mundo inteiro, também ali as alterações climáticas já se fazem sentir. 

Assim, no 2015 a fruta madura é mais evidente, tanto no aroma como na boca. Parece ligeiramente mais doce, ou menos ácido, mas mantém aquela frescura vibrante tão típica da bebida. É um excelente champanhe – aliás, os três são. O Rosé, ainda mais intenso, e o Plénitude 2 num patamar absolutamente delicioso. 

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