Prazeres / Lugares

Esta cabana no meio da natureza é 100% sustentável e foi pensada para o isolamento

Em tempos de covid-19, há quem procure refugiar-se no meio da natureza, longe da civilização, e com ar puro. Esta cabana, em Barcelona resulta de um projeto de estudantes espanhóis que querem mudar a origem e a utilização dos materiais de construção.

Foto: © Adrià Goula
12 de maio de 2021 | Rita Silva Avelar
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Na floresta de Collserola, nos arredores de Barcelona, acaba de ser inaugurada uma cabana completamente sustentável, criada com materiais encontrados na zona e com um objetivo muito particular: servir de confinamento durante 14 dias em caso de necessidade, para quem queira alugá-la. Chama-se Villa Voxel e foi pensada por uma equipa de estudantes, profissionais e peritos do Mestrado em Edifícios Ecológicos Avançados e Biocidades (MAEBB) do Instituto de Arquitectura Avançada da Catalunha (IAAC), que fazem parte do núcleo de investigação e educação Valldaura Labs.

Esta equipa ergueu a cabana Villa Voxel em apenas cinco meses. É feita com "uma estrutura de madeira laminada [a chamada madeira CLT] de 16 metros quadrados, a partir de pinheiro Aleppo (Pinus halepensis)" diz um porta-voz do grupo, citado pela Traveler espanhola. "Toda a madeira utilizada no projeto foi extraída num raio inferior a um quilómetro do estaleiro de construção" para evitar poluir o ambiente com deslocações. Além disso, a equipa certificou-se que sabia a origem da madeira, garantindo a sua sustentabilidade e origem consciente.
Foto: © Adrià Goula


Esta cabana em Collserola "responde à necessidade de promover uma nova geração de edifícios verdes utilizando madeira laminada (CLT), que se pretende que seja um material fundamental para a construção de edifícios no combate às alterações climáticas" explica o porta-voz. De acordo com este núcleo, tudo foi unido sem metal, mas sim com madeira, para honrar o compromisso de utilizar materiais com menor presença de carbono.

A estrutura da cabana foi envolvida numa camada de isolamento de cortiça, e a aparência "queimada" da fachada deve-se à técnica japonesa Shou Sugi Ban, que consiste em carbonizar a madeira, arrefecê-la, limpar a fuligem ou resíduos queimados na superfície e, finalmente, terminar as tábuas ao aplicar um azeite orgânico. Este tratamento orgânico protege o edifício da chuva, e dá-lhe uma aparência rústica. Conheça o projeto, e veja as fotografias, captadas pelo espanhol Adrià Goula.

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