'Vai buscar 4, querida': o UNO está mais chique este Natal
O cansaço das redes sociais está a trazer de volta os jogos, e as casas de moda de luxo como a Miu Miu, sempre atentas ao pêndulo cultural, estão a transformá-los em peças de coleção. Há melhor forma de passar a noite de Natal?
Num mundo dominado por ecrãs, pressa e obrigações, o Natal, adequadamente posicionado no fim do ano, surge como derradeiro reduto de paz e tranquilidade. Isto, claro, se não for arruinado com longas horas passadas em frente à televisão, a ver o Sozinho em Casa e as suas inúmeras (e quase todas infelizes) sequelas. Talvez ainda se lembre, mas antes de existirem 1573 canais e dezenas de serviços de streaming, as noites de Natal eram passadas de forma analógica, com todos sentados à volta de uma mesa, de olhos postos num qualquer jogo de tabuleiro, a lançar os dados, a virar cartas ou a mover peças. Frequentemente com recurso a gritaria.
A boa notícia é que esses saudosos momentos, feitos de barulho, alegria, exaltação e partilha – tirando uma ou outra ânsia homicida por parte de um mau perdedor –, podem ser recriados hoje em dia. A verdade é que o cansaço das redes sociais está a trazer de volta os jogos, e as casas de moda de luxo, sempre atentas ao Zeitgeist, estão a transformá-los em pequenos objetos de desejo: jogos clássicos reinventados em couro, madeira rara e design de Alta Costura, perfeitos para animar a noites de Natal e impressionar os convidados. A Miu Miu acaba de lançar a sua versão do famoso jogo de cartas Uno, mas há muitas mais opções.
Uno X Miu Miu
Quem nunca teve vontade de estrangular um familiar ou amigo por levar com uma carta de “vai buscar quatro” quando está quase a ganhar uma partida de Uno, que atire a primeira pedra. Ou, melhor ainda, que pegue no fabuloso estojo em pele da Miu Miu e que o arremesse com toda a força contra a cabeça do elemento ofensivo. E daí, melhor não, que uma peça tão bonita não merece o mau tratamento (ainda que não se possa dizer o mesmo do parente traiçoeiro). Certo é que quem guarda saudosas memórias de tardes e serões da adolescência passados a jogar Uno, não vai resistir a esta reinvenção da Miu Miu. Aqui, as típicas cores garridas saíram de cena e abriram caminho para um design alegre, mas sofisticado. Uma verdadeira edição de coleccionador e, claro, limitada.
Jenga X Bottega Veneta
Se há jogo que deve ser jogado apenas por pessoas com nervos de aço, é este. Afinal, todo ele é feito de armas de arremesso. Por outro lado, é perfeito para jogar com os avós porque, alegadamente, o ato de tentar remover pequenas peças com delicadeza e precisão, sem deixar que as outras se movam, fazendo a torre desabar, tem efeitos positivos para quem tem problemas nas articulações das mãos. Mais importante que tudo, em princípio, podemos contar que a querida avó não vai atirar paralelepípedos de madeira à testa dos outros jogadores. A boa notícia é que, se isso acontecer, em vez de ser agredido por um bloco de pinho sem graça, ao estilo do IKEA, será atingido por uma bonita peça Bottega Veneta em madeira de castanheiro. O estojo, outra maravilha, é feito em pele de vitela entrelaçada, uma técnica italiana conhecida como intreccio, que a marca utiliza frequentemente nas suas malas.
Mikado X Jacquemus
Quem nunca teve um colapso nervoso ao tentar tirar uma destas varetas infernais sem fazer mexer as outras não merece ser classificado como ser humano. Sim, pestaneja e respira, mas o que é que lhe corre nas veias? Seiva de árvore. Talvez de bétula, que é a madeira usada nesta lindíssima versão Jacquemus do famoso jogo que, não obstante o nome nipónico, foi inventado na Europa Central, provavelmente na Alemanha ou na Hungria. Tendo em conta que estes dois povos que se zangam com grande veemência, não deixa de ser impressionante que a maioria ainda tenha dois olhos, sinal de que sobreviveu à infância, sem que um jogador irritado lhe tenha vazado uma vista. Quem se lembra da versão da Majora, com varetas coloridas de plástico, não pode deixar de tirar o chapéu à Jacquemus por ter criado este Mikado elegante, sofisticado e em tamanho XL – os pauzinhos medem 30 cm, certamente para minorar o potencial de causar apoplexias nervosas.
Dominó X Dolce&Gabbana
Voltamos ao domínio das armas de arremesso. No entanto, como estas pequenas peças de dominó são feitas em plexiglass, um material plástico que parece vidro, mas é mais leve e resistente, não correndo o risco de partir ou estilhaçar, os possíveis danos serão sempre mínimos. Inventado na China, no século XII, o dominó chegou a Itália por volta do século XVIII, fruto das trocas comerciais com o Oriente, e, desde então, tem feito as delícias de todos velhotes, desde as tabernas de província da serra algarvia aos gentlemen’s clubs britânicos. A Dolce&Gabbana reinventou este clássico intemporal, dando-lhe um spin moderno e colorido com um design inspirado numa estampa de foulard que remete para o carretto siciliano – um elemento de artesanato artístico, inspirado em paisagens e cores únicas que sempre estiveram no centro da estética da marca.
Petanca X Louis Vuitton
Para quem chegou à triste conclusão que os seus familiares e amigos são dados à violência quando os jogos não lhes correm de feição, o melhor mesmo é optar pela petanca. Não pela versão original, com as suas ameaçadoras bolas de metal – Deus nos livre! –, mas por este modelo “fofinho” idealizado pela Louis Vuitton. Chama-se, literalmente, Soft Pétanque Set e é o tipo de petanca que podia ser jogado num hospital psiquiátrico, ou num infantário, sem que ninguém se magoasse. E, sinceramente, se o ambiente da sua noite de Consoada não se assemelha ao de um destes dois sítios, o que é que anda a fazer com a sua vida? Este conjunto petanca LV vem guardado numa malinha em pele monogramada com um interior bege, a lembrar a icónica carteira Neverfull. Inclui um cochonnet vermelho e dois conjuntos de três bolas de petanca, cada um com um monograma diferente para distinguir as equipas.
Póquer X Hermès
Nada sinaliza a chegada à idade adulta como uma boa partida de póquer acompanhada de whisky e charutos. E é, possivelmente, uma das melhores maneiras de passar as primeiras horas da madrugada do dia de Natal, depois de as crianças terem aberto os presentes e ido para a cama. E se é para jogar a dinheiro, então que seja em bom, à grande e à francesa (literalmente) que é sempre a uma boa maneira de deixar os adversários nervosos. Por outro lado, há sempre uma certa vulgaridade num jogo que exige que o dinheiro troque de mãos – coisa pavorosa à la nouveau riche –, pelo que não há melhor antídoto para isso do que este conjunto Hermès, com caixa em sapelli (uma madeira tropical dura, utilizada em marcenaria fina) forrada a veludo de pele de cordeiro, e que inclui 300 fichas de póquer, uma ficha de dealer em couro e um baralho de cartas "Cheval de Fete" com design de Jan Bajtlik. A tampa da caixa é uma verdadeira maravilha em marchetaria de couro – uma técnica decorativa que usa pedaços de couro de cores, texturas ou acabamentos diferentes que são cortados e combinados para criar padrões ou imagens.
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